A todos que por aqui passam, votos de Feliz Natal
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quarta-feira, 21 de dezembro de 2016
segunda-feira, 12 de dezembro de 2016
NATAL
NATAL
Natal é nascimento
E há muito, muito tempo
Jesus nascia em Belém
Hoje...
Ai quantas mulheres dão à luz
Os seus meninos Jesus
Nessas terras de ninguém.
Porque a vida desbarata
Parem em bairros da lata
Vão parindo a céu aberto
Neste velho planeta
Por mais que o homem prometa
Sua vida é um deserto
E o êxodo acontece.
Vão-se afogando no mar
Ou nas caminhadas loucas
Impostas por mentes ocas
Que nunca as vão palmilhar.
Quantos ais soltos aos ventos
Quantos choros e lamentos
Quanta chegada gorada
Quantas lutas, quantos medos
Quantos meninos sem brinquedos
Num Natal sem consoada
BRÁZIA MONTEIRO
sábado, 10 de dezembro de 2016
NATAL
Meu querido Jesus:
Aqui estou neste sítio pobre
Nesta rua fria
Com as árvores vermelhas
A anunciar a tua chegada.
Os anjinhos de estrelas
Que vieram a meu lado
Quando eu estava sentado naquela rocha
Disseram-me que não chorasse
Porque teria umas calças vermelhas
E uma camisola de lã branca.
Mas só tenho os pés roxos
Os dedos não os sinto.
Se me deixasses uma caixa de fósforos
Para me aquecer
Ou me levasses nos braços para o céu
Como se fosse um farrapo de neve
Essa era a minha melhor prenda de Natal.
Aqui estou neste sítio pobre
Nesta rua fria
Com as árvores vermelhas
A anunciar a tua chegada.
Os anjinhos de estrelas
Que vieram a meu lado
Quando eu estava sentado naquela rocha
Disseram-me que não chorasse
Porque teria umas calças vermelhas
E uma camisola de lã branca.
Mas só tenho os pés roxos
Os dedos não os sinto.
Se me deixasses uma caixa de fósforos
Para me aquecer
Ou me levasses nos braços para o céu
Como se fosse um farrapo de neve
Essa era a minha melhor prenda de Natal.
Maria Rosa Colaço in "A criança e a vida"
segunda-feira, 5 de dezembro de 2016
sábado, 3 de dezembro de 2016
POEMA DE NATAL
Durante todo o mês, só irão aparecer aqui poemas de Natal. De algumas poetisas que já fazem parte desta galeria, ou de outras, ou até de meninas na escola que serão talvez o futuro da poesia no feminino. Porque não sei se já se aperceberam, mas são poucas as poetisas consagradas que escrevem sobre o Natal. Basta fazer uma pesquisa, e encontramos um ou mais poemas de Natal de todos os poetas conhecidos. Mas e de poetisas? Muito pouco, na maioria nada. Será porque enquanto os homens o descrevem, as mulheres vivem-no? Que pensam vocês que me visitam?
Comecemos então com LUÍSA DUCLA SOARES
terça-feira, 22 de novembro de 2016
PIEDADE ARAÚJO SOL
O fogo dos pássaros
Escondi-me no voo das aves
- estou nua de mim –
.
e choro
o choro da água- o sal a escorrer
desabando no voo das penas.
.
e embalo a raiva do fogo
nos cabelos de trigo – seco
que se confundem na cor
das areias.
.
deixo a nudez
a sobrevoar o medo
.
e um dia vou (sem mim)
(no fogo do desejo)
.
© Piedade Araújo Sol, 2010-03-13
Biografia :
A autora está presente no mundo dos blogues, que poderão visitar e deliciarem-se com os seus mais recente poemas. AQUI
A autora está presente no mundo dos blogues, que poderão visitar e deliciarem-se com os seus mais recente poemas. AQUI
sexta-feira, 11 de novembro de 2016
FÁTIMA MALDONADO
ir ao fundo
tem nos olhos a certeza
aposta firme na boca
rude descrença na reza
Quem viu barcos trazer escravos
munições e artifícios
figueira brava na costa
açoite preso no riso
Quem viu barcos
magoá-lo,
ferros, lavas e palmeiras
descrê santos e novenas
,
,
nega laços, destrói cercos
,
,
toma ventos por lareiras.
sexta-feira, 4 de novembro de 2016
PATRICIA LINS
Eu quero um homem
Que me dê aquele abraço,
Que segure no meu braço,
Que me deixe arriada
Com olhar de mormaço...
Eu quero um homem
Que quando dance comigo
Me segure com força,
Que encoste umbigo com umbigo,
Que não me deixe cair.
Eu quero um homem
Que quando deite ao meu lado
Esqueça que esta cansado,
Que me acaricie com o lábio
E puxe com força meus cabelos pra trás.
Eu quero um homem
Que me dedique seu amor
Que só se aqueça ao meu calor,,
Que seja-meu cúmplice no dia-a-dia
Mas que viva comigo a Fantasia...
Eu quero um homem
Dominado e contente
Dominador e conivente
Com o crime irremediável e sem perdão
De se entregar a alguém, corpo e coração!
Mas sobretudo,
Oh!Senhor
Eu quero um homem
Que, em primeiro lugar,
domingo, 30 de outubro de 2016
ALINE GALLINA
tenho urna pilha de nervos para resolver
Multa parafernalha solta na cabeça:
É prego
É pobre
É problema
pego o prego para começar
Bata! bato, bato... sem martelo ele não entra
-Parafuso pode ser?
para tudo, rodar deixa confuso
Tonto, com o fuso todo desnorteado
vejo a pilha, vejo o prego, não vejo o martelo e não quero
o parafuso
Pronto. Recomeçando...
Ser pobre é um problema!
tem que fazer, tem que comer, tem que dormir,
não tem nada nas mãos.
— Um martelo ajudaria!
não tem martelo não senhor, nem em mãos nem na estória.
o Senhor está no céu, junto dele quem mais? A família,
os fiéis amigos...
eu não sou Senhor, sou Sozinho, filho da terra e é para
lá que eu vou.
Na terra tem tudo.
— puxa vida!
Puxa, puxa a vida que ela vem.
Vida pesada essa.
tenho dor nas costas, calos nos pés, mas tenho voz, tenho a força
que me resta
dessa vida que eu já puxo há 56 anos completados no dia de hoje. passo a passo vou mais adiante, passo por poças, fundo de poços,
perto, longe
passo por pontes e montes.
junto problemas, resolvo, junto mais problemas que antes.
A cabeça funciona, mas com muita parafernalha - prego, pobre,
ponte, passos —
Multa parafernalha solta na cabeça:
É prego
É pobre
É problema
pego o prego para começar
Bata! bato, bato... sem martelo ele não entra
-Parafuso pode ser?
para tudo, rodar deixa confuso
Tonto, com o fuso todo desnorteado
vejo a pilha, vejo o prego, não vejo o martelo e não quero
o parafuso
Pronto. Recomeçando...
Ser pobre é um problema!
tem que fazer, tem que comer, tem que dormir,
não tem nada nas mãos.
— Um martelo ajudaria!
não tem martelo não senhor, nem em mãos nem na estória.
o Senhor está no céu, junto dele quem mais? A família,
os fiéis amigos...
eu não sou Senhor, sou Sozinho, filho da terra e é para
lá que eu vou.
Na terra tem tudo.
— puxa vida!
Puxa, puxa a vida que ela vem.
Vida pesada essa.
tenho dor nas costas, calos nos pés, mas tenho voz, tenho a força
que me resta
dessa vida que eu já puxo há 56 anos completados no dia de hoje. passo a passo vou mais adiante, passo por poças, fundo de poços,
perto, longe
passo por pontes e montes.
junto problemas, resolvo, junto mais problemas que antes.
A cabeça funciona, mas com muita parafernalha - prego, pobre,
ponte, passos —
Solta.
solto meu corpo...pesado!
meus olhos arregalados. Pisante do mundo, que anda
para a terra, é assim:
Daqui para frente é o resto da vida.
Biografia AQUI
solto meu corpo...pesado!
meus olhos arregalados. Pisante do mundo, que anda
para a terra, é assim:
Daqui para frente é o resto da vida.
Biografia AQUI
sábado, 24 de setembro de 2016
ISABEL FERREIRA
De Lírios
Sacudi a madrugada
Qual amante despeitada
Suportei o sonho promíscuo
Suportei o sonho promíscuo
Palavras na lavra
Oculta da tua boca
Oculta da tua boca
Perdem-se nas paredes do teu corpo ...
O despertar
Um prometido
Um prometido
Biografia AQUI
segunda-feira, 29 de agosto de 2016
PATRÍCIA TENÓRIO
Detalhes (tão pequenos) de nós todos
Sou uma escritora
De aromas
Escrevente
De amores
Que tombam
Assim
Entre os meus braços
E caem
Assim
Sob os meus olhos
De amante da vida
Amante dos sonhos
Nos mínimos e mínimos detalhes
* Patricia (Gonçalves) Tenório escreve prosa e poesia desde 2004. Tem dez livros publicados, O major – eterno é o espírito (2005), As joaninhas não mentem (2006), Grãos (2007), A mulher pela metade (2009), Diálogos e D´Agostinho (2010), Como se Ícaro falasse (2012), Fără nume/Sans nom (Ars Longa, Romênia, 2013), Vinte e um/Veintiuno (Mundi Book, Espanha, abril, 2016), e A menina do olho verde (livros físico e virtual, Recife e Porto Alegre, maio e junho, 2016), traduzido para o italiano por Alfredo Tagliavia, La bambina dagli occhi verdi, a ser publicado em setembro, 2016 pela editora IPOC – Italian Paths of Culture, de Milão. Defendeu em 17 de setembro de 2015 a dissertação de mestrado em Teoria da Literatura, linha de pesquisa Intersemiose, na Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, “O retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde: um romance indicial, agostiniano e prefigural”, com o anexo o ensaio romanceado O desaprendiz de estórias (Notas para uma Teoria da Ficção), sob a orientação da Profª Dra. Maria do Carmo de Siqueira Nino, a ser publicada em outubro, 2016 pela editora Omni Scriptum GmbH & Co. KG / Novas Edições Acadêmicas, Saarbrücken, Alemanha.
sábado, 20 de agosto de 2016
MARÍLIA KUBOTA
este silêncio
é pra ser ouvido
como quem ouve
um velho amigo
como quem
põe sentido
e repercute
o menor ruído
este silêncio
é pra ser ouvido
contra o motor do avião
e placas de Proibido
pra ser ouvido
como quem anda pra trás
e acha divertido
viver por um triz
este silêncio
é pra ser cortado
por um pé de vento
e súbito cair abatido.
Biografia : Não encontrei no google, nenhuma biografia da autora que no entanto tem vários livros publicados e está nas redes sociais.
"Que nasceu em Abril de 1964, é jornalista e mestre em Estudos Literários pela UFPR.
Desde 2005 orienta oficinas de criação literária.
Colaborou com publicações literárias do Brasil,
Argentina, Portugal, França e Turquia. Publicou
os livros de poesia micropolis (2014), Esperando as
Bárbaras (2012) e Selva de Sentidos (2008) e organizou
a antologia Retratos Japoneses no Brasil (2010) " Isto foi tudo o que encontrei sobre a autora.
sábado, 13 de agosto de 2016
EDUARDA DUVIVIER
SETE
Sete donzelas dançaram
sete espadas se cruzaram
no mar revolto crispado
sete homens naufragaram
no fogo ardente envolvente
sete serpentes nasceram
sete sóis se desmancharam
nas nuvens ruivas do ar.
Sete profetas falaram
segredos de amedrontar
sete arco-íris fizeram
sete voltas pelo ar
sete lábios me beijaram
sete vezes com ardor
sete mãos me agarraram
me desfolharam no amor
sete centauros vieram
sete vezes me buscar.
Eu fui sonhando, sonhando
nos sete braços do mar.
sábado, 2 de julho de 2016
VERA DUARTE
Queria ser um poema lindo
cheirando a terra
com sabor a cana
Queria ver morrer assassinado
um tempo de luto
de homens indignos
Queria desabrochar
— flor rubra —
do chão fecundado da terra
ver raiar a aurora transparente
ser r´beira d´julion
em tempo de são João
nos anos de fartura d´espiga d´midje
E ser
riso
flor
fragrante
em cânticos na manhã renovada
do chão fecundado da terra
ver raiar a aurora transparente
ser r´beira d´julion
em tempo de são João
nos anos de fartura d´espiga d´midje
E ser
riso
flor
fragrante
em cânticos na manhã renovada
domingo, 26 de junho de 2016
EDUARDA CHIOTE
"OS PASSOS DA POESIA"
Deslizas pela delicadeza
com teus pés magoados
.
Por que caminhas agora sobre vidros,
por que exiges de ti essa aguda cautela?
Os céus teriam sido a morada, as areias finas
do nosso desencontro?
Soubera-o eu e ter-te-ia ajudado a não descalçar os sapatos.
As meias também
Deixar-te ficar com elas, durante o amor,
tem sido (foi sempre) um motivo de deleite.
De carinho.
Uma inclinação natural
de proteger-te.
Se te pintara, numa imensa e clara tela, começaria
por essa mancha: estremecida.
Estremecida!
Ia jurar que nunca te apercebeste de como posso,
em discrição, exceder-lhe os pormenores
– convocar o fascínio,
a cor, a textura; pressagiar-lhe os passos de um suor doloroso.
Por que permiti, então, o caminhares por lugares
penosos?
Não mo perdoo.
Agora que os aperfeiçoas na fuga, espero bem poder acolhê-los
como pombas,
lavar-tos com a imaginação perfumada
das nuvens,
o olhar atento ao delicado equilíbrio, no quadro,
da moldura.
Anunciavam já, no tempo em que ao meu encontro
corriam, esse enredo de minuciosas
dores? – Quais? As de viver? O competente espaço
onde os acolho para a frescura da relva
por nascer?
Biografia AQUI
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