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sábado, 26 de fevereiro de 2022

LESYA UKRAINKA - ESPERANÇA



Esperança


 Esperança Sem liberdade e sem bonança, 

Restou-me tão-só a esperança: 

Esperança de ver a Ucrânia mais uma vez,

 De ver mais uma vez meu pago amado,

 De ver mais uma vez o Dnipró azulado, -

 De lá viver ou morrer, para mim, tanto faz; 

De ver mais uma vez as estepes, seus jazigos,

 Lembrar-me enfim dos sonhos então tidos... 

Sem liberdade e sem bonança, 

Restou-me tão-só a esperança


Excerto de um poema  de Lesya Ukrainka  escrito com apenas 9 anos de idade, o poema parece ter sido inspirado pela situação de uma tia presa politica


Biografia AQUI


quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

RENASCER - MAIS UM SONHO REALIZADO

  

Nasceu hoje o meu terceiro filho literário. Renascer. Em edição bilingue graças à amizade e generosidade  do Joaquin  Duarte e da sua turma de alunos. 



"O ano de mil novecentos e sessenta e oito, caminhava a passos largos para o fim. A guerrilha das fações políticas que lutavam pela independência nas colónias estava ao rubro, enquanto na chamada Metrópole cada vez se levantavam mais vozes contra o regime."

Assim começa a história de Julião, um jovem ferido na guerra colonial, que não sabe bem ao certo quem é, mas sabe ter uma missão. Regressar para casa, e cuidar da esposa que deixara grávida, cuja fotografia carrega na carteira. 
Mas será Julião quem pensa que é?






segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

DIA 14 DE FEVEREIRO - DIA DE S. VALENTIM - DIA DOS NAMORADOS - HILDA HILST

 


   AMA-ME

Aos amantes é lícito a voz desvanecida.
Quando acordares, um só murmúrio sobre o teu ouvido:
Ama-me. Alguém dentro de mim dirá: não é tempo, senhora,
Recolhe tuas papoulas, teus narcisos. Não vês
Que sobre o muro dos mortos a garganta do mundo
Ronda escurecida?

Não é tempo, senhora. Ave, moinho e vento
Num vórtice de sombra. Podes cantar de amor
Quando tudo anoitece? Antes lamenta
Essa teia de seda que a garganta tece.

Ama-me. Desvaneço e suplico. Aos amantes é lícito
Vertigens e pedidos. E é tão grande a minha fome
Tão intenso meu canto, tão flamante meu preclaro tecido
Que o mundo inteiro, amor, há de cantar comigo. 


Hilda Hist,  já é uma poeta desta casa, e por isso a biografia já foi publicada, numa das anteriores publicações.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

MARIA DO SAMEIRO BARROSO

 



As vindimas da noite

As ancas, os ombros, as falésias flutuariam,
na noite onde se despenham as ravinas,
o corpo insidioso arrastando o mar, a boca,
os joelhos sonâmbulos,
os barcos que se cobrem de limos, grãos de areia,
esquecimento.

As harpas do horizonte ergueram-se já,
como árvores frondosas.
Nas colmeias de sangue, fervilha a rosa,
a corola verde, o tumultuoso nome,
o timbre infinito.

As ancas, os ombros, as falésias flutuariam,
na noite,
no vazio errante de um coração silábico
que se abre, suspenso,
por dentro das estrelas, à deriva.

No vazio leve das miragens, esconde-se,
nas vindimas da noite,
o corpo dormente da eternidade que rebenta,
silenciosa,
nos punhais ébrios de salsa, cinza,
aspergindo, na névoa minuciosa,
o ruir das telhas, entre ervas, dedos,
acariciados lentamente.




Biografia  e mais poemas AQUI