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sábado, 31 de dezembro de 2011
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
É NATAL
É Natal e por esse Mundo,
Quantos Corações sem Esperança
Quantas Lágrimas Rolando
Num Rostinho de Criança
Quanta Criança Descalça,
Rotinha, Magra, Faminta,
Apelando para o Mundo
Na Rua Estende a Mãozita...
Ah se eu fosse Poderosa
Bem Mais do que um Simples Ser,
Não Haveria no Mundo
Uma Criança a Sofrer
Por isso meu Bom Jesus
Quando o Sino Badalar
Vou fazer uma Oração
Tua Imagem Adorar
Pedirei Paz para o Mundo
Muito Amor para os Pequeninos
Alegria para os que Choram
E Pão para os Pobrezinhos
E Ajudando os que Sofrem
A Cada um Dando a Mão
Passaremos um Natal
Com mais Paz no Coração.
Quantos Corações sem Esperança
Quantas Lágrimas Rolando
Num Rostinho de Criança
Quanta Criança Descalça,
Rotinha, Magra, Faminta,
Apelando para o Mundo
Na Rua Estende a Mãozita...
Ah se eu fosse Poderosa
Bem Mais do que um Simples Ser,
Não Haveria no Mundo
Uma Criança a Sofrer
Por isso meu Bom Jesus
Quando o Sino Badalar
Vou fazer uma Oração
Tua Imagem Adorar
Pedirei Paz para o Mundo
Muito Amor para os Pequeninos
Alegria para os que Choram
E Pão para os Pobrezinhos
E Ajudando os que Sofrem
A Cada um Dando a Mão
Passaremos um Natal
Com mais Paz no Coração.
Maria da Luz Pedrosa
Não encontrei uma biografia da autora embora tenha encontrado trabalhos seus em vários blogues.
A TODOS OS QUE POR AQUI PASSARAM NESTE ANO DE 2011 DESEJO UM SANTO E FELIZ NATAL, COM MUITO AMOR E SAÚDE.
RETOMAREI AS VISITAS AOS VOSSOS BLOGUES EM JANEIRO. ATÉ LÁ SEJAM MUITO FELIZES.
A TODOS OS QUE POR AQUI PASSARAM NESTE ANO DE 2011 DESEJO UM SANTO E FELIZ NATAL, COM MUITO AMOR E SAÚDE.
RETOMAREI AS VISITAS AOS VOSSOS BLOGUES EM JANEIRO. ATÉ LÁ SEJAM MUITO FELIZES.
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
SANDRA AUGUSTO FRANÇA
MEMÓRIA
Esta vertigem volta agora
quase sempre ao entardecer para me contemplar
lá do alto onde costumavas mas
não, não és tu quem espreita agora pela
vidraça na calada da noite
projetando na parede uma sombra de pássaros
não és tu quem povoa a exiguidade da casa
imersa nas ruínas de
quem ecoa na ventania que se expande
pelos braços da avenida
subindo a cidade como
um mar de mosto pesando sobre as têmporas
não, já não és tu.
e à memória sobe-me então
uma imagem de lareira antiga como a
daquela casa de família no Alentejo
onde pairas ainda após anos de ausência porque
para mim serás definitivamente essa
eterna viajante afastando-se devagar
em direção à tundra gelada que precede
os meus gritos na noite
digo-te, finalmente
pertencerás para sempre a esse lugar que
visito todas as madrugadas onde
suspiros da lareira a um canto rouco
nos presenciavam em silêncio até ao fim da noite
ouve: sei, sei,
não encontrarás tão cedo outro
continente de eternidade, outra floresta
com pirilampos e neve e sempre
este sino ao longe
viajo contigo na distância dos anos
e mesmo que eu chore, sim,
mesmo que eu chore e te
envie algum dia o choro numa carta.
Sandra Augusto França
Biografia DAQUI
Sandra Augusto Pereira, nasceu em Lisboa em 1971. Estudou Engenharia, foi Gestora de Projeto, jornalista de imprensa escrita e televisão e bolseira-investigadora no Centro Nacional de Cultura. Está representada em algumas antologias e colectâneas editadas pela Secretaria de Estado da Cultura (1993), Centro Nacional de Cultura (1993), Clube Português de Artes e Ideias (1996, 1997 e 1998) e Diário de Notícias (1990). Foi distinguida com o Premio de Revelação APE/IPLB 1995 na modalidade de poesia, com o livro Estações. Com Poema dos Ausentes, Sandra Augusto França venceu em 1997 o Premio Literário Cidade de Almada.
Esta vertigem volta agora
quase sempre ao entardecer para me contemplar
lá do alto onde costumavas mas
não, não és tu quem espreita agora pela
vidraça na calada da noite
projetando na parede uma sombra de pássaros
não és tu quem povoa a exiguidade da casa
imersa nas ruínas de
quem ecoa na ventania que se expande
pelos braços da avenida
subindo a cidade como
um mar de mosto pesando sobre as têmporas
não, já não és tu.
e à memória sobe-me então
uma imagem de lareira antiga como a
daquela casa de família no Alentejo
onde pairas ainda após anos de ausência porque
para mim serás definitivamente essa
eterna viajante afastando-se devagar
em direção à tundra gelada que precede
os meus gritos na noite
digo-te, finalmente
pertencerás para sempre a esse lugar que
visito todas as madrugadas onde
suspiros da lareira a um canto rouco
nos presenciavam em silêncio até ao fim da noite
ouve: sei, sei,
não encontrarás tão cedo outro
continente de eternidade, outra floresta
com pirilampos e neve e sempre
este sino ao longe
viajo contigo na distância dos anos
e mesmo que eu chore, sim,
mesmo que eu chore e te
envie algum dia o choro numa carta.
Sandra Augusto França
Biografia DAQUI
Sandra Augusto Pereira, nasceu em Lisboa em 1971. Estudou Engenharia, foi Gestora de Projeto, jornalista de imprensa escrita e televisão e bolseira-investigadora no Centro Nacional de Cultura. Está representada em algumas antologias e colectâneas editadas pela Secretaria de Estado da Cultura (1993), Centro Nacional de Cultura (1993), Clube Português de Artes e Ideias (1996, 1997 e 1998) e Diário de Notícias (1990). Foi distinguida com o Premio de Revelação APE/IPLB 1995 na modalidade de poesia, com o livro Estações. Com Poema dos Ausentes, Sandra Augusto França venceu em 1997 o Premio Literário Cidade de Almada.
sábado, 22 de outubro de 2011
MARIA BESUGA
Capa do livro da autora
EM TUAS MÂOS
Desencantada..
Desencontrada!...
Procuro, procuro-me!...
Encontro-me!...
Encontro-Te!...
cumprida a viagem de circum-navegação no mar dos nossos sentidos.
(...)
Assim se me morrem as defesas...
Em tuas mãos...
no preciso momento em que emprenho de certezas.
Baixo armas no tapete da entrada...
entro dentro do teu corpo.
Deixo do lado de fora em mala fechada, selada...
todo e qualquer sentido de juízo...
- Este é o momento preciso!
Passaste a ser o meu jardim de girassóis,
lírios do campo e papoilas...
Faço o meu tempo cavalgar ao ritmo contrário aos dias em que registava desesperadamente o passar do tempo sem sentido
Refreio o passo!!!...
Amo-te Sagradamente!
- Guardo religiosamente o teu sorriso.
Amo-te Sagradamente!
- Guardo religiosamente o teu sorriso.
(luz reserva, para os dias mais sombrios...)
Vivo agora o espaço intemporal em que o sol me sacia a pele e me devolve a luminosidade do coração.
Por tuas mãos...
Escrevo poemas nas linhas do teu corpo.
Declamo cada verso em cada uma das tuas veias.
São de palavras minhas as gotas de sangue de que te alimentas.
- NASCE EM MIM A LUZ DE QUE ÉS A SEMENTE!...
- E entrego-me...EM TUAS MÃOS.
Biografia: Não encontrei nenhuma biografia da autora mas deixo aqui o endereço de um dos seus blogues.
BOM FIM DE SEMANA
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
LAURA LIMEIRA
A PONTE
Chegamos atrasados para o espetáculo do por-do-sol.
Aquele amarelo-ouro já ía sumindo com o seu brilho
enquanto a noite descia, negra, sobre “a ponte”.
Diante daquele mar barulhento, de águas azuis,
ficamos a admirar o horizonte longínqüo…
Alí, abraçados a namorar, fomos assistidos pela natureza
e permanecemos na cumplicidade mágica daquele
tapete de madeira e ferro, por um tempo inesquecível…
A brisa fresca acariciando a nossa pele;
O vento forte soprando nos meus cabelos;
O navio ao longe, naufragado…
Gente que ía e vinha, a passeio…
Casais que ora beijavam-se, ora davam-se às mãos e
entregavam-se em abraços carinhosos;
O barulho das ondas quebrando nas pedras…
Ah, quantas saudades que sinto de tudo…
Do por-do-sol que não vimos;
De tudo o mais que poderíamos ter vivido e não vivemos;
Da quentura das tuas mãos a segurar as minhas;
Dos nossos beijos ardentes, prolongados, apaixonados;
Saudades, só saudades…
Da tua essência em mim que se impregnou;
Desse amor sem tempo nem idade;
Dessa certeza que me deste de ser tão amada;
De enxergar em nós tamanha igualdade;
Saudades do estar contigo…
Simplesmente!
Biografia
Pernambucana do Recife, nasceu a 28 de Dezembro de 1950 . Aqui poderão encontrar a poetisa e alguma da sua obra.
Espero que vos agrade
terça-feira, 27 de setembro de 2011
HELENA BANDEIRA
Reprodução do quadro "Guernica" Foto retirada da net
A HUMANIDADE ESTÁ EMPOBRECENDO..
A lealdade do cão
vai directa para o seu dono.
Esse mesmo cão
luta com o independente gato
que persegue o esperto rato...
Sempre haverá lutas desiguais
entre todos os animais...
Poderá não estar à vista
um objectivo para a luta,
mas os instintos de disputa
em todos os casos são iguais.
No género humano não difere.
Por ínfimas diferenças,
geram-se desavenças...
Não interessa quem se fere!
Fomentam-se duras guerras
pela defesa de ideais ou de terras...
São lutas entre cidadãos,
entre homens, todos irmãos...
Disputas no seio das famílias
sem respeito, nem por homilias...
É a insânia
e a ganância.
É a incongruência
do ser definido por humano,
mas que muito tem de profano,
e que, por refinada inconsciência,
manifesta e exerce sem pejo
a sua ferocidade,
a sua perversidade,
sempre para isso urdindo ensejo...
É o homem contra o homem,
seu semelhante, seu igual,
insistindo com crueldade
em querelas vazias e desconexas,
por vezes sem termo e sem limite,
mas sempre cruéis e complexas.
É o homem, dito 'ser racional,'
que comete e desenvolve baixezas
com todo o à-vontade...
Que com grande naturalidade
desce a inomináveis profundezas
onde talvez não desça o 'irracional'!
O Homem nasceu para crescer.
Para seu corpo e espírito engrandecer
como um ser harmonioso e impoluto.
Mas neste mundo insano e corrupto
se muito cresce,
mais ainda desce...
O Homem que não se enobrece,
a própria Humanidade empobrece!
Porque desconhece a clemência,
desdenha da benevolência
e jamais cultivou o Amor!
Desvirtua o género humano
ao se tornar desumano...
ENVERGONHA E ATRAIÇOA
O SEU CRIADOR!...
biografia:
. A poetisa possui ainda um blog que poderão visitar Aqui
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
MARIA MAMEDE
O que me faz falar dela hoje é dar-vos a conhecer o lançamento do seu novo livro.
Quem estiver por perto, não deixe de ir. Vai ver que não se arrepende.
BOA SEMANA PARA TODOS
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
ROSA DIAS
Ceifeiras !
Jamais!
Jamais!
Há um cante envolto em pranto, que lembra um tempo sem volta!
Mas que vai ganhando um outro encanto, pondo de lado a revolta!
Nossos pais sofreram tanto, nossos avós ainda mais!
Nós, nós fugimos a esse pranto, p’ra não ouvirmos seus ais
Homem que foi terra foi barro, em pleno campo criado
Comeu as sopas no tarro, levou aos ombros seu fardo!
Vamos olhar de outro jeito, o progresso em caminhada
Para aliviar o peito, desta gente amargurada!
Nossos campos ainda lá estão, as searas até o gado
Mas ceifeiras, essas não, foram escravas do passado!
Ainda o sobreiro dá sombra, e a cortiça que é riqueza
Arvore que a todos deslumbra, de raiz bem portuguesa...
Ainda há regatos correndo, e há ribeiras naturais
E a chuva que Deus vai mandando, p’ra dar vida aos cereais!
Ainda se ouvem cantar os rouxinóis na ribeira
Os pardais; a chilrear em alegre cavaqueira.
Ainda há lírios, alecrim, papoilas, planícies de trigais
Codornizes, perdizes rolas, mas as ceifeiras? Jamais…
Alegra-te meu amigo, olha a alvorada, outro dia
Anda vem cantar comigo as cantigas d’álegria
Saudades sim porque não, mas passado nunca mais
Pois marcou uma geração de dores misérias e ais
O mundo está em mudança, hoje a vida tem outro fado!
Nova canção! Outra dança!
Pois o passado é passado...
Rosa Dias
Biografia
Joaquina Rosa Pedreiro Guerreiro Dias, mais conhecida por Rosa Dias, nasceu em Elvas na maternidade Mariana Martins, em 26-9-1947. Sendo baptizada e registada em Campo Maior Vila de concelho, do alto Alentejo, onde cresceu e frequentou a escola primária do Bairro Novo, e onde completou a quarta classe. Logo que saiu da escola começou a trabalhar numa torrefacção de Café, pertencente ao Sr. João Ensina, onde começou a ganhar 25 tostões por dia, e onde esteve pouco tempo, pois logo começou a trabalhar como empregada doméstica, vindo aos 13 anos para Lisboa, onde continuou no mesmo ramo.Conheceu o seu grande amor com quem viria a casar aos dezassete anos e com quem ainda vive até aos dias de hoje.
Mais Aqui
Podem também visitar o blogue da poetisa Aqui
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
ANA MARTINS
O ROSTO DA FOME
Que vergonha,
O rosto da fome
Tem olhos de criança,
Pele macia e mãos pequeninas,
E traja o presente
Com a cor da esperança
Que os seus olhos vestem dia-após-dia.
Esquecido e calado, vagueia à deriva,
Pela sorte enferma que lhe chora a vida.
Nas mãos, um punhado de restos
Tão mudo e tão mouco…
E o que sobra e que fica
É uma sombra oriunda
Da cegueira de todos!
O rosto da fome
Tem olhos de criança,
Pele macia e mãos pequeninas,
E traja o presente
Com a cor da esperança
Que os seus olhos vestem dia-após-dia.
Esquecido e calado, vagueia à deriva,
Pela sorte enferma que lhe chora a vida.
Nas mãos, um punhado de restos
Tão mudo e tão mouco…
E o que sobra e que fica
É uma sombra oriunda
Da cegueira de todos!
Que vergonha,
O rosto da fome
Tem olhos de criança!
O rosto da fome
Tem olhos de criança!
13/08/2011
Ana Martins
Ana Martins
Quem acompanha este blogue sabe que não costumo repetir nomes, a menos que se justifique.
Ana Martins teve o seu espaço neste blogue aquando da publicação do seu primeiro livro .
Não só porque acaba de ganhar um concurso de poesia, mas sobretudo porque o poema é muito belo, aqui está ela de novo.
Para todos uma boa semana
terça-feira, 6 de setembro de 2011
MARIA LASCAS
Foto da net
" Meu Amor partiste - um improviso"
Meu Amor partiste... eu sei
sempre partiste para longe, eu sei
e não há escudo que te guarde
nem euro nem barca nem vela que te traga
pois se nem notícia veio d' El-Rei...
a mesa está vazia, não há pão não há vinho
sem filhos não há leite
os velhos esquecidos nem comem
e não há pachorra que os oiça
a dizer que é a miséria de outrora que volta
como a mesa a cama está vazia
sem dinheiro os prazeres são pecado
e só as saudades ficaram
daqui te mando palavras do meu amor
que por ora ainda não paga imposto
Meu Amor partiste, eu sei
e agora até o totobola dá pouco
só se for o TGV que te traga
- se é por ele que a gente se mata...
Maria Lascas
Biografia
Na net não encontrei mais do que a data e o local do seu nascimento. Mas Maria José Lascas Fernandes .Mas a autora possui 3 blogues. Neles encontrarão não só alguns dos seus poemas, como excelentes textos dos quais destaco "A minha avó" Um texto em prosa onde mora mais poesia do que em muitos poemas que tenho lido.
AQUI encontrarão o perfil dos seus blogues. E num deles encontrarão a informação sobre os livros já publicados.
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
ADA TAVARES
O Alentejo é lá
É lá onde o Sol desce a violar
a terra provocante de nudez,
que emprenha uma e outra e outra vez,
de Sonhos, que já cansa de abortar...
É lá onde a Lonjura por lavrar
nem sombras a dividem lés-a-lés...
Só a noite a parcela e faz mercês
erguendo muros brancos de Luar.
E lá onde se chora de cantiga no
embalar dolente a Dor antiga que,
desperta, se agita e faz ruim...
Onde há suor em bagas pela eira,
e esp'ranças crepitando na lareira,
- O ALENTEJO é lá ... e é EM MIM.
HOJE HÁ PÃO ALENTEJANO?
Esta frase tão ouvida
neste tom interrogado
não é sentença perdida
nem um pregão inventado,
nem dito voando à toa ...
Oh senhores, mas quem diria
Oh senhores, mas quem diria
que eu ia ouvir isto um dia
aos balcões de Padaria
desta moderna Lisboa?!
"Hoje há pão alentejano?!"
E se o empregado diz:
-"Olhe, acabou de chegar."
ri a freguesa feliz
ri a freguesa feliz
e estende o saco apressada
pois não vá ele acabar ...
e pede firme, sem graças,
e pede firme, sem graças,
que não pode haver engano:
-"Ponha-me aí dez carcaças
-"Ponha-me aí dez carcaças
e um pão alentejano".
Ai é vê-lo meus amigos,
este pão que era só nosso,
o nosso Bem de raiz
em pretensões, sem ganância,
como ganhou importância,
- como ganhou um País.
Todos o querem agora,
Todos o querem agora,
por inteiro ... uma fatia ...
umas migalhas ... um naco
...Pão nosso de toda a hora
que é farinha doutro saco.
Venham vê-lo na Taberna
ou no fundo duma Adega
como alegra o camponês:
-ensopa o copo de três
-abafa raios e coriscos
-faz de cama prós petiscos
...e aconchegada a barriga
logo a voz se faz cantiga,
põe-se o Sol, vai-se a fadiga
que a noite mal começou,
e...'às quatro da madrugada
um passarinho cantou..."
Ó pão do meu Alentejo
que bela lição tu deste
na tua nobre humildade,
e como tu aprendeste
a usar fraternidade.?
E sem briga, e sem guerra,
E sem briga, e sem guerra,
sem essa confusão louca,
deste nome à nossa terra,
levaste-a de boca em boca...
Pois também vai a banquete
se a solenes beberetes
nas salas bem afamadas,
posto assim em pedacinhos,
feito "tapas" e "entradas',
regado com os melhores vinhos.
É o mais requisitado,pedido
por encomenda,
e vai em naperons de renda
até à mão de ministros.
E deu no goto a estrangeiros
e a certos senhores bem vistos
que o acham uma riqueza
e o querem na sua mesa ...
Não se recusa a ninguém, dá-se a ricos,
Não se recusa a ninguém, dá-se a ricos,
pobrezinhos, a crianças e a velhinhos
e aos doentes também.
Pão de Paz ! Pão de Alegria !
Pão de Amor! Pão de Verdade!
É como nós neste dia,
uma mistura sadia
de renovo e de saudade.
Ada Tavares
Biografia
Ada Tavares nasceu em Odemira a 5 de Novembro de 1930. A viver há longos anos no Feijó, transporta no peito o amor , e as recordações do seu Alentejo e um dos seus livros intitula-se mesmo "O Alentejo em mim"
Aqui pode ver um vídeo da autora declamando um dos seus poemas.
PARA TODOS BOAS LEITURAS E BOM FIM DE SEMANA
domingo, 28 de agosto de 2011
QUANDO UM COMENTÁRIO VIRA POST
AS MÃOS DA MULHER
Vestem necessitados,
ensinando a bondade.
Dão o exemplo,
ensinando o amor.
Embalam o berço,
ensinando a ternura.
Indicam o caminho,
ensinando a decidir.
Preparam alimentos,
ensinando a repartir.
Erguem as mãos,
ensinando a orar.
Abrigam o aflito,
Ensinando a esperança.
Enxugam a lágrima,
ensinando a compartilhar.
Constroem a família,
ensinando a confiar.
Plantam flores,
ensinando a trabalhar.
Ivone Boechat
Vestem necessitados,
ensinando a bondade.
Dão o exemplo,
ensinando o amor.
Embalam o berço,
ensinando a ternura.
Indicam o caminho,
ensinando a decidir.
Preparam alimentos,
ensinando a repartir.
Erguem as mãos,
ensinando a orar.
Abrigam o aflito,
Ensinando a esperança.
Enxugam a lágrima,
ensinando a compartilhar.
Constroem a família,
ensinando a confiar.
Plantam flores,
ensinando a trabalhar.
Ivone Boechat
Teve este blogue a honra de ser visitado por uma das poetisas nele representada que à laia de comentário me deixou este belo poema. Espero que gostem
Para a autora o meu muito obrigada.
tenham uma boa semana
tenham uma boa semana
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
ELIANA MORA
Redenção
Quando chego
a sonhar que voei
de verdade
sonhei mais do que voei
[na realidade]
E quando vou abrir os olhos
sem sequer tê-los
fechado
deparo-me com grades
de brinquedo
[que se abrem na
maior facilidade]
Mas que parecem
feitas da argamassa escura
de Shawnshank
[ficção]
ou de Alcatraz
[realidade]
E no entanto vejo
o sol acordar
na minha janela
mostrando de maneira
nem discreta
nem singela
que de fato não estou
numa prisão
E me pergunto
se cheguei a acreditar
um dia
em sair da extrema
fantasia
de me livrar destas paredes
[me livrar deste chão]
Liberdade muitas vezes
é feita com parceiros
uma coisa
que parece
entrar em choque
Com o visgo
que nos liga a muitos
[e invisíveis]
carcereiros
Biografia
Eliana Mora nasceu no Rio de Janeiro. Jornalista trabalhou em revista, na radio e TV e faz assessoria de imprensa.
Faz parte do movimento modernista Poetrix, com uma antologia já editada, e do grupo Escritas com duas antologias. Em 2003 publicou o seu primeiro livro a solo intitulado Mar e Jardim.
A autora tem dois blogues nos quais poderão encontrar muitos dos seus poemas. Aqui ou Aqui
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
GISELA RAMOS ROSA
Nota: Esta fotos de crianças jogando à bola na Cova da Moura, é de autoria de Alfredo Muñoz de Oliveira, e foi uma das que integrou em 2009, uma exposição em Nova Iorque de mais de cem fotos e vídeos sobre a Diáspora africana no sul da Europa.
Na Cova da Moura
há crianças há mães há pais há avós
há crioulo nas vozes que ecoam como cânticos
há sorrisos que esperam peregrinos
há mãos que labutam na espessura do dia da noite
há dedos gretados pela árdua matéria
Na Cova da Moura
há claros gritos sufocados à nascença
há desejo da terra firme lá longe
na distância que o mar separa e o tempo une
no concreto chão onde se mora
há horas em que só o silêncio chora
Na Cova da Moura
há crianças que pedem afecto aos peregrinos
abraçam as mãos de quem as olha
enlaçam seus rostos em nossos rostos
sorriem sempre sorriem e ensinam
a olhar um outro mundo
Na Cova da Moura
há festas barcos dançando em cinturas pelas ruas
rituais da origem reiterados pelo destino
há batuques que ecoam aquela África
há danças em que só o corpo fala
há mulheres que perdem filhos no asfalto
há mulheres que vestem seus trajes e sobem ao palco
e com o som que percutem nas tchabetas (batuques)
sua alma retempera e renova sua acção
Na Cova da Moura
há cânticos que dizem vidas duras
há ecos de crioulo pelas ruas
há sorrisos mãos e dignidade
Na Cova da Moura
há crianças há mães há pais há avós
há crioulo nas vozes que ecoam como cânticos
há sorrisos que esperam peregrinos
há mãos que labutam na espessura do dia da noite
há dedos gretados pela árdua matéria
Na Cova da Moura
há claros gritos sufocados à nascença
há desejo da terra firme lá longe
na distância que o mar separa e o tempo une
no concreto chão onde se mora
há horas em que só o silêncio chora
Na Cova da Moura
há crianças que pedem afecto aos peregrinos
abraçam as mãos de quem as olha
enlaçam seus rostos em nossos rostos
sorriem sempre sorriem e ensinam
a olhar um outro mundo
Na Cova da Moura
há festas barcos dançando em cinturas pelas ruas
rituais da origem reiterados pelo destino
há batuques que ecoam aquela África
há danças em que só o corpo fala
há mulheres que perdem filhos no asfalto
há mulheres que vestem seus trajes e sobem ao palco
e com o som que percutem nas tchabetas (batuques)
sua alma retempera e renova sua acção
Na Cova da Moura
há cânticos que dizem vidas duras
há ecos de crioulo pelas ruas
há sorrisos mãos e dignidade
Gisela Ramos Rosa
Biografia
Gisela Maria Gracias Ramos Rosa nasceu a 13 de Janeiro de 1964 em Lourenço Marques, a actual cidade de Maputo em Moçambique. Artista de múltiplos talentos, Gisela escreve, pinta, fotografa sempre com um olhar atento e critico. Gisela é sobrinha do grande poeta algarvio, António Ramos Rosa. Podia escrever muito mais sobre a autora, porém convido-vos a visitar a sua página.
Aqui poderão não só saber mais sobre a autora como ler outros poemas.
quarta-feira, 6 de julho de 2011
ANA MARTINS
Está aí mais um livro de poesia. Ave sem Asas de Ana Martins que alguns de vós conheceis do blogue com o mesmo titulo. O livro tem uma bela apresentação ( visível na foto da capa aqui fotografada) tem além de belos poemas, uma nota introdutória de Maria José Areal, uma outra poetisa já apresentada neste espaço.
O livro é edição da autora e se alguém estiver interessado pode dirigir-se ao blogue e informar-se de como fazer para o obter.
O TEU CORAÇÃO, AVE SEM ASAS
O teu coração, é a ave mais bela
De todas as aves.
Não tem asas mas voa,
Voa de coração em coração,
Voa mais alto que as próprias aves.
O teu coração, é ave de ternura,
É a ave que voa,
Numa linda manhã de Primavera.
É das aves a mais pura,
A mais linda e a mais sincera.
Dava tudo para agarrar
Essa ave que voa contra o vento,
Que esvoaça de alegria,
Que não quer ser prisioneira.
Sinto que ela foge,
A cada minuto que passa
A sinto mais longe, mais distante,
Mais linda e mais livre.
Mas choro,
Choro por não poder fazê-la minha!
Queria tanto o teu coração,
Essa ave que tens dentro de ti
E que te comanda como ela quer,
Queria que se entregasse A mim e só a mim!
Mas isto é querer muito?
Talvez sim e talvez não!
Talvez um dia eu entenda,
Essa ave misteriosa
Que se chama coração!
Ana Martins
Biografia:
Ana Paula do Vale Simões Martins, mulher, esposa e mãe, autodidacta. Ribatejana, natural de Santarém e Fafense por adopção, cidade onde reside há 17 anos. Filha de Joaquim Pires Simões e Maria Augusta Barros do Vale. O pai militar e a mãe doméstica, passou a infância entre África e Portugal. O que lhe permitiu o contacto e uma perspectiva de diferentes culturas, enriquecendo assim o sentido humanista, característico na sua personalidade.
Ana Martins, frequentou a Escola Secundária de Paços de Ferreira onde viveu grande parte da adolescência e parte da vida adulta.
Desde muito jovem começou a sentir afeição pela escrita, escrevendo o seu diário que enriquecia dando os primeiros passos na poesia.
Nota: Esta biografia é de autoria de Victor Manuel do Vale Simões e está inserida na aba da capa do livro.
quarta-feira, 1 de junho de 2011
1 DE JUNHO---- DIA DA CRIANÇA ---SANDRA MAMEDE
SER CRIANÇA
Ser criançaNão é somente ter pouca idade
E sim esquecer a idade física
A nossa verdadeira idade está na mente
É o que se sente.
Ser criança
É perseguir a felicidade
Sem se importar com a idade.
É esquecer um pouco das responsabilidades
Sem contudo ser irresponsável.
É viver intensamente o presente
Não viver condicionado ao futuro
Nem ruminando o passado
É amar intensamente
E viver essa paixão sem precedentes
É sempre sorrir
Sempre estar aberto para o novo
Ser criança
É nascer de novo a cada dia...
Sandra Mamede
Biografia Daqui
Sandra Maria Mamede Farias é a única filha, de uma família de sete, que não foi registrada com nome árabe. Sandra Mamede (como prefere ser chamada), nasceu e foi criada em Salvador, "Cidade linda e bela que amo muito", e encontrou o equilíbrio entre uma educação rígida e rigorosa por parte do pai e um pouco mais liberal por parte da mãe.
Na época de sua infância, foi muito incentivada pelo pai a ler os famosos gibis... "Hoje posso afirmar com segurança que me ajudaram muito na leitura e na escrita". Sandra lê tudo o que lhe cai nas mãos, mas tem seus escritores preferidos: Sidney Sheldon, Dostoiévski, João Ubaldo Ribeiro, Jorge Amado, Eça de Queiros e qualquer outro bom autor. "Em minha vida, Jesus está em primeiro lugar, pois 'O' aceitei como único Senhor e Salvador da minha vida".
Na época de sua infância, foi muito incentivada pelo pai a ler os famosos gibis... "Hoje posso afirmar com segurança que me ajudaram muito na leitura e na escrita". Sandra lê tudo o que lhe cai nas mãos, mas tem seus escritores preferidos: Sidney Sheldon, Dostoiévski, João Ubaldo Ribeiro, Jorge Amado, Eça de Queiros e qualquer outro bom autor. "Em minha vida, Jesus está em primeiro lugar, pois 'O' aceitei como único Senhor e Salvador da minha vida".
Romântica por natureza, Sandra ainda acredita no amor, aquele amor total, intenso e sincero. "Sempre me perguntam se vivo aquilo que escrevo ou se escrevo aquilo que vivo... bem... escrevo tudo o que sinto, o que percebo, o que vejo... lembranças, fantasias, sentimentos, sonhos, desejos, decepções, acho particularmente que o poeta escreve o que lhe sai das entranhas, e além de colocar a minha alma em tudo o que escrevo, também escrevo sobre o que observo a minha volta, crio personagens... e nessa hora não é Sandra a protagonista, é sim a poeta escrevendo, vivendo e passando através do seu "eu poético".
Sandra tem 49 anos, é professora de português, francês e literatura num colégio público estadual de Salvador, e gosta muito de sua profissão: "Hoje podemos afirmar sem sombra de dúvida que é mais um sacerdócio do que um meio de sobrevivência". Gosta muito de música romântica brasileira, francesa e italiana, gosta de cinema, praia, mar, a natureza de um modo geral. Enfim... quem é Sandra Mamede? Em suas próprias palavras: "Sou 'humana' e principalmente sou 'mulher'!"
terça-feira, 24 de maio de 2011
DIVA CUNHA
Em casa sozinha
Em casa sozinha
para matar meu desejo
leio poesias
não beijo
Me masturbo
e me contorço
leio poesias
não ouço
a voz
onda da pele clara
que aflora
sobre meus ossos
Em casa
entre coqueiros e arcos
ouço o desejo e passo
pelo fim do meu desejo
portas adentro atravesso
prendo sonhos entre paredes
minhas mãos prendem nos versos
os meus desejos inda verdes.
Diva Cunha
Biografia DAQUI
Em casa sozinha
para matar meu desejo
leio poesias
não beijo
Me masturbo
e me contorço
leio poesias
não ouço
a voz
onda da pele clara
que aflora
sobre meus ossos
Em casa
entre coqueiros e arcos
ouço o desejo e passo
pelo fim do meu desejo
portas adentro atravesso
prendo sonhos entre paredes
minhas mãos prendem nos versos
os meus desejos inda verdes.
Diva Cunha
Biografia DAQUI
Nascida em 10 de dezembro de 1947, em Natal, (RN), Diva Cunha está se revelando uma das principais poetas da contemporaneidade. Formou-se em Letras, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e fez a pós-graduação na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, defendendo a dissertação Dom Sebastião: a metáfora de uma espera. Foi professora de Literatura Portuguesa no curso de Letras da UFRN, até aposentar-se, e, atualmente, faz o curso de doutorado na Universidade de Barcelona, e integra os quadros da Universidade Potiguar, onde ensina História da Literatura do Rio Grande do Norte e Cultura Brasileira, temas que se tornaram objeto de inúmeras pesquisas. Seu primeiro livro — Canto de página — revelou uma poetisa madura, com extrema capacidade de manejo do verso e com uma dicção própria. Os seguintes — Palavra estampada e Coração de lata — reforçam a noção de uma poética que trabalha a emoção e a razão, tentando atingir o equilíbrio possível entre elas. Seus principais temas poderiam ser assim resumidos: a poesia, a cidade, a mulher. |
domingo, 1 de maio de 2011
1º DOMINGO DE MAIO - DIA DA MÃE
AQUELA MULHER É MINHA MÃE
Aquela mulher, com brilho no olhar,
firmeza inabalável,
passos apressados, voz forte,
desafiou a todos,
a si mesma desafiou muito mais,
nunca se deteve... avançou em paz.
É a mesma mulher que na solidão,
na pobreza ou na fartura,
dividiu tudo o que sempre conquistou.
Aquela mulher
que passou por cima da brasa
dos seus próprios medos,
caminhou enfrentando
a resistência do movimento
dos sem ideal,
dos sem meta, dos sem coragem...
Aquela mulher atravessou montanhas,
percorreu caminhos de pedra,
chorou em silêncio, sozinha, confiou,
mesmo quando lhe afirmavam
que o mundo ia desabar.
Aquela mulher
é minha mãe!
Ela não seguiu os sinais no caminho,
apontados para o fracasso,
sofreu, viveu,
viverá sempre,
em tudo ou toda obra,
porque vai deixar muito mais
para frente do que para trás.
Ivone Boechat
Biografia
Ivone Boechat de Oliveira é bacharel em Direito, pela Universidade Cândido Mendes; Graduada em Pedagogia e Pós-Graduada em Educação, pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro; e Mestre em Educação e PhD em Psicologia da Educação, pela Wisconsin International University, dos EUA. É membro da Academia Duquecaxiense de Letras e Artes, em Duque de Caxias .
Tem 16 livros publicados, e inúmeras palestras.
Aquela mulher, com brilho no olhar,
firmeza inabalável,
passos apressados, voz forte,
desafiou a todos,
a si mesma desafiou muito mais,
nunca se deteve... avançou em paz.
É a mesma mulher que na solidão,
na pobreza ou na fartura,
dividiu tudo o que sempre conquistou.
Aquela mulher
que passou por cima da brasa
dos seus próprios medos,
caminhou enfrentando
a resistência do movimento
dos sem ideal,
dos sem meta, dos sem coragem...
Aquela mulher atravessou montanhas,
percorreu caminhos de pedra,
chorou em silêncio, sozinha, confiou,
mesmo quando lhe afirmavam
que o mundo ia desabar.
Aquela mulher
é minha mãe!
Ela não seguiu os sinais no caminho,
apontados para o fracasso,
sofreu, viveu,
viverá sempre,
em tudo ou toda obra,
porque vai deixar muito mais
para frente do que para trás.
Ivone Boechat
Biografia
Ivone Boechat de Oliveira é bacharel em Direito, pela Universidade Cândido Mendes; Graduada em Pedagogia e Pós-Graduada em Educação, pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro; e Mestre em Educação e PhD em Psicologia da Educação, pela Wisconsin International University, dos EUA. É membro da Academia Duquecaxiense de Letras e Artes, em Duque de Caxias .
Tem 16 livros publicados, e inúmeras palestras.
segunda-feira, 21 de março de 2011
HOJE É PRIMAVERA E DIA MUNDIAL DE POESIA
Foto de EUDORA PORTO
Porque começa hoje a Primavera, mas é também o dia Mundial de poesia, mas sobretudo porque se apresentará hoje o PEC 4 no Parlamento, e todas nós mulheres e mães estamos muito preocupadas com a situação actual deste País que parece uma jangada à deriva pelos mares da desilusão, resolvi postar hoje um poema de uma poetisa que já repete neste blogue, mas que acho muito a propósito. Maria José Areal. Para quem não conhece, e deseja saber mais sobre a autora é só procurar aqui .
JANELAS DE ESPERANÇA
Abram-se as janelas
Da esperança!
Neste tempo de desilusão
O mundo entulha-nos
Com pactos de desgraça,
Ondas de desdém,
Ventos de cobiça
Arremessando a esperança
Para o universo do sonho.
É o desamor
Que assola este tempo
No tempo de todos nós.
A criança caminha
Sem rumo certo,
O jovem não vê
As coordenadas do caminho
Os homens e as mulheres
Procuram na noite o abrigo
Para tamanha dor.
A incerteza cultiva a desgraça
E... não sabemos por onde ir.
Abram-se as janelas da esperança!
Maria José Areal (do seu livro "À Deriva")
A TODOS OS QUE POR AQUI PASSAM, UMA EXCELENTE SEMANA
terça-feira, 8 de março de 2011
DIA 8 DE MARÇO - DIA INTERNACIONAL DA MULHER
UMA MULHER
Uma mulher traz mãos estendidas e pulsos frágeis,
Mas suporta os pesos imprevisíveis da vida.
Traz uma urgência de amparo,
Sustenta um olhar firme e claro
Na obscuridade das ruas onde, às vezes, transita.
Traz o rosto entre lua e estrelas
E uma esperança que se levanta com o sol das manhãs.
Nos lábios, o gosto das maçãs,
E no riso, a aragem fresca da brisa.
Uma mulher possui, oculta e insuspeitada,
Uma força paradoxal,
Que pode ser mortal
Ou reordenar a vida.
Uma mulher traz a semente polinizada e nascida
Na aridez de qualquer tempo.
Traz uma referência de amor,
Dedos esculpidos para acariciar a flor
E um véu que lhe preserva o instinto.
Uma mulher traz um silêncio e uma explosão,
Um delírio e uma prostração,
E uma certeza que a torna triunfante.
Uma mulher traz uma vibração constante,
Uma busca por sentir-se livre
E um poder de inventar caminhos.
Traz os derradeiros carinhos,
O peito despojado,
E possui-se de ternuras.
Uma mulher acumula-se de procuras,
De persistências e de encantamento.
Uma mulher traz o sábio gesto de um momento
E uma luz projectada para o infinito!
Lúcia Barcelos
Porto Alegre
Biografia
POR MAIS QUE PROCURASSE NÃO ENCONTREI NENHUMA BIOGRAFIA DA AUTORA . SE ALGUM DOS AMIGOS QUE ME COSTUMA VISITAR SOUBER ALGUMA COISA SOBRE A AUTORA AGRADECIA QUE ME INFORMASSE.
domingo, 23 de janeiro de 2011
MARTHA MEDEIROS
PEDAÇOS DE MIM
Eu sou feito de
Sonhos interrompidos
detalhes despercebidos
amores mal resolvidos
Sou feito de
Choros sem ter razão
pessoas no coração
atos por impulsão
Sinto falta de
Lugares que não conheci
experiências que não vivi
momentos que já esqueci
Eu sou
Amor e carinho constante
distraída até o bastante
não paro por instante
Já
Tive noites mal dormidas
perdi pessoas muito queridas
cumpri coisas não-prometidas
Muitas vezes eu
Desisti sem mesmo tentar
pensei em fugir,para não enfrentar
sorri para não chorar
Eu sinto pelas
Coisas que não mudei
amizades que não cultivei
aqueles que eu julguei
coisas que eu falei
Tenho saudade
De pessoas que fui conhecendo
lembranças que fui esquecendo
amigos que acabei perdendo
Mas continuo vivendo e aprendendo.
Biografia
Martha Medeiros é gaúcha de Porto Alegre, onde reside desde que nasceu. Fez sua carreira profissional na área de Propaganda e Publicidade, tenho trabalhado como redatora e diretora de criação em vária agências daquela cidade. Em 1993, a literatura fez com que a autora, que nessa ocasião já tinha publicado três livros, deixasse de lado essa carreira e se mudasse para Santiago do Chile, onde ficou por oito meses apenas escrevendo poesia.
De volta ao Brasil, começou a colaborar com crônicas para o jornal Zero Hora, de Porto Alegre, onde até hoje mantém coluna no caderno ZH Donna, que circula aos domingos, e outra — às quartas-feiras — no Segundo Caderno. Escreve, também, uma coluna semanal para o sítio Almas Gêmeas e colabora com a revista Época.
Seu primeiro livro, Strip-Tease (1985), Editora Brasiliense - São Paulo, foi o primeiro de seus trabalhos publicados. Seguiram-se Meia noite e um quarto (1987), Persona non grata (1991), De cara lavada (1995), Poesia Reunida (1998), Geração Bivolt (1995), Topless (1997) e Santiago do Chile (1996). Seu livro de crônicas Trem-Bala (1999), já na 9a. edição, foi adaptado com sucesso para o teatro, sob direção de Irene Brietzke. A autora é casada e tem duas filhas.
biografia DAQUI
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