DO MEU CANCIONEIRO
Ó meu barquinho veleiro
Onde levas meu sonhar?
Amor é mar traiçoeiro
E eu tenho medo do mar!
Eu julguei ver nos teus olhos
Um lago de mansas águas.
Mas foram um mar de abrolhos
Onde afoguei minhas mágoas.
Cansada, mas não vencida
Apesar de há muito andar
Sozinha no mar da vida,
contra a maré a remar!
Porque será que és medonho,
Mar, se em ti ruge a procela?
Tempestades tem a vida,
e ninguém tem medo dela.
Mar, apesar do perigo
Que nos mata quando queres,
vale mais lutar contigo
Que aturar certas mulheres!
Maria Helena Bota Guerreiro