Globalização
Já não basta o sangue nosso derramado?
Sou a voz que clama no deserto,
Libertem o meu povo.
Não queremos as asas que nos cortaram,
Nem o limbo que nos trouxeram;
Testa por testa se quiserem,
Deixem-nos curvados aos nossos ancestrais,
Dançando Mapico,
Saboreando a deliciosa Nyangana;
Mesmo sem as asas que nos cortaram,
Com o limbo que nos trouxeram;
Depois chamam-nos pretos,
E esquecem que somos pretos, sim.
Somos pretos.
Pretos da cor do carvão,
Do carvão da nossa terra,
Terra rica de cultura;
Somos pretos.
Pretos da cor do povo,
Povo preto da minha terra,
Terra rica de cultura;
Sou a voz que clama no deserto,
Libertem o meu povo;
Não nos matem com o samba e o bacalhau...
Não nos corrompem com as vossas vestes. Pobre capulana.
Já não basta o sangue nosso derramado?
Agora a moda, o som, o paladar?
Biografia
Lizete António Sitoe, nasceu na capital de Moçambique, cidade de Maputo, antiga Lourenço Marques aos 26 de janeiro de 1998. É estudante de técnico aduaneiro, poetisa, declamadora, amante da psicologia, professora nas escolas dominicais da igreja evangélica assembleia de Deus, onde tornou-se Cristã e foi baptizada.
Escrevia poemas desde a sua infância e começou a declamar no ano 2015 especialmente para a sua Mãe, em seguida na sua instituição e com o tempo foi se expondo nos saraus de poesia, nas Rádio e tv's e foi vencedora em vários concursos de poesia na sua instituição. Em 2016 participou em certos eventos de moda, como estátua humana e em 2017 tornou-se membro da associação Nkaringana Arte e coordenadora de eventos na associação Fénix e iniciou um movimento "pequeninos de Jesus " em seu centro dominical.