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sexta-feira, 9 de outubro de 2015
VÓLIA LOUREIRO, DE AMARAL LIMA
FADO DE UM NAVEGANTE
Ah meu Portugal!
Tão distante de ti agora,
Vagueia a minha nau,
Perdida nos mares de calmaria!
Se antes navegava incontinenti,
Havia a certeza de um porto a voltar,
Hoje, apenas navego.
E teu porto está longe, longe...
Não tenho mares para retornar.
Ah meu Portugal!
Nem o céu sobre nós é mais o mesmo.
Tão distante de mim estão minhas estrelas,
Que à noite, as que vejo, estranhas me parecem,
São apenas frios luzeiros, que a minh'alma não aquecem.
Ah meu Portugal!
Já não escuto mais o teu fado,
E a poesia de mim se apartou,
Restou apenas, esse lamento cantado
A contar o que já foi um grande amor.
Hoje navego, por navegar apenas,
Deixo-me levar, pelas ondas pequenas,
Em mares calmos ou de procelas,
Sem mapas, estrelas, sem vela e nem fados.
Navego assim, com enfado,
Sentindo-me expatriado,
Por ver-me livre das tuas cadenas.
in Antologia de Poesia Contemporânea Entre o Sono e o Sonho da Chiado Editora
Edição 2015
Biografia
Vólia Loureiro de Amaral Lima, ou Vólia Loureiro, é brasileira, paraibana, engenheira civil, É poetisa e romancista, e artista plástica. Publicou "Aos Que Ainda Sonham" em poesia e "Onde as paralelas se encontram" romance. A autora tem um blog que poderão visitar aqui
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