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sexta-feira, 29 de abril de 2022

29 DE ABRIL DE 2008 - 14º ANIVERSÁRIO DE A MULHER E A POESIA

                                                 









MULHERES À BEIRA MAR



Confundido os seus cabelos com os cabelos
do vento, têm o corpo feliz de ser tão seu e
tão denso em plena liberdade.

Lançam os braços pela praia fora e a brancura
dos seus pulsos penetra nas espumas.

Passam aves de asas agudas e a curva dos seus
olhos prolonga o interminável rastro no céu branco.

Com a boca colada ao horizonte aspiram longamente 
a virgindade de um mundo que nasceu.

O extremo dos seus dedos toca o cimo de
delícia e vertigem onde o ar acaba e começa.

E aos seus ombros cola-se uma alga, 
feliz de ser tão verde.





Foi com este poema de Sophia de Mello Breyner Andresen que este blogue nasceu faz hoje 14 anos.  A festa está aí .  Com um enorme obrigado para vós.




Obrigado Noname

segunda-feira, 25 de abril de 2022

25 DE ABRIL - DIA DA LIBERDADE - SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN



25 de Abril

 

Esta é a madrugada que eu esperava

O dia inicial inteiro e limpo

E livres habitamos a substância do tempo

Onde emergimos da noite e do silêncio.


Sophia de Mello Breyner  Andresen



REVOLUÇÃO

 


Como casa limpa

Como chão varrido

Como porta aberta

 


Como tempo novo

Como puro início

Sem mancha nem vício

 

Como a voz do mar

Interior de um povo

 

Como página em branco

Onde o poema emerge

 

Como arquitectura

Do homem que ergue

Sua habitação

 

27 de Abril de 1974



Sophia de Mello Breyner  Andresen

segunda-feira, 18 de abril de 2022

EMILY DICKINSON


Para fazer uma campina


Para fazer uma campina
basta um só trevo e uma abelha.
Trevo, abelha e fantasia.
Ou apenas fantasia
Faltando a abelha.

Emily Dickinson




Biografia AQUI

domingo, 17 de abril de 2022

P0ÁSCOA FELIZ

 



A todos os amigos/as que por aqui costumam passar, desejo-vos uma Páscoa com muita Saúde, Paz e Amor.

quarta-feira, 13 de abril de 2022

HILDA HIST


 Tenta-me de novo

E por que haverias de querer minha alma
Na tua cama?
Disse palavras líquidas, deleitosas, ásperas
Obscenas, porque era assim que gostávamos.
Mas não menti gozo prazer lascívia
Nem omiti que a alma está além, buscando
Aquele Outro. E te repito: por que haverias
De querer minha alma na tua cama?
Jubila-te da memória de coitos e acertos.
Ou tenta-me de novo. Obriga-me.

Hilda Hist


Hilda Hist, já é habitual nesta casa pelo que a sua biografia já foi publicada num post anterior

domingo, 3 de abril de 2022

RUPI KAUR

 Não quero ter você


não quero ter você

para preencher minhas partes
vazias
quero ser plena sozinha
quero ser tão completa
que poderia iluminar a cidade
e só aí
quero ter você
porque nós dois juntos
botamos fogo em tudo


Rupi Kaur



Biografia AQUI

sexta-feira, 1 de abril de 2022

JOSEFINA ÁLVARES DE AZEVEDO

 

Ao rugido medonho da tormenta

Que a alma nos esmaga, nos trucida,

Não pensem que maldigo a triste vida

Nem o sopro de Deus que ora me alenta

Nem um momento só sou esquecida

De quem criou o mundo e aviventa

A flor do prado, a fera mais cruenta,

A tudo, enfim, que tem ou não tem vida

É doce nas agruras da existência

Lembrarmos a divina onipotência,

Erguermos para o céu o coração!

Naquele terno enlevo de fé pura

É sempre mui feliz a criatura

Que forças vai buscar no coração.

Josefina Álvares de Azevedo


Biografia, AQUI