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domingo, 27 de setembro de 2009

AMÉLIA DALOMBA

Foto de um quadro do pintor angolano Eleuterio Sanches retirada DAQUI

HERANÇA DE MORTE

Lírios em mãos de carrascos

Pombal à porta de ladrões

Filho de mulher à boca do lixo

Feridas gangrenadas sobre pontes quebradas

Assim construímos África nos cursos de herança e morte

Quando a crosta romper os beiços da terra

O vento ditará a sentença aos deserdados

Um feixe de luz constante na paginação da história

Cada ser um dever e um direito

Na voz ferida todos os abismos deglutidos pela esperança



Amélia Dalomba


Biogradia



Amélia Dalomba, nasceu em Cabinda aos 23 de Novembro de 1961. Tem exercido actividades profissionais em diversas áreas do jornalismo, nomeadamente radiofónico e de imprensa. Publicou poemas e artigos no Jornal de Angola. Presentemente prossegue os estudos superiores de Psicologia.

É uma das poucas vozes femininas que no nosso meio literário demonstra um relevante interesse em trazer contribuições novas para a poesia angolana. A sua dicção poética insere-se, até este momento, numa das correntes visíveis entre os autores da Geração das Incertezas, a chamada Geração de 80.

Tal tendência ou corrente manifesta-se através de um ostensivo tratamento estético da relação que se estabelece entre o homem e a mulher. Nota-se o recurso a um despojamento vocabular denso do ponto de vista semântico, resultando daí aquilo a que poderia denominar uma poética corporal.

Sobre a poesia desta autora, Manuel Rui diz: " No sentir, o laboratório dos sentidos para escrita, percebe-se à primeira vista, que é mesmo feminino".

Amélia Dalomba é membro da União dos Escritores Angolanos em cujos corpos gerentes tem ocupado diversos cargos. Publicou: Ânsia (1995) e Sacrossanto Refúgio (1996)

Biografia DAQUI

domingo, 20 de setembro de 2009

GABRIELA MISTRAL


imagem da net

VERGONHA

Se tu me olhas, eu me torno formosa

como a erva a quem desceu o orvalho,

e desconhecerão minha face gloriosa

as altas canas quando baixe o rio.

Tenho vergonha de minha boca triste,

de minha voz rota, de meus joelhos rudes;

agora que me olhaste e que vieste,

me percebi pobre e me toquei desnuda.

Nenhuma pedra no caminho achaste

mais despida de luz na alvorada

que esta mulher a quem levantaste,

porque ouviste seu canto, o olhar.

Eu me calarei para que não conheçam

minha ventura os que passam pelo campo,

no fulgor que há em minha face tosca

e no tremor que há em minha mão...

É noite e desce à erva o orvalho;

olha-me fundo e fala-me com ternura,

que de manhã, ao descer ao rio

a que beijaste levará formosura!

Gabriela Mistral


Biografia

Gabriela Mistral foi o pseudónimo escolhido por Lucila de Maria del Perpetuo Socorro Godoy Alcayaga (Vicuña, 7 de Abril de 1889 - Nova Iorque, 10 de Janeiro de 1957). Poetisa, educadora, diplomata e feminista chilena, vencedora do Prémio Nobel da Literatura em 1945. Os temas centrais nos seus poemas são o amor, o amor de mãe, memórias pessoais dolorosas e mágoa e recuperação. Lucíla nasceu na cidade de Vicuña, Chile, em 7 de Abril de 1889. Seu pai abandonou a família quando Lucíla completou três anos de idade. A mãe de Lucila faleceu no ano de 1929 e a escritora lhe dedicou a primeira parte de seu livro Tala, a que chamou: Muerte de mi Madre. Educada em sua cidade natal, começou a trabalhar como professora primária (1904) e ganhou renome ao vencer os Juegos Florales de Santiago (1914) com Sonetos de La muerte, sob o pseudónimo de Gabriela Mistral,cuja escolha deu-se em homenagem aos seus poetas predilectos: o italiano Gabriele D'Annunzio e o provençal Frédéric Mistral.

Em 1922 é convidada pelo Ministério da Educação do México a trabalhar nos planos de reforma educacional daquele país. O Prémio Nobel transformou-a em figura de destaque na literatura internacional e a levou a viajar por todo o mundo e representar seu país em comissões culturais das Nações Unidas, até falecer em Hempstead, estado de Nova Iorque, nos Estados Unidos.

A notoriedade a obrigou a abandonar o ensino para desempenhar diversos cargos diplomáticos na Europa. Tida como um exemplo de honestidade moral e intelectual e movida por um profundo sentimento religioso, a tragédia do suicídio do noivo (1907) marcou toda a sua poesia com um forte sentimento de carinho maternal, principalmente nos seus poemas em relação às crianças. Em sua obra aparecem como temas recorrentes: o amor pelos humildes, um interesse mais amplo por toda a humanidade.


Biografia DAQUI



À MARGEM:

PARA QUEM VIVE NO PORTO OU PERTO, NÃO ESQUECER HOJE O LANÇAMENTO DO NOVO LIVRO DA PIN ÀS 16 HORAS NO ATENEU COMERCIAL DO PORTO.

TAMBÉM PARA AQUELES QUE APENAS TOMARAM CONHECIMENTO COM A POESIA DE TÂNIA TOMÉ ATRAVÉS DESTE ESPAÇO, INFORMO QUE A AUTORA POSSUI DOIS ESPAÇOS ONDE PODE CONHECÊ-LA MELHOR BEM COMO À SUA OBRA.

AQUI

E

AQUI


VÃO ATÉ LÁ E NÃO SE ARREPENDERÃO

UMA BOA SEMANA A TODOS

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

REGINA COELI




O uivo do vento

Quando na sua solidão
encontrar a minha ausência.
Quando nos seus abraços
não encontrarem o meu peito,
quando os seus lábios
não encontrarem os meus beijos,
quando na sua saudade encontrar um lamento,
escuta o uivo do vento.
Serei em sua vida
um raio, uma tempestade,
um murmúrio na escuridão.
Um gemido de saudades
voando no seu desejo.
Estarei no brilho dos seus olhos,
serei o seu aconchego
e no delírio de amor
serei o seu calor!
Nos meus lençóis amarrotados
que a lua enche de luar
aonde você vai acordar,
encontrará suspiros ternos de amor.
Vem bailar nos olhos de quem lhe ama,
não deixe apagar essa chama
que a lua a noite ateou.
Serei um toque de veludo,
serei tudo...
Serei a felicidade, serei a vida
jamais esquecida...
Serei a alma que o desejo agita,
o eco do silêncio, que grita
Serei você e serei eu...

Regina Coeli


Biografia

"Sou uma pessoa guerreira e espiritualista. Gosto de fazer amizades, viajar e ir ao encontro de novas culturas. Fiel aos meus princípios, sou amorosa, adoro escrever, sonhar, namorar, tomar banhos de cachoeiras e viver a vida intensamente. Gosto de olhar o mundo na cor do céu! Adoro os meus filhos, o meu neto e os meus amigos. Tomara que vocês gostem do meu cantinho, desejo muita luz a todos! Deixo uma mensagem para reflexão. Existem pedras, não desista de andar... Existem barreiras, não desista de pisar... Existem os nós, é preciso desatar. Existe o desânimo, é o pior que há. A estrada é longa, não desista de chegar. Existe o cansaço, é preciso caminhar. Existe a derrota, você nasceu para ganhar. Existe o desamor... é fundamental amar..."

Estas são as palavras com que a autora se descreve no seu blogue

http://deusaodoya.blogspot.com/

domingo, 6 de setembro de 2009

SOROR VIOLANTE DO CÉU





SONETO

Vida que não acaba de acabar-se,
Chegando já de vós a despedir-se,
Ou deixa, por sentida, de sentir-se,
Ou pode de imortal acreditar-se.

Vida que já não chega a terminar-se,
Pois chega já de vós a dividir-se,
Ou procura, vivendo, consumir-se,
Ou pretende, matando, eternizar-se.

O certo é, Senhor, que não fenece,
Antes no que padece se reporta,
Por que não se limite o que padece.

Mas viver entre lágrimas, que importa
Se vida que entre ausência permanece
É só viva ao pesar, ao gosto morta?

soror Violante do Céu


Biografia



Soror Violante do Céu (1602-1693) era uma freira dominicana que na vida secular se chamou Violante Montesino. Professou no Convento de Nossa Senhora do Rosário da Ordem de S. Domingos em 1630. Foi uma das poetizas mais consideradas do seu tempo, sendo conhecida pelos meios culturais da época como Décima Musa e Fénix dos Engenhos Lusitanos. É hoje um dos máximos expoentes da poesia barroca em Portugal. Aos 17 anos celebrizou-se ao compor uma comédia para ser representada durante a visita de Filipe II a Lisboa. Além do volume Rimas publicado em Ruão em 1646 e do Parnaso Lusitano de Divinos e Humanos Versos, publicado em Lisboa em 1733 em dois volumes, tem várias composições poéticas na Fénix Renascida.

Biografia retirada daquihttp://alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/violante.htm

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

MARIA JOSÉ AREAL



Não pensem que...


Não pensem que vou desistir da vida,
Só porque os dias me açoitam
E as noites me agitam.


Não pensem que vou desistir da vida,
Só porque lá fora o mundo se atropela
E agente anda aturdida.


Não pensem que vou desistir da vida,
Só porque em Agosto choveu
E o mar estremeceu.


Não pensem que vou desistir da vida,
Só porque os olhos do vento
Se esbugalharam contra os meus.


Não pensem que vou desistir da vida,
Só porque o Gaio deixou de cantar
E a seara não deu trigo maduro.


Não pensem que vou desistir da vida,
Só porque ser amigo demora
E as palavras deixaram de ser sentidas.


Não pensem que vou desistir da vida,
Só porque desacreditaram os poetas
E esqueceram as laranjas da madrugada.


Não pensem que vou desistir da vida,
Só porque uma árvore morreu queimada
E a rosa murchou no umbral da tua casa.


Não pensem que vou desistir da vida.
Não pensem que vou desistir da vida.
Sobra-me o espanto e tanto atrevimento.



Maria José Areal



Biografia
Nasceu em 13 de Fevereiro de 1951, na freguesia de Cristelo-Covo, concelho de Valença, de onde saiu , como emigrante, para os E.U.A. no ano de 1967, regressando dois anos depois, para reiniciar os seus estudos no Colégio de Nossa Senhora de Fátima, em Valença.
No ano de 1975 concluiu o Curso do Magistério Primário, iniciando as suas funções docentes na Telescola de Riba de Mouro-Monção.
Entre o ano de 1978 1 1985, integrou o Projecto “Educação Física e Desporto Escolar” nas escolas do 1º Ciclo dos concelhos de Vila Nova de Cerveira e Valença, considerando um dos momentos altos, em termos de aprendizagem, na sua carreira.
No ano de 1986 matriculasse na Universidade Portucalense, concluindo a Licenciatura em Ciências Históricas, no ano de 1990.
Passa pela Universidade do Minho, onde conclui a parte curricular do mestrado em Demografia Histórica, encontrando-se no ano de 1999 a frequentar o Doutoramento na Universidade de Santiago de Compostela na Galiza.
Desde a ano de 1995 até 2007 foi Directora do centro de Formação de Professores de caminha e Vila Nova de Cerveira.
Actualmente é docente voluntária na Universidade sénior de Cerveira, nas disciplinas de Expressão Corporal e História da Oralidade: e é também voluntária na biblioteca de Cerveira onde "dirije" um clube de Leitura.
Casada com o Arqº. Jaime Areal e mãe do Luís Carlos, reparte o seu tempo nas coisas da vida. A dança e a poesia são o seu vínculo mais real ao universo da fantasia.

Obras da autora

Pedaços de Mim - Maio 1999
À Deriva - Fevereiro 2004
Sabor a Sal e a Mel – Maio de 2006
Pedaços de Memória - Itinerâncias no tempo e no espaço". Composta por 27 histórias verdadeiras, de 7 autores, (grupo de alunos da História da Oralidade) sobre a sua coordenação.



Biografia cedida por um familiar da autora.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

PARABÉNS PARA MIM

Para todos os que habitualmente passam por este espaço, neste dia que é o do meu aniversário,
fiquem um pouco e sirvam-se do bolo e champanhe virtual, usando a imaginação para sentirem o sabor...

(fotos do Sr. Google)