Eu queria tantos amigos como outrora
Quando a minha mãe dizia: conhecidos!
Ainda assim a casa enchia-se de risos
E eu na minha juvenil sabedoria
Acreditava que seria sempre assim p’la vida fora.
Alguns ficaram p´lo caminho:
Morte morrida, morte em vida, afastamento,
Mas outros ainda vivem, longe ou perto,
Dentro ou fora de mim,
À distancia de um clique ou de um pensamento.
Por vezes, há alguém que nos reúne
E brindamos ao futuro, à amizade,
A essa força aglutinadora
Que nasce nos momentos de saudade.
Saudade de tudo aquilo que perdemos
E daquilo por que passámos sem olhar
Saudade de tudo em que acreditámos
E não conseguimos mais acreditar.
Mas é uma palavra sempre viva:
A amizade não morre, só madorna
E tal como o filho pródigo volta a casa
Num dia de saudade, o amigo torna.
BIOGRAFIA
Isabel Pereira Rosa nasceu em 1954, na Tojeira, uma aldeia situada nas faldas da Serra de Montejunto, no distrito de Lisboa, em Portugal.
Licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas na Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa e especializou-se em Ciências de Educação, na Área de Educação Especial, na Faculdade de Psicologia e Ciências de Educação de Lisboa.
Trabalhou em importação/exportação, traduziu livros e foi professora de Língua Portuguesa, de Inglês e de Ensino Especial em várias escolas do país.
Em 1998, publicou o livro de ficção “Folhas Soltas”; em 2000, o livro infantil “O Tesouro da Serra de Montejunto; em 2003, “Sozinho (s)em Casa”, também infantil; em 2009, “Memórias de uma Professora”; em 2011, o romance “A Substância do Tempo”; em 2014, o romance “Diário da minha Loucura”. Publicou ainda vários contos e poemas, em boletins, revistas literárias e antologias.
Na rede social Facebook, publica regularmente excertos das suas obras na página Isabel Pereira Rosa – Poesia e Prosa.
Em 1987, recebeu o 1.º prémio do Concurso Literário Biblioteca da Nazaré, com o conto “Norte”; em 2009, recebeu uma menção honrosa, com o conto “Idade não é Velhice”, nos VII Jogos Florais de Avis.
FONTE A