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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

FELIZ ANO NOVO





PARA TODOS VÓS MEUS AMIGOS UM ABRAÇO DE AMIZADE. UM OBRIGADA ENORME PELA COMPANHIA AO LONGO DO ANO, E OS VOTOS DE QUE 2011 NÃO SEJA TÃO MAU QUANTO NÓS DESCONFIAMOS.

FELIZ ANO NOVO

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

BEATRIZ BARROSO


Poema de Amizade

Se eu fosse uma nuvem,
Branca,
Leve,
Iria com o vento,
Para junto de tua janela,
Para te convidar a um passeio,
Para te levar a um sítio belo,
Para veres o mar e sentires o seu cheiro,
Para veres os campos cobertos de verde,
E de flores lindas com muitas cores.
Se eu fosse nuvem,
Ensinar-te-ia a voar,
E a sentires a vida de outra forma,
Como aquelas aves migratórias,
Que buscam um lugar para viver,
Que partem rumo à aventura e ao sonho,
Apenas para se sentirem felizes,
Para poderem sobreviver.
Se fosse nuvem,
Eu me regozijaria por te mostrar,
Tanta coisa bonita,
Que fico com muita pena,
Por não me poder transformar.
Por ter que penar por te ver,
Vestida de alma às vezes sofrida,
Sem daqui nada poder fazer,
Senão dizer-te que sou tua Amiga.

Biografia

Não consegui apesar de ter feito várias pesquisas encontrar a biografia da autora. Mas
AQUI poderão encontrar um perfil da poetisa vista pelos seus próprios olhos.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

MARIANA LLANO


SER MUJER

Es tan difícil ser mujer
levantarnos al alba de los días
con la cruz a cuestas
aprender a ser madres desde niñas.

Admitir la tristeza, cotidiana compañera
desafiar la lujuria del mediodía sangrante

Henchirnos de dolor porque la vida
exige entrega, suspiro tras latido
hasta la propia sangre de las venas.

Es tan difícil ser mujer
tan difícil como pedir perdón
ahogar un sollozo a flor de grito
convertir la simiente en fruto nuevo
renunciar a nuestros primeros sueños
dar el corazón
empezar a sufrir cuando nacemos.

Es difícil vivir y ser mujer
acariciar el rostro sin sonrisas
de nuestro niños ayunados
doblar bajo el poniente nuestras alas
heridas de vuelo y rebeldía.

Es difícil volver al nido tibio
una vez que perdimos la inocencia
negarnos a ser fruto y ser abrigo
cuando al amor agita nuestras venas
renunciar a la sorda caminata
de la noche hacia el día
esparcir las estrellas en miradas
llenar los ojos de interrogante y lágrimas.

Acunar nueva vida entre los brazos
sin temor a caer
entregar en la noche nuevos sueños
¡ser mujer!
continuar a pie
con la tristeza y el perdón
sin romper a llorar.

Es tan difícil ser mujer
como cubrir la fosa
de los sueños inalcanzables
del primer amor
a golpe de espina y beso y volver
a bañar de rocío nuestro cuerpo
caminar al amor con paso lento
¡es tan difícil ser mujer!



biografia:
Mariana Llano


Mariana Llano, pseudónimo Yaipén Geovana Rosa Rodriguez. Poeta, escritora, cantora, editora e promotora cultural. Mestiça, Moche e Africano ascendência norte-americana, nascida em janeiro de 1959 17 em Chiclayo (Peru).

Membro da APLIJ - Associação Peruana de literatura infantil, a Associação de Comunidades Negras do Peru e dos poetas do Movimento Mundial.

Diretora fundadora do Centro de Desenvolvimento Cultural para meninas e mulheres do "limiar". Editora das revistas "Solstice", "Lundu" e "Workshop" e da série de publicações "Algarrobo - Autores Norperuano."

Desde 2001, após seu casamento com um tecnico de informática catalão, Fanlo Ismael reside na cidade de Barcelona (Espanha), onde continua a sua actividade literária.

Nesta nova fase, Mariana é co-fundador da "Ibero-Americano da Associação Cultural Scorza", que actualmente preside, a edição da revista "Algarrobo". Em 15 de julho de 2008, apresenta o seu livro de contos "
"LA NOCHE DE PUSE PUPUCHE" ", em Barcelona. Em 13 de maio e 19 de novembro de 2009 apresentou a Revista de Arte e Cultura Negra lundu, o resultado de um longo processo de pesquisa sobre cultura negra na América Latina. Mariana, em seu trabalho editorial e informativo, tem publicado obras literárias de vários autores latinos.


Biografia retirada DAQUI página da autora que aconselho a visitar pela qualidade dos seus poemas.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

DELASNIEVE MIRANDA DASPET DE SOUZA

Reprodução de "Guernica" famoso quadro de Picasso.


LAMENTO PELA PAZ

Guerra é Guerra.
Não importa a sua violência,
ou a sua virulência...
Não existe desculpa para o descalabro...
As nossas guerras de todos os dias,
As nossas picuinhas,
As nossas maldades internas,
Nascem do rancor,
da mágoa, do recalque que é o homem...

É o homem mata!
Suas bombas cruzam o anil dos céus,
Toldam de cinza as tardes do mediterrâneo,
Pontes, casas, castelos,
crianças esparramadas pelos chãos,
quais bonecos jogados, esquecidos,
sonhos destruidos...
Elos que se quebram,
e que não serão recompostos!

Não interessa quem esteja certo,
quem esteja errado...
Nossa consciência nos cobra:
Não se cale!
Não permita que o amordacem,
que lhes toldem o sol,
que lhes matem o ar,
que lhes escureçam a lua!
Poeta, não permita
que o privem da liberdade!

E, é pelo Homem, o meu lamento!
Que o farfalhar das folhas leve meu soluço,
E abrace a imensidão azul de nossos sonhos
De Paz que ouso cantar,
Neste canto de recriação
que entrego ao vento!

Recriar... Reciclar... Novos horizontes...
Assumir decisões a cada dia, a cada instante,
Pois não existem estradas fáceis,
Mas a que esta adiante,
Construindo um caminhar...

É pelo homem, este solitário animal,
O meu lamento de Paz!


BIOGRAFIA.

Delasnieve Miranda Daspet de Souza é sulmatogrossense de Porto Murtinho, onde nasceu e cresceu em meio a exuberante natureza que é o Pantanal do Mato Grosso do Sul, Brasil. É poeta, advogada e faz trabalho social com menores carentes, em Campo Grande - MS, onde reside.
Publicou e participou dos seguintes livros:

- Por Um Minuto ou Para Sempre
- Tertulia na Primavera
- Tertúlia na Era de Aquário - Vol. I
- Poesia Só Poesia - coletânea
- Tempo de Poesia - coletânea
- Revista Jurídica do Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul
- Seleção de Poetas Notívagos - 2001 - Coletânea
- Conceição do Almeida - Memórias
Endereço Virtual:
DELASNIEVE Miranda DASPET de Souza[ Luna ]
www.delasnievedaspet.com.br[ referendado pela UNESCO ]
http://br.egroups.com/group/LunaeAmigos
www.ebooklunas.com.br
www.pantanalms.tur.br [ referendado pela UNESCO
www.lunaeamigos.com.br [ referendado pela UNESCO

biografia DAQUI

quinta-feira, 22 de julho de 2010

ANA ELISA RIBEIRO

Ciuminho basico

escuta

calado

a proposta rude

deste meu

ciúme:

vou cercar tua boca

com arame farpado

pôr cerca elétrica

ao redor dos braços

na envergadura

pra bloquear o abraço

vou serrar teus sorrisos

deixar apenas os sisos

esculhambar com teus olhos

furá-los com farpas

queimar os cabelos

no pau acendo uma tocha

que se apague apenas

ao sinal da minha xota

finco no cu uma placa

"não há vagas, vagabundas"

na bunda ponho uma cerca

proíbo os arrepios

exceto os de medo

e marco no lombo, a brasa,

a impressão única do meu dedo.

A poetisa apresentada por ela própria no "Portal literal"

Nasci em Belo Horizonte, na madrugada de 27 de agosto de 1975. Sou mineira convicta, mas também não tive muita opção. Todos os impostos absurdos que meu pai pagou foram convertidos em educação estadual, municipal e federal para os quatro filhos, inclusive eu, que me formei em Letras na UFMG, fiz mestrado em Lingüística e vou cursando, sacrificadamente, meu doutorado na mesma área. Mas a faculdade não me fez gostar de literatura mais do que eu já gostava, quando lia em média cem livros por ano durante a adolescência. E não eram infanto-juvenis paradidáticos. Eram aqueles nomes que a literatura conhece e dá aval. Chorei quando li "Germinal" e quando li "Grande Sertão: Veredas", depois, nunca mais. Escrevo para mim desde que ganhei uma agenda do Garfield, em 1986. Em 1993, um namorado leitor me disse que o que eu escrevia não era muito ruim. Publiquei um poema, pela primeira vez, no maior jornal mineiro, em 1994. Gostei do sabor de ver minhas idéias devassadas. Publiquei um primeiro livro, o "Poesinha", em 1997. O segundo livro veio pela Ciência do Acidente, "Perversa", em 2002. Em 2003, produzi a obra-prima da minha vida, o Eduardo, em co-autoria com Jorge Rocha, escritor fluminense e sedutor de escritoras. Desde que o Edu nasceu, venho gestando uns contos, também sob influência da literatura irônica e fina da Ivana Arruda Leite. O próximo livro se chama "Meu Amor é Puro Sangue", a sair pela editora Altana. Os poemas me fugiram, embora, às vezes, me dê uma sensação de formigamento nas mãos. Os minicontos têm sido mais parecidos com as convulsões que me acometem vez ou outra. No momento, estou lendo Ivana Arruda Leite, para refrescar minha memória de mulher.


terça-feira, 6 de julho de 2010

MATILDE ROSA ARAÚJO


O Berlinde

Era uma vez uma pomba
Sem um ninho, sem um pombal,
Era branca como a Lua
E os seus olhos de cristal.

Era uma vez uma pomba
Que não sabia chorar:
O seu choro trrru… trrru…
Era um modo de cantar.

Era uma vez uma pomba
Que noite e dia voava:
Fosse noite, fosse dia,
Nunca a pomba descansava.

Era uma vez uma pomba
Que nos céus, longe, voava,
Seu coração um berlinde
Grande segredo guardava.

Era uma pomba tão estranha
Que voava noite e dia:
Quanto mais alto voava
Mais da terra ela se via.

Era uma vez uma pomba
Com penas de seda real:
Era uma pomba do Mundo
Com seus olhos de cristal.

Seu coração um berlinde
De vidros de sete cores,
Que do sol tinha o brilhar,
Um espelhinho de mil flores.

Um dia longe nos céus,
Viu um menino a chorar
Sentadinho sobre um monte,
Numa noite de nevar.

Não era branco nem negro
Assim na neve o menino,
Seu chorar era triste,
Tornava-o mais pequenino.

E a pomba logo o viu
Com seus olhos de cristal:
Logo desceu para o monte
– Era aquele o seu pombal.

Poisou nas mãos do menino
Com seu corpo, seu calor:
Mãos por debaixo da neve,
Ninguém lhes sabia a cor.


Dorme, dorme, meu menino…
Branco ou negro tanto faz:
Meu coração é um berlinde,
Tem o segredo da Paz.

E o menino já ria,
Podia dormir sem medo,
Sonhava com o berlinde,
Coração feito brinquedo.

Há quem diga que uma estrela
Fugiu do céu a correr,
Atravessou todo o mundo
Para o segredo dizer.

Escutaram-na os meninos,
Têm um berlinde na mão:
Seja noite de Natal,
Seja noite de S.João.

Matilde Rosa Araújo

Biografia
Nasceu em Lisboa a 20 de Junho de1921, na quinta dos avós, em Benfica. Em 1945, licencia-se em Filologia Românica na Faculdade de Letras de Lisboa e em 1946 apresenta a tese inovadora por considerar a reportagem como um género literário: "A Reportagem Como Género: Génese do Jornalismo Através do Constante Histórico-Literário". Leccionou durante 42 anos, 36 dos quais no ensino secundário técnico-profissional em diversas localidades do país; 3 anos no Magistério e outros 3 anos no Jardim Escola João de Deus. Em 1956 publica Poemas Infantis e no ano seguinte O Livro da Tila. Vocacionada para as questões pedagógicas, mesmo depois de estar aposentada do ensino continua a manter contacto com as crianças em visitas e colóquios em escolas e bibliotecas.Fez parte dos corpos directivos da Sociedade Portuguesa de Escritores, foi sócia fundadora do comité português para a Unicef. Tem obras traduzidas no Brasil, na Roménia e na Moldávia.


Eis algumas das suas obras:
1943 - A Garrana
1945 - Estrada Sem Nome
1956 - Poemas Infantis nº 3 da Graal
1957 - O Livro da Tila
1962 - O Palhaço Verde
1962 - Praia Nova
1963 - História de Um Rapazinho
1967 - O Cantar da Tila
1971 - O Sol e o Menino dos Pés Frios
1974 - O Reino das Sete Pontas
1975 - Gil Vicente
1977 - A Balada das Vinte Meninas
1977 - As Botas do Meu Pai
1978 - A Velha do Bosque
1978 - Camões Poeta Mancebo e Pobre
1978 - Os Quatro Irmãos
1979 - O Cavaleiro Sem Espada
1980 - A Escola do Rio Verde
1986 - Voz Nua
1988 - Estrada Fascinante
1990 - O Passarinho de Maio
1993 - Rosalinda Foi à Feira
1994 - As Fadas Verdes
1997 - As Cançõezinhas da Tila
2000 - Segredos e Brinquedos
2003 - Sons Para a Guitarra da Boneca

Matilde Rosa Araújo deixou-nos hoje para empreender essa viagem que todos faremos um dia.
E o panorama cultural português ficou bem mais pobre.




quinta-feira, 20 de maio de 2010

IVONE BEIRÃO


Olhos secos de dor

Pequenas coisas, banais
mágoas de orgulho ferido
traição de alguém conhecido
(um amigo nunca trai)
ódios de gente vulgar
fazem meus olhos chorar.

Se não estivessem toldados
por lágrimas sem razão
de auto-comiseração
e para o outro voltados
vendo olhos secos de dor
inundados de pavor

meus olhos feitos nascentes
de caudais desesperados
no mar da dor mergulhados
sentindo o medo pungente
de quem sofre nesta terra
perseguição, fome, guerra

secos de dor ficariam
e nunca mais chorariam.

Maria Ivone de Jesus Pinto Manteigueiro Vairinho nasceu na cidade da Covilhã.
Foi aluna da Escola Industrial e Comercial Campos Melo. Completou os cursos de "Formação Geral do Comércio" e "Complementar do Comércio". Tem os cursos do Instituto Britânico e da Alliance Française. É diplomada pela Escola Pittea em estenografia portuguesa, francesa e inglesa
Com o pseudónimo de Ivone Beirão, em 1959 pertenceu ao Centro de Preparação de Artistas da Rádio. Sob a orientação do Prof. Motta Pereira, gravou programas nos estúdios da Emissora Nacional, na Rua do Quelhas, e estreou-se num Serão para Trabalhadores no Pavilhão dos Desportos no Parque Eduardo VII . Nessa altura, teve também lições de arte de dizer com Manuel Lereno
Pertenceu ao Grupo Cénico da Casa do Pessoal da SACOR e sob a direcção de Carlos Pinho colaborou em diversos Saraus de Poesia. Disse, perante Fernanda de Castro, o poema desta Ilustre Poeta, "Maternidade".
Sob a direcção de Ruy Furtado, representou "A Muralha", de Calvo Sotelo e Autos de Gil Vicente. Representou nos Teatros da Trindade, em Lisboa e Luísa Toddi em Setúbal e nas instalações da Sacor em Lisboa, Cabo Ruivo e Faro.
Foi Vice-Presidente e há cinco anos é Presidente da Direcção da Associação Portuguesa de Poetas e Directora do Boletim Trimestral.
Tem proferido diversas Palestras e Conferências (António Gedeão, José Régio, Oito Séculos de Poesia Portuguesa, Prémios Cesário Verde, Poetas do Parque dos Poetas e Ribeiro de Carvalho - Um Republicano com Alma de Poeta), no Palácio Galveias, Hemeroteca Municipal, Livraria-Galeria Municipal Verney de Oeiras, Auditório Nuno Fradique, da RTP, e Casa do Algarve.
Prefaciou livros de Cláudia Borges, Maria Armanda Tavares Belo e Susete Viegas.
Há cinco anos, na Universidade Sénior, dá aulas de "Ler...e Dizer - Nove Séculos de Literatura Portuguesa/Poesia".
É sócia da Associação Portuguesa de Poetas, Associação Portuguesa de Escritores, Sociedade Portuguesa de Autores, Associação Fernando Pessoa e APAE - Campos Melo (Covilhã).

Obras publicadas:
ROMANCES
Linhas Trocadas
Amor Cigano (1ª e 2ª Edições)
Humilhação de Amor
Uma Mulher Moderna
(esgotados) - edições da Agência Portuguesa de Revista
POESIA
Livro da Dor e da Esperança ( VEGA - Outubro de 1999 - com prefácio de António Alçada Baptista).

Biografia completa AQUI

sábado, 24 de abril de 2010

NATÁLIA CORREIA

Queixa das Almas Jovens Censuradas

Dão-nos um lírio e um canivete
e uma alma para ir à escola
mais um letreiro que promete
raízes, hastes e corola

Dão-nos um mapa imaginário
que tem a forma de uma cidade
mais um relógio e um calendário
onde não vem a nossa idade

Dão-nos a honra de manequim
para dar corda à nossa ausência.
Dão-nos um prêmio de ser assim
sem pecado e sem inocência

Dão-nos um barco e um chapéu
para tirarmos o retrato
Dão-nos bilhetes para o céu
levado à cena num teatro

Penteiam-nos os crânios ermos
com as cabeleiras das avós
para jamais nos parecermos
conosco quando estamos sós

Dão-nos um bolo que é a história
da nossa historia sem enredo
e não nos soa na memória
outra palavra que o medo

Temos fantasmas tão educados
que adormecemos no seu ombro
somos vazios despovoados
de personagens de assombro

Dão-nos a capa do evangelho
e um pacote de tabaco
dão-nos um pente e um espelho
pra pentearmos um macaco

Dão-nos um cravo preso à cabeça
e uma cabeça presa à cintura
para que o corpo não pareça
a forma da alma que o procura

Dão-nos um esquife feito de ferro
com embutidos de diamante
para organizar já o enterro
do nosso corpo mais adiante

Dão-nos um nome e um jornal
um avião e um violino
mas não nos dão o animal
que espeta os cornos no destino

Dão-nos marujos de papelão
com carimbo no passaporte
por isso a nossa dimensão
não é a vida, nem é a morte

Natália Correia

JÁ TINHA PUBLICADO EM TEMPOS ESTE POEMA COM A BIOGRAFIA DA AUTORA. dADA A DATA QUE SE FESTEJA HOJE E AMANHÃ E DADA A SITUAÇÃO REAL DOS PORTUGUESES, ACHEI OPORTUNA A SUA REPUBLICAÇÃO.

A MINHA MÃE CONTINUA MAL NO HOSPITAL DO BARREIRO. E A MINHA SAÚDE MANTÊM-SE PERICLITANTE. DAÍ QUE TENHA CONTINUADO AFASTADA DOS VOSSOS BLOGUES. DEIXO UM ENORME OBRIGADA PELO VOSSO CARINHO E VOTOS DE UM ÓPTIMO FIM DE SEMANA


segunda-feira, 12 de abril de 2010

ISABEL MACHADO




Anémico


O amor
precisa ser forte
como a seringueira do quintal da infância...
É necessário mais do que constância
é necessário solidificar...
Precisa ser digno
como o respeito ao pai que não morreu...
É necessário mais que o apogeu...
é necessário venerar...
Não sei se era assim o nosso amor
em tempos idos que já vão distantes...
Não sei se era cristal
e partiu se com um sopro...
Não sei se ainda se esconde
em algum canto o alvoroço...
chama caliente que existiu
um dia...
eu sei!!
Talvez anémico!! Sim!!!!!
Talvez o nosso amor só necessite
de um pouco de ferro
vitamina ou beterraba...
Talvez esteja fraco e tão carente
que não enxergue a luz
no fim da estrada...


Isabel Machado


Biografia DAQUI


Isabel Machado nasceu em São Paulo (Brasil) em 1961. Jornalista, poetisa e locutora já com 24 anos de rádio, foi aos 17 anos que descobriu a paixão pela escrita e pela rádio.
Na rádio, produziu e apresentou o programa "Mulheres Dez", cujo objectivo principal era a veiculação de poemas temáticos, relacionados a acontecimentos actuais, curiosidades, assuntos polémicos, profissões e protestos, com o objectivo de aliar a poesia ao jornalismo, divulgando poetas conhecidos e desconhecidos.
Passou também pela televisão, tendo apresentado, para além de telejornais, programas de turismo e debates, programas como "Sebrae na TV" por quase 6 anos, ou, em 2001, o programa de entrevistas e debates PONTO CAPITAL, pela TV Band Litoral Paulista.
Isabel Machado é também assessora de imprensa, colunista, e colaboradora de vários sites na Internet, participando em inúmeras listas de discussão no Brasil e América do Sul, sobre os mais variados assuntos como Literatura, Língua Portuguesa, Psicologia, Bioética, Comportamento, Publicidade e Marketing, Informática, Internet, Teletrabalho, Empreendedores e Negócios.
Foi também editora da "Revista Brasileira de Variedades" (1998), Directora Adjunta do "Complexo Literário PD Poesia Diária" (1998 a 1999), e produtora de livros e revistas de novos poetas através da Editora PD. Faz locução até hoje, gravando comerciais para rádio e TV.
Livros Publicados:
"Antologia Mulheres Dez" Grupo Cultural Pórtico, Salvador/BA, março/98 "Revista Poesia Diária" Editora PD São Paulo/SP, maio/98
"Luz & Vida" livro "solo" de poemas Editora PD São Paulo/SP, setembro/99
"Antologia Horizontes" Editora PD São Paulo/SP, outubro/99
"Ins Piração Erótica" Antologia de Poemas Sensuais e gravação de CD Evoé Libido, Jundiaí/SP, maio/2000 "A Sensualidade da Língua" Antologia de Poemas, Jundiaí/SP, dezembro/2000

domingo, 4 de abril de 2010

sábado, 6 de fevereiro de 2010

ROSA LOBATO FARIA




E DE NOVO A ARMADILHA DOS ABRAÇOS

E de novo a armadilha dos abraços.
E de novo o enredo das delícias.
O rouco da garganta, os pés descalços
a pele alucinada de carícias.
As preces, os segredos, as risadas
no altar esplendoroso das ofertas.
De novo beijo a beijo as madrugadas
de novo seio a seio as descobertas.
Alcandorada no teu corpo imenso
teço um colar de gritos e silêncios
a ecoar no som dos precipícios.
E tudo o que me dás eu te devolvo.
E fazemos de novo, sempre novo
o amor total dos deuses e dos bichos

Rosa Lobato Faria

Biografia

Filha de um oficial da Marinha, Rosa Lobato de Faria cresceu entre Lisboa e Alpalhão, no Alentejo. Era viúva de Joaquim Figueiredo Magalhães, editor literário, desde 26 de Novembro de 2008.

Enveredou pela representação ao participar, na televisão, em séries (1987 - Cobardias, 1988 - A Mala de Cartão, 1992 - Crónica do Tempo, 1992 - Os Melhores Anos), sitcoms (1987 - Humor de Perdição, 1990 - Nem o Pai Morre Nem a Gente Almoça, 2002 - A Minha Sogra é uma Bruxa, 2006 - Aqui Não Há Quem Viva) e novelas (1982 - Vila Faia, 1983 - Origens, 2004 - Só Gosto de Ti, 2005 - Ninguém como Tu). Assinou o argumento de Humor de Perdição (1987), Passerelle (1988), Pisca-Pisca (1989), Nem o Pai Morre Nem a Gente Almoça (1990), Telhados de Vidro (1994) e Tudo ao Molho e Fé em Deus (1995).

Como romancista, publicou os livros O Pranto de Lúcifer (1995), Os Pássaros de Seda (1996), Os Três Casamentos de Camila (1997), Romance de Cordélia (1998), O Prenúncio das Águas (1999), galardoado com o Prémio Máxima de Literatura em 2000, A Trança de Inês (2001), O Sétimo Véu (2003), Os Linhos da Avó (2004) e A Flor do Sal (2005). Em co-autoria participou em Os Novos Mistérios da Estrada de Sintra e Código d' Avintes. Para além disto publicou contos infantis (A Erva Milagrosa, As quatro Portas do Céu e Histórias de Muitas Cores).

Na poesia foi autora de A Gaveta de Baixo, longo poema inédito, acompanhado de aguarelas de Oliveira Tavares, estando o resto da sua obra reúnida no volume Poemas Escolhidos e Dispersos (1997). Para o teatro escreveu as peças A Hora do Gato, Sete Anos – Esquemas de um Casamento e A Severa. Foi ainda a letrista que, a par de José Carlos Ary dos Santos, permanece como a mais bem sucedida no Festival RTP da Canção, tendo obtido quatro vezes o primeiro lugar com Amor de Água Fresca (1992), Chamar a Música (1994), Baunilha e Chocolate (1995) e Antes do Adeus (1997).

Experimentou o cinema, sob a direcção de João Botelho, em Tráfico (1998) e A Mulher Que Acreditava Ser Presidente dos Estados Unidos da América (2003), além dos filmes de Lauro António, Paisagem Sem Barcos (1983) e O Vestido Cor de Fogo (1986) e de Monique Rutler, 'Jogo de Mão (1984).

Rosa Lobato de Faria, senhora de uma personalidade bastante forte, impunha-se pelo seu porte distintíssimo e pelo espírito perfeccionista que punha em todos os seus trabalhos, era uma das escritoras e actrizes que será sempre lembrada pelos seus papéis em novelas e por ter escrito letras de músicas para vários cantores.

Rosa Lobato de Faria morreu a 2 de Fevereiro de 2010 em Lisboa, aos 77 anos de uma anemia grave.

Biografia retirada da Wikipédia



BOM FIM DE SEMANA

sábado, 30 de janeiro de 2010

MARQUESA DE ALORNA


SONETO

Eu cantarei um dia da tristeza
por uns termos tão ternos e saudosos,
que deixem aos alegres invejosos
de chorarem o mal que lhes não pesa.

Abrandarei das penhas a dureza,
exalando suspiros tão queixosos,
que jamais os rochedos cavernosos
os repitam da mesma natureza.

Serras, penhascos, troncos, arvoredos,
ave, ponte, montanha, flor, corrente,
comigo hão-de chorar de amor enredos.

Mas ah! que adoro uma alma que não sente!
Guarda, Amor, os teus pérfidos segredos,
que eu derramo os meus ais inutilmente.

Marquesa de Alorna

Biografia
Escritora portuguesa. Leonor de Almeida Lorena e Lencastre, 4.ª marquesa de Alorna, é uma das mais notáveis vozes do pré-romantismo em Portugal. Neta, por parte da mãe, dos marqueses de Távora, executados pela justiça do marquês de Pombal devido ao seu envolvimento numa conspiração contra o rei D. José I, é, em 1758, enclausurada no Convento de Chelas, de onde é libertada dezanove anos depois, em 1777, após a queda política do marquês. No entanto, a sua prolongada reclusão é o principal motivo para a esmerada formação literária e científica que recebe. Leituras de Rousseau, Voltaire, da Enciclopédia de Diderot e d'Alembert, abrem o seu espírito vivo e inquieto às ideias do iluminismo francês. Casa com o conde de Ovenhausen, oficial alemão que viaja pela Europa, do qual fica viúva aos 43 anos. Apesar das dificuldades económicas que a viuvez lhe acarreta, a sua residência transforma-se num foco de ebulição cultural, onde se debatem as novas ideias políticas e também as novas correntes estéticas e literárias. Bocage e Alexandre Herculano, em períodos diferentes, são dois dos frequentadores do seu salão. Sob o nome árcade de Alcipe trabalha em traduções do latim (a Arte Poética, de Horácio, por exemplo), do alemão (textos de Christoph Wieland), do inglês (o Ensaio sobre a Crítica, de Alexander Pope) e do francês (textos de Lamartine), cultiva a epistolografia (Cartas a Uma Filha Que Vai Casar) e escreve poesia. Recreações Botânicas, poema em seis cantos dedicado às «Senhoras Portuguesas», prenuncia já o sentimentalismo romântico que avassalará a literatura anos mais tarde. A sua poesia está reunida nos seis volumes das Obras Poéticas da Marquesa de Alorna (1844).

Biografia da net