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segunda-feira, 22 de agosto de 2011
ELIANA MORA
Redenção
Quando chego
a sonhar que voei
de verdade
sonhei mais do que voei
[na realidade]
E quando vou abrir os olhos
sem sequer tê-los
fechado
deparo-me com grades
de brinquedo
[que se abrem na
maior facilidade]
Mas que parecem
feitas da argamassa escura
de Shawnshank
[ficção]
ou de Alcatraz
[realidade]
E no entanto vejo
o sol acordar
na minha janela
mostrando de maneira
nem discreta
nem singela
que de fato não estou
numa prisão
E me pergunto
se cheguei a acreditar
um dia
em sair da extrema
fantasia
de me livrar destas paredes
[me livrar deste chão]
Liberdade muitas vezes
é feita com parceiros
uma coisa
que parece
entrar em choque
Com o visgo
que nos liga a muitos
[e invisíveis]
carcereiros
Biografia
Eliana Mora nasceu no Rio de Janeiro. Jornalista trabalhou em revista, na radio e TV e faz assessoria de imprensa.
Faz parte do movimento modernista Poetrix, com uma antologia já editada, e do grupo Escritas com duas antologias. Em 2003 publicou o seu primeiro livro a solo intitulado Mar e Jardim.
A autora tem dois blogues nos quais poderão encontrar muitos dos seus poemas. Aqui ou Aqui
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5 comentários:
Oi Elvira
Obrigada pelo click lá no flor de lis.
Vim espreitar seu blog , nao lembro de já ter passado aqui.
Espero poder segui-la e ser uma boa companhia rs
um abraço
Olá, Elvira
Gostei deste poema e sobretudo de -- Apesar de uma certa reserva em acreditar na liberdade -- essa possibilidade não estar irremediavelmente afastada à data da composição do poema.
Bjs
Gostei muito do poema. Sempre que se fala de Liberdade, possibilidade remota de se atingir plenamente, eu vibro como fiz no tempo da revolução. E assim continuarei até à morte. Não conhecia a autora. Bem-hajas, pela divulgação.
Beijinhos
Bem profundos estes pensamentos. há tantos carvereiros por aí... por vezes nem damos por eles...
Agradeço a ti, Elvira -, como a todos que comentaram o poema. Deixo um enorme abraço!
Eliana
liriodeserto.blogspot.com
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