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quinta-feira, 19 de novembro de 2015

LÍDIA BORGES



Nota: Propositadamente este poema não tem imagem. Porque ela é tão real, tão evidente no poema que se torna desnecessária.




São pedras

Por cima desta faixa de cinza
haverá poeta capaz
de construir um jardim
chamar as crianças e entregar-lho?

Como desenhar um arco-íris
do terror à lágrima
num céu sempre noturno
riscado por bombas
em lugar de estrelas

Refugiadas nas pupilas
das crianças mortas
estrelas gelam
São pedras

E as pedras armas
e as armas bombas
e as bombas ódios
e os ódios
estilhaços nos olhos dilatados
das crianças mortas

Haverá poeta capaz
de plantar uma árvore
no peito dos homens
chamar as aves e entregar-lha?

Haverá ave
capaz de cantar ainda
dentro do coração inorgânico
dos senhores da guerra?
Lídia Borges
in “Searas de Versos”




Encontrei  um poema desta poetisa no blogue de um amigo . Não conhecia a poetisa, e fui pesquisar, e procurar um poema para o post. Descobri que a autora tem vários livros publicados.  Encontrei o blogue da autora AQUI e a Biografia  AQUI   Vão até lá e verão que vale a pena.


4 comentários:

Bell disse...

Retrata bem a fase o ser humano está vivendo.

bjokas=)

" R y k @ r d o " disse...

Haverá?.... se calhar não
.
Deixo cumprimentos

Maria Rodrigues disse...

Excelente escolha, conheço a poetisa e vale certamente a pena visitar e ler as suas belas poesias.
Beijinhos
Maria

Poções de Arte disse...

Bom dia, Elvira!
Que emocionante! Me trouxe lágrimas aos olhos.
A guerra foi, é e sempre será uma grande estupidez motivada por ganância de corações vazios.

Vou voar no blog que indicou.

Abração esmagador e lindo dia.