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segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
LYA LUFT
CANÇÃO DA PLENITUDE
Não tenho mais os olhos de menina
nem corpo adolescente, e a pele
translúcida há muito se manchou.
Há rugas onde havia sedas, sou uma estrutura
agrandada pelos anos e o peso dos fardos
bons ou ruins.
(Carreguei muitos com gosto e alguns com rebeldia.)
O que te posso dar é mais que tudo
o que perdi: dou-te os meus ganhos.
A maturidade que consegue rir
quando em outros tempos choraria,
busca te agradar
quando antigamente quereria
apenas ser amada.
Posso dar-te muito mais do que beleza
e juventude agora: esses dourados anos
me ensinaram a amar melhor, com mais paciência
e não menos ardor, a entender-te
se precisas, a aguardar-te quando vais,
a dar-te regaço de amante e colo de amiga,
e sobretudo força -- que vem do aprendizado.
Isso posso te dar: um mar antigo e confiável
cujas marés -- mesmo se fogem -- retornam,
cujas correntes ocultas não levam destroços
mas o sonho interminável das sereias.
Lya Luft
Biografia
Lya Luft nasceu no dia 15 de Setembro de 1938, em Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul. Até 18 de Março de 2008, data da publicação deste texto bio´gráfico na Home Page do Século XXI, Lya contava com 70 anos e morava em Porto Alegre.
Por se tratar de cidade de colonização alemã, as crianças, em quase sua totalidade, falavam alemão, e os livros utilizados nas escolas vinham da Alemanha. Com onze anos, Lya decorava poemas de Goethe e Schiller.
Posteriormente, estudou em Porto Alegre, onde se formou em pedagogia e letras anglo-germânicas.
Iniciou sua vida literária nos anos 60, como tradutora de literaturas em alemão e inglês. Lya Luft já traduziu para o português mais de cem livros. Entre outros, destacam-se traduções de Virginia Wolf, Reiner Maria Rilke, Hermann Hesse, Doris Lessing, Günter Grass, Botho Strauss e Thomas Mann. Ela diz que traduzir é sua verdadeira profissão.
Conheceu Celso Pedro Luft, seu primeiro marido, quando tinha 21 anos. Ele tinha quarenta. Era irmão marista. Foi numa prova de vestibular. Achou-se ridícula quando pensou: esse é o homem da minha vida! O irmão marista tirou a batina para casar com ela em 1963.
Nessa paixão, começou a escrever poesia. Os primeiros poemas foram reunidos no livro "Canções de Limiar" (1964).
Tiveram três filhos: Suzana, em 1965; André, em 1966; e Eduardo, em 1969.
Em 1978 lança seu primeiro livro de contos, "Matéria do Cotidiano".
A ficção entrou em sua vida dois anos depois de um acidente automobilístico quase fatal em 1979. Como teve uma visão mais próxima da morte, diz a autora que começou a fazer tudo que evitava.
Primeiro foram crónicas, com o lançamento de "As Parceiras", em 1980, e "A Asa Esquerda do Anjo", em 1981. Textos amenos. Uma espécie de fingimento de que na vida tudo é bom. A morte é encarada como uma coisa normal. Mas gostaria que todos os seus amigos fossem eternos. Mesmo assim, acha a morte uma coisa mágica.
Em apenas oito anos Lya Luft sofreu duas perdas grandes demais. Dos 25 aos 47 anos foi casada com Celso Pedro Luft. Separou-se dele em 1985 e foi viver com o psicanalista e escritor Hélio Pellegrino, que morreu três anos depois. Em 1992 voltou a casar-se com o primeiro marido, de quem ficou viúva em 1995
BIOGRAFIA DAQUI
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12 comentários:
Esta canção da plenitude é maravilhosa, só poderia vir de Lya Luft!
Teu visual de natal também está muito bonito!
beijo
É muito lindon este poema e teu blogger também.
"Ama e faz o que quiseres.
Se calares, calarás com amor;
se gritares, gritarás com amor;
se corrigires, corrigirás com amor;
se perdoares,perdoarás com amor.
Se tiveres o amor enraizado em ti,
nenhuma coisa senão
o amor serão os teusfrutos."
(Santo Agostinho)
Desejo uma linda semana com muito amor, paz e carinho.
Abraços com todo meu carinho.
Amiga Elvira,
Este é um dos poemas que mais me diz, sem dúvida.
Porque será??? :)))
Lindíssimo!
Parabéns mais uma vez pela sua escolha.
Abraço
Ná
Lya é maravilhosa! Diz da mulher exatamente o que ela é.
Abraços literários!
Um poema lindíssimo que me fez fazer uma segunda leitura
Da biografia destaco: "mesmo assim, acha a morte uma coisa mágica".
Beijinhos
Bem-hajas, querida amiga.
"No fim tu hás de ver que as
coisas mais leves são as
únicas que o vento
não conseguiu levar:
um estribilho antigo,
um carinho no momento preciso,
o folhear de um livro de poemas,
o cheiro que tinha um dia
o próprio vento"
(Mário Quintana)
Desejo um lindo final de semana com muito amor, paz e carinho.
Abraços com todo meu carinho.
poesia de levar na alma!
:-)
Vive o presente com realidade,
Nunca percas a confiança.
Para que o ontem, seja um sonho de felicidade,
E o amanhã, um sorriso de esperança.
Beijos com amizade
AnjoAzul
Oi Elvira, cheguei até você através do blog da Sereia. Achei interessantes as postagens, sobretudo, esta da Lya Luft, autora que admiro e com quem muito me identifico. Prazer em conhcer um pouco do seu blog. Um abraço.
Uma boa tarde.
bjs
Paz
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Canção de Plenitude belíssima, penetra em minha alma toda beleza e esplendor desses versos
Carinhosamente,
Graça Barreto
Olá, Elvira, é linda, poesia equilibrada, um ponto de admiração. Lya Luft é mora aqui da minha terra, nasceu no meu Estado.
Beijo, uma ótima semana!
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