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quinta-feira, 23 de outubro de 2014

ALEXANDRA VIEIRA DE ALMEIDA






Tempo





Crianças gritam abismos,
mas o tempo é medido
nas cordas do vento.
A passagem eterniza-se
nas cores do olhar.
Voam lírios, madressilvas...
E dançam ao sol, ao vento,
à chuva...
O silêncio acalma os tempos,
de sonhos despertos, incompletos,
de folhas de jasmim.
Corações presos somente
pelas linhas do tempo
e pela sombra que tece o ser
que não é.
Elas buscam um céu, nuvens.
Mas o sol derrete estrelas,
que se apagam na memória.
O lapso do tempo é curto,
sem volta.
E elas olham para ele
como para as ondas do mar.



Biografia

Alexandra Vieira de Almeida nasceu no Rio de Janeiro. É agente de leitura, tutora de ensino superior, poeta, contista, cronista, ensaísta. Publicou o livro de crítica literária Literatura, mito e identidade nacional, pela Ômega Editora, em 2008. Tem vários ensaios literários publicados em revistas acadêmicas e livros. Participou da Antologia Scortecci de Poesias, Contos e Crônicas, em 2011. Tem dois livros de poesia publicados pela Editora Multifoco: “40 poemas” e “Painel” (2011).  Pode encontrar a poetisa  no facebook


Fonte: http://www.antoniomiranda.com.br

10 comentários:

chica disse...

Beleza de poesia! Gostei de ler! beijos,tudo de bom,chica

Maria Luisa Adães disse...

Gosto da poesia
Adoro a poesia
E por vezes...
me sinto poesia!

Maria Luísa

Poções de Arte disse...

O bom de ler estes poemas aqui é que vc também coloca referências, caso alguém queira saber mais sobre o autor.
Bem legal isso!

Abraços e ótimo findi.

Calu Barros disse...

Ouve-se nos versos a vibração das cordas do tempo, numa pauta ímpar duma música original que a poetisa entoa em seu canto lírico.

Bela obra.Grata pela partilha, Elvira.
Bjos e bom final de semana.
Calu

Edum@nes disse...

As cores do vento,
não as vi não
leio não invento
dentro do peito
está o coração.
Dentro do ventre
está o bebé
quem não sente
dores, feliz é!

Bom fim de semana, um abraço amiga Elvira.
Eduardo.

Edum@nes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Edum@nes disse...

Corrijo: Para cordas do vento e cores do vento!

Maria Rodrigues disse...

Maravilhoso poema, obrigado pela partilha.
Elvira peço desculpa da minha ausência mas vários motivos pessoais têm esgotado quase completamente o meu tempo disponivel. Os meus posts já estão feitos à algum tempo (férias) e vão saindo gradualmente. As visitas aos blogues amigos só pontualmente consigo fazer.
Bom restinho de domingo
Beijinhos
Maria

Olinda Melo disse...


Prestemos atenção ao tempo que passa e às nossas crianças, penhor dos tempos vindouros.

Bj

Olinda

MARILENE disse...

Quando encontro versos que não conheço fico pensando na infinidade de bons escritores que ainda preciso ler. A poesia dela é bela e sua referência ao tempo dista da comumente utilizada. Bjs.