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terça-feira, 5 de junho de 2012

SONHADORA


 MEU CORPO DESPIDO


Meu corpo despido...entrelaçado nos lençois de mágoa...tão ausente e tão presente este fio que me 
amordaça...este gelo que em mim fica...tão ardente e tão carente este rio que por mim passa...carregado de ilusão de um desejo já ardido...ateando o silêncio que desagua no cais abandonado desse sonho já perdido...embalando a nudez desse corpo noite.
Preso nesses lençois...nas margens desse rio que sou...procurando o teu corpo nos meus braços carregados de ausências...vestidos de Dezembros a pesar-me nos ombros....crepúsculos a beijar a madrugada...na ausência dos meus lábios frementes de sal e mágoa...esquecidos dos teus olhos...anoitecidos de sorrisos.
Permaneço esperando com o corpo preso nos espinhos desse leito...deixo que a noite me seduza...que a escuridão me possua...que o vento acarície os meus sonhos adiados...o meu corpo naufragado...o meu olhar entristecido desse barco sem destino...navegando nas águas turvas do poente...sufocado de cansaços e de gestos sem memória...prisioneiro de ilusões...sedento de eternidade...deserto de ternura...da noite amante.
Nessa noite que em mim grita a ilusão da carne...morrendo tanta vez no tempo que deixou de ser tempo...no desejo que deixou de ser cío...nas esperas que anoiteceram as manhãs...nas mãos que afagam o vazio...que cobrem de silêncio os gemidos de amor que rasgaram esse corpo...que estagnaram nesse rio por onde correm todas as mágoas...nas margens da solidão desse corpo que foi meu e que procuro em todos os muros...em todas as esquinas da solidão...em todas as incertas sombras que deambulam perdidas na terra do silêncio...no gume da noite onde vagueia esse corpo só.
Adormeço na noite gelada...abraço os despojos de amor que guardei no lugar dos sonhos...nas margens do meu corpo nú...banhado pelo esquecimento dos luares de Agosto...pelo silêncio dos teus olhos distantes...pela aurora que me segreda o gelo da noite...a respiração da ausência adormecida nos meus braços...a espera tatuada no meu corpo...prenhe de volúpia esquecida nos lençóis de mágoa na solidão da madrugada...espectro onde se abriga a nocturna ilusão do tempo...labirintos inquietos que percorro na gélida noite...invísível sombra onde se escondem os meus fantasmas...penumbras sem nome nem rosto Sonhadora,
Mais uma poetisa que descobri nas minhas voltas pelos blogues e que decidi trazer para esta galeria porque na minha opinião é de grande talento. A autora utiliza o pseudónimo de Sonhadora e descreve-se a si
mesma  assim;

"Sou a distancia entre mim e a outra...a tempestade e o remanso das águas...sou muitas...sou eu...a pétala da rosa e o espinho...um grito solitário...a chuva de verão...um pássaro cinzento...sonho e ilusão..."
Podem visitá-la no seu blogue  AQUI 
etos que percorro na gélida noite...invísível sombra onde se escondem os meus fantasmas...penumbras sem nome nem rost que v
u sono...sem gestos...sem pal
...soturno abraço envolvendo oselírios desse corpo morto.

11 comentários:

Edum@nes disse...

A mulher e a poesia
Nela a pensar ando eu
Seus lindos versos eu lia
Que a mulher os escreveu!

Seu corpo despido
Ficar mais belo
Ainda mais apetecido
Que lindos olhos vê-lo!

E nos braços o poder ter
A calor de seu corpo sentir
Amor de mulher alegria ser
Verdadeiro não mentir!

Continuação de boa semana
um abraço
Eduardo.

Edum@nes disse...

Corrijo: O calor de seu corpo.
E não a calor de seu corpo:

Maria Emilia Moreira disse...

Belíssimo texto poético. Sensibilidade à flor da pele. Um grande abraço.
M. Emília

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Minha querida

Estou sem palavras...é uma honra estar aqui entre grandes nomes da poesia, eu que sou apenas uma aprendiz.
Obrigada por este carinho, que para mim é IMENSO.

Um beijinho
Sonhadora

Magia da Inês disse...

❤♡
Olá!
Passei para uma visitinha.
Adoro a poesia da Sonhadora.
Bom domingo!
Boa semana!
Beijinhos.
Brasil.
•.¸¸✿⊱╮¸¸.•

Maria Rodrigues disse...

A Rosa é uma poetisa maravilhosa que escreve com alma e coração, uma sonhadora linda! Adorei vê-la aqui.
Bom restinho de sabado e um excelente domingo.
Beijinhos
Maria

Anónimo disse...

Bom dia querida Elvira,

Como está? O seu marido, filho e princesinha? Tenho pensado em si, Tenho saudades suas. Estamos em fim de semana, e o tempo está mais quieto, sem relógio, direi.

Já percebeu que não tenho palavra de "rei" (neste caso rainha), porque de vez em quando lá dou "um ar da minha graça".
Eu não sou Transmontana, com todo o respeito que essa gente me merece, em que o mote das suas vidas é "mais vale quebrar que torcer". Admiro Torga, como escritor, mas até a escrita dele é "fria", determinada e "montanhosa", isto é, de "pedra", como as casas naquela Província de Portugal.

Como sou Alentejana, sou uma mulher da planície e da peneplanície, mais esta aliás, portanto tenho sempre horizontes para ver e a linha dos mesmos é sempre mais além. É plana e não tenho serras e serranias, que me escondam do mundo e alterem a minha personalidade.

Mas o que tem isto a ver com o texto poético da Sonhadora, (NADA) cujo blogue já consultei, algumas vezes, para ler aquilo que a Rosa escreve (não lhe chamarei Rosa Solidão, porque ela, penso eu, tem muito amigos virtuais e não só).

A Sonhadora tem uma forma muito peculiar de escrever. Faz da prosa, poesia, normalmente, ou vice-versa, o que não é nada fácil.
É preciso talento, emoção, cultura quanto baste, e esses predicados não lhe faltam.
Tem muita sensibilidade e muito punho, Não é aprendiz, como ela se intitula, não. No Brasil, dizem quase todos que são aprendizes, talvez por exagerada modéstia, mas a Rosa já tem a Licenciatura da e na Escrita. Todos os dias estamos a aprender, a melhorar e a aperfeiçoar-nos. Nunca ninguém sabe tudo. Se assim fosse, o mundo não avançaria, estagnaria.
A prosa e a poesia da Rosa são muito ricas, morfologica e sintaticamente falando. Compreende-se bem, o que é bom para quem a lê.
Todavia, há sempre naquilo que escreve um misto, vários laivos de tristeza, de recordações passadas, boas ou más, mas enriquecedoras para os seus textos.
Tem um vocabulário vastíssimo e muito "Barroco", o que dá vida àquilo, que escreve.
É sensual e erótica, quando quer, embora, eufemisticamente, talvez, por feitio.
Esta texto poético revela-nos um conjunto de desejos escondidos, uma pre disposição para a foz dos sentires. Atreva-se, com a sua elegância!
O seu "eu lírico" mistura-se, por vezes, com o seu ego/eu.
Para a Rosa, que não me conhece, como afirmou no comentário que fez ao poema que escrevi neste espaço, tem agora aqui a minha opinião sobre si e a sua escrita. Eu conheço-a, minimmamente e encontramo-nos, cruzamo-nos nos blogues, como comentadoras e já deu decerto por isso, porque as mulheres são tudo menos distraídas e perspicazes.
Um dia destes, irei visitá-la, de novo, e comentarei, com muito gosto a sua escrita, que tem MUITA REDE, ao contrário da minha, é verdade.
Eu escrevo aquilo que quero, que sinto e me dá prazer. Quero eu lá saber das ideias, conjeturas e conjunturas, que possam depois fazer!

Para ambas, um bom fim de semana e um beijinho abraçado em afetos e cumplicidades.

lis disse...

Oi Elvira
Que bom te-la conhecida porque é mesmo excelente, suas poesias são intensas e envolventes.
Sonhadora também sou mas nunca conseguiria traduzir em palavras os sentimentos, ela sabe bem! gosto muito.
Obrigada da partilha e deixo um abraço e um bom domingo Elvira

Maria Rodrigues disse...

Elvira passei para lhe desejar um bom domingo e uma excelente semana.
Beijinhos
Maria

Zilani Célia disse...

OI ELVIRA!
TEU TEXTO TRÁS SENTIMENTOS QUE TRANSBORDAM EM NOSSOS CORAÇÕES!
QUANTO A NOSSA AMIGA "SONHADORA",TEM MUITO TALENTO MESMO, NOS ENCANTANDO COM SEUS TRABALHOS QUE SÃO MARAVILHOSOS.
ABRÇS
zilanicelia.blogspot.com.br/
Click AQUI

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Minha querida Luz

Quero agradecer as suas palavras (o que deveria já ter feito),mas ando com uma enorme luta com o tempo.
Gostei da sua apreciação, que se nota que sabe do que fala, não apenas por ser professora, mas por escrever também (e tão bem).
Foi correcto tudo o que escreveu sobre mim...senti-me nua.
Sou mesmo aprendiza (e não sou do Brasil, que eu adoro porque vivi lá dois anos,sou Alentejana e com muito orgulho) escrevo o que sinto e não o que querem que escreva, de maneira diferente da sua escrita, mas isso apenas se deve às vivências que de certeza que são diferentes.
Quando afirmei que não a conhecia, referia-me apenas que não nos comentamos até agora, embora nos vamos encontrando em amigos comuns e claro que já tinha reparado em si.
Sempre se repara numa personalidade forte.

Acho que respondi mais ou menos...agradeço o comentário e deixo um beijinho.

Sonhadora (Rosa)