QUEM SOMOS
O mar chama por nós, somos ilhéus!
Trazemos nas mãos sal e espuma
cantamos nas canoas
dançamos na bruma
somos pescadores-marinheiros
de marés vivas onde se escondeu
a nossa alma ignota
o nosso povo ilhéu
a nossa ilha balouça ao sabor das vagas
e traz a espraiar-se no areal da História
a voz do gandu
na nossa memória...
Somos a mestiçagem de um deus que quis mostrar
ao universo a nossa cor tisnada
resistimos à voragem do tempo
aos apelos do nada
continuaremos a plantar café cacau
e a comer por gosto fruta-pão
filhos do sol e do mato
arrancados à dor da escravidão
Biografia:
Olinda Beja nasceu em Guadalupe – S. Tomé e Príncipe.
Criança ainda deixou as ilhas e passou a viver do outro lado do mar, em terras frias da Beira Alta.
Licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas – Estudos de Português-Francês, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto e possui o Diploma Superior de Hautes Études da Alliance Française.
Para além de escritora, Olinda Beja é professora do ensino secundário, bolseira do Centro Nacional de Cultura, Comendadora dos Países Irmãos Brasil-S.Tomé e Príncipe; contadora de estórias, dinamizadora cultural. Atualmente é professora de Língua e Cultura Portuguesa em Lausanne (Suiça) onde reside.
As suas obras têm sido objeto de estudo em várias universidades nomeadamente no Brasil e nas escolas portuguesas do Luxemburgo onde foram adotadas as seguintes obras: “15 Dias de Regresso” e “Pé-de-Perfume”.
Durante o ano escolar Olinda Beja desloca-se a estabelecimentos de ensino do universo lusófono onde dá a conhecer as ilhas do cacau e faz a aproximação dos dois povos através da riqueza cultural em comum – a Língua Portuguesa.
Obras Publicadas:
Bô Tendê? – Poemas – 1992 – 2ª Ed. – C.M Aveiro;
Leve, Leve - Poemas- 1993-2ªEd. C.M.Aveiro;
15 Dias de Regresso – Romance – 1994 – 3ª ed. – Pé-de-Pag.Editores;
No País do Tchiloli – Poemas – 1996 – C.M.Aveiro;
A Pedra de Villa Nova – Romance – 1999 – Palimage Editores;
Pingos de Chuva – Conto – 2000 – Palimage Editores;
Quebra-Mar – Poemas – 2001 – Palimage Editores;
Água Crioula – Poemas – 2002 – Pé –de-Página Editores;
A Ilha de Izunari – Conto – 2003 – S.T.P. – Instituto Camões;
Pé-dePerfume – Contos (Bolsa de Criação Liter.) – 2004 – 2ª Ed;
Aromas de Cajamanga – Poemas – Editora Escrituras – S.Paulo (Brasil) – 2009;
O Cruzeiro do Sul – Poemas – Edição bilingue: Port/esp. – EditEl Taller del Poeta (Pontevedra) – 2011.
Biografia DAQUI
21 comentários:
Bello es visitarte , gracias por compartir tan hermoso poema..
Un abrazo
Saludos fraternos...
Bello es visitarte , gracias por compartir tan hermoso poema..
Un abrazo
Saludos fraternos...
Estou passando mais cedo para desejar um feliz final de semana.
Meu fim de semana se Deus quiser será muito feliz e com certeza Deus quer.
Na sexta se casa meu neto logo serei bisa que benção não é mesmo?
Com alegria vendo minha terceira geração.
Um lindo e abençoado final de semana.
Fique com Deus e os carinhos meus.
Evanir.
Muito linda a poesia.
Beijos.
A cultura de um povo num belo poema!
Beijinho,
Ana Martins
Lindissimo poema, não conhecia a poetisa, muito obrigado pela partilha.
Bom fim de semana
Beijinhos
Maria
Boa noite, querida amiga Elvira.
Que postagem linda!!
A história sobre a escravidão me emociona muito.
Parabéns para a Olinda. Que a obra dela faça muito, muito sucesso.
Beijos.
Maria Auxiliadora (Amapola)
Gostei muito, mesmo.
Vivências e momentos inesquecíveis, imortalizados em poesia.
Parabéns à autora.
Abraço
Ná
Um poema com a musicalidade das ondas que beijam as ilhas.
Belo
Abraço
Elvira
O mundo virtual nos faz passear por muitas vertentes , poetas que talvez não léssemos se não fosse os amigos a pesquisar e apresentar-nos .
Olinda Beja ,um poema lindo a falar da sua ilha.Bonito demais !
Obrigada pela partilha ,
um abraço de boa semana pra ti.
É um gosto ler Olinda Beja.
Sentimo-nos transportados no tempo e àquelas paragens quando diz:
'continuaremos a plantar café cacau
e a comer por gosto fruta-pão
filhos do sol e do mato
arrancados à dor da escravidão'
Beijos
Olinda
É um gosto ler Olinda Beja.
Sentimo-nos transportados no tempo e àquelas paragens quando diz:
'continuaremos a plantar café cacau
e a comer por gosto fruta-pão
filhos do sol e do mato
arrancados à dor da escravidão'
Beijos
Olinda
A mulher e a poesia,
Escreve lindos poemas de amor
Felicidade e muita alegria
Com nasce livre no campo a flor!
Se Deus quiser voltarei
Para mais comentários escrever
De tudo o que vi gostei
Sua visita foi muito bom receber.
Um abraço.
Olá estimada amiga Elvira,
É, sempre, um prazer recebê-la.
Sabe, gosto de si, como ser humano. Não me pergunte porquê, são fellings.
Bom, vamos ao que, de facto, cá me trouxe: a poesia desta mulher nascida em S. Tomé e Príncipe, é, muito real e muito presente.
De grau académico bastante superior, não esquece as suas raízes e a terra, que a viu nascer.
Parabéns pela escolha e boa semana.
Um abraço e um beijo da Luz.
Minha querida
Um poema maravilhoso com os cheiros de África, adorei e não conhecia.
Beijinho com carinho
Sonhadora
Este é um lindo poema de alguém que vive a insularidade. Como a entendo e como me fez voltar à ilha de Moçambique onde vivi a infância e parte da adolescência.
Gostei e continuarei a visitar o blogue. Adoro poesia.
O meu outro blogue é mulher-flor-flor-muher.blogspot.com
Um abraço.
A graça e a beleza, a mulher e a poesia... bela combinação
lindo poema, não conhecia esse poema nem Olinda Beja, obrigada pela oportunidade de conhecê-la e obrigada pela sua visita em meu blog, te espero mais vezes, assim como estarei aqui e visitando seus outros blogs....
um grande abração
Giovanna
Minha amiga passei para desejar um excelente domingo.
Beijinhos
Maria
Olá Elvira,
Minha amiga, como está?
Obrigada pelo seu comentário.
Desejo-lhe uma excelente semana, com saúde e harmonia.
Beijos da Luz.
*
desconhecia,
vou inteirar-me,
obrigado.
,
conchinhas, ficam,
,
*
Olá Elvira,
Gostei imenso do poema, aliás gosto normalmente da poesia da maior parte dos poetas africanos.
Tinha ouvido falar vagamente de Olinda Beja, mas fiquei a conhecê-la melhor aqui.
Obrigada pela partilha.
Beijinhos
Branca
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