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domingo, 11 de setembro de 2022

BETH BRAIT ALVIM

 


OUTONO

 

quando era jovem

a dor doía

horizontal

 

bastava o pôr-do-sol

e os dias não eram iguais

hoje o outono escorre nos vitrais

e no outono a dor é

vertical

 

trajo vestes escuras

e baixo os olhos quando vejo o

horizonte

 

assim a dor

afunda meus pés no chão

amarra o nariz ao queixo

e a boca cerrada rumina terra



Beth Brait Alvim (São Paulo/SP) - Poeta, contista e ensaísta, com atuação em teatro, cinema e vídeo, políticas culturais e ação cultural. Bacharel em Letras Neo-latinas (Português, Latim, Francês) com Licenciatura Plena em Língua e Literatura Luso-brasileira e Língua e Literatura Francesa, pela FFLCH da USP. Especializou-se em Ação Cultural pela ECA – USP. Tem Extensão Universitária em Antropologia do Imaginário pela ECA-USP, e pelos Seminários Avançados sobre a Modernidade: a literatura e a Filosofia do século XX e pelos Seminários Avançados sobre a Pós-modernidade, ambos pela FSA- Fundação Santo André, PMSA, Casa da Palavra e Escola Livre de Literatura de Santo André. Autora de vários livros e antologias, onde se destaca: Visões do Medo (Escrituras Editora, 2007), Ciranda dos tempos – espaços do desejo (2ª edição/Escrituras Editora, 2005)

12 comentários:

Cidália Ferreira disse...

Fabulosa publicação/partilha. Muito obrigada :))
-
Um presente que viaja ao passado...

Beijo. Bom fim de semana.

Maria Rodrigues disse...

Palavras profundas e sentidas num belo poema.
Beijinhos

CÉU disse...

Olá, estimada Elvira!

Espero que esteja melhor da sua vista, embora não possa estar muito tempo na frente do computador, segundo tenho lido. Cada um com as suas, as minhas são as mãos.

Não conhecia, nem de nome, a autora deste lindo e significativo poema. Se o entendi, a poetisa fala da juventude e da velhice. Qdo jovens, e se nos dói alguma coisa, só pode ser a barriga. Quando estamos nos 50 ou mais dói-nos o corpo de alto a baixo, ou seja na vertical. É assim para todos, felizmente, digo eu.

As suas netas estão bem? A Nita está quase a começar nas lides escolares. Boa sorte e bom estudo.

Beijinhos para todos e as melhoras.

- R y k @ r d o - disse...

Poema lindíssimo que me fascinou ler.
.
Abraço … feliz domingo
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
.

J.P. Alexander disse...

Me gusto mucho este poema. Te mando un beso.

Graça Pires disse...

A juventude faz-nos ver tudo pelo lado menos sombrio. Sabemos que os anos vão passando e o brilho do olhar vai ficando baço e as nossas emoções também. Bonito este poema desta autora brasileira que gostei de ler aqui.
Uma boa semana com muita saúde, minha Amiga Elvira.
Um beijo.

Isamar disse...

Olá Elvira, espero que esteja tudo bem consigo.
Não conhecia esta Poetisa, obrigada pela partilha.
Belíssimo poema!

Fique bem, com saúde e paz!
Beijinho

manuela barroso disse...

Belíssima poesia na similitude do outono com o tempo que nem sempre traz o sol radioso no dia a dia da existência. O dia e a noite são imprescindîveis e faces da mesma moeda.
Gostei de conhecer esta autora, Elvira
beijnho

São disse...

Desconhecia.

Grande abraço :)

Roselia Bezerra disse...

Querida amiga Elvira, bom dia!
Dores e mais dores nos cercam, mas vamos em frente que teremos dias melhores.
Assim também lhe desejo.
Tenha dias abençoados!
Beijinhos
😘🕊️💙

Os olhares da Gracinha! disse...

Lindo... obrigado por dar a conhecer!bj

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

Um poema intenso e muito belo embora carregado de uma enorme nostalgia.
A dor é uma coisa muito privada, e por isso doi ainda mais.
Bonita escolha.
Bom fim-de-semana.
Beijo
:)