UM DIA
Um dia, gastos, voltaremos
A viver livres como os animais
E mesmo tão cansados floriremos
Irmãos vivos do mar e dos pinhais.
O vento levará os mil cansaços
Dos gestos agitados irreais
E há-de voltar aos nosso membros lassos
A leve rapidez dos animais.
Só então poderemos caminhar
Através do mistério que se embala
No verde dos pinhais na voz do mar
E em nós germinará a sua fala.
Sophia de Mello Breyner Andersen nasceu no Porto a 6 de Novembro de 1919. Se fosse viva faria hoje 95 anos. Para assinalar a data, a Porto Editora, vai reeditar o livro de poesia "Dual" e o conto "A noite de Natal".
13 comentários:
Linda poesia e homenagem pela data! bjs, tudo e bom,chica
Voltei pra agradecer teu PEDACINHO que faz saber dos teus medos... Solidão na velhice deve mesmo seu horrorosa... Fujamos dela,rs bjs, chica
Não conhecia ela.
bjokas =)
Olá,
Foi bom ter voltado aqui. Conheci a autora que você aqui homenageia.Abraços.
A beleza da poesia.
Felicidades
MANUEL
Como prometido aqui estou, Elvira e virei mais vezes com certeza. Estive a " dar uma volta " pelo blog onde me deparei com um lindo poema da Pérola, nossa amiga blogueira. Foi muito bom teres lembrado da Sophia e desta data em que faria 95 anos. Adorei o poema e só lamento que esperemos estar " gastos " para "viver livres como os animais" e " florir irmãos vivos do mar e dos pinhais. Melhor que fosse agora essa consciência. Beijinhos, Elvira e um bom fim de semana
Emília
Sophia de Mello Breyner Andersen é sempre uma excelente escolha.
Beijinhos
Maria
Belíssima Sophia.
Pena que tenhamos que estar gastos...
bj amg
Olá Elvira, como tem passado?
Sabe que no Mercado de Lagos, próximo da avenida, há um poema da Sofia, logo à entrada?
É que ela tinha casa na Meia Praia e passava muito do seu tempo, nesta cidade.
Beijinhos!
Uma grande e reconhecida escritora. Creio que a liberdade, em seu sentido amplo, sempre será uma ilusão. Bjs.
Linda poesia grande mulher...com seus sofrimentos mas qual poeta não é um sofredor?
Beijito
Sophia acreditava na redenção do homem...
"Um dia, gastos, voltaremos
A viver livres como os animais"
Livres e felizes.
Não estou certa de que, se hoje vivesse, Sophia manteria essa crença.
Um beijo
Grande poetiza!
Oxalá pudéssemos ainda ver o mundo como ela desejava .
Belo poema.
abraços Elvira
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