Hoje que seja esta ou aquela,
pouco me importa.
Quero apenas parecer bela,
pois, seja qual for, estou morta.
Já fui loura, já fui morena,
já fui Margarida e Beatriz.
Já fui Maria e Madalena.
Só não pude ser como quis.
Que mal faz, esta cor fingida
do meu cabelo, e do meu rosto,
se tudo a tinta: o mundo, a vida,
o contentamento, o desgosto?
Por fora, serei como queira
a moda, que me vai matando.
Que me levem pele e caveira
ao nada, não me importa quando.
Mas quem viu, tão dilacerados,
olhos, braços e sonhos seu
se morreu pelos seus pecados,
falará com Deus.
Falará, coberta de luzes,
do alto penteado ao rubro artelho.
Porque uns expiram sobre cruzes,
outros, buscando-se no espelho.
Cecília Meireles
PARA TODAS UM DIA DIFERENTE E MELHOR QUE O HABITUAL.
7 comentários:
Gosto muito de Cecília Meireles, amiga. Li deliciada este poema num dia muito especial.
Bom Domingo, Mulher, Grande Amiga Elvira!
Beijinhos
Bem-hajas!
Um Abraço a todas as MULHERES.
Parabéns pela escolha do poema e pelo dia da mulher.
Bjos
Somos hoje, porque é só o que temos; O Hoje. Façamos dele um dia Especial!
um beijo minha querida
Parabéns, pela grandeza de Mulher que tu és!
Mulher ao espelho faz-me lembrar um filme do Manoel de Oliveira, e fica, e fica, e fica... ;)
Beijoca!
Um belo poema, aliás, como sempre. Tuas escolhas são maravilhosas
beijo
Convido a visitar e a participar no meu blog com textos, relatos ou questões, ou mesmo com a simples leitura das mensagens.
Um grande beijo.
http://maria-haagen-dazs.blogspot.com
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