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domingo, 30 de dezembro de 2012

POEMA DO ANO NOVO

Bom este é um blogue de poesia no feminino. Por isso nunca até hoje postei qualquer poeta masculino.
Porém não consegui encontrar nenhuma poetisa que escrevesse um poema para esta ocasião. Acredito que possa haver mas eu não encontrei. Daí que excepcionalmente aqui temos o Mário Quintana.
Espero que não se zanguem.
 Desejo a todos que por aqui passem um bom e divertido fim de ano e que 2013 seja aquele ano com que muitos sonhamos um ano de viragem em que o homem finalmente comece a olhar,
  amar e cuidar do seu semelhante como de si mesmo. Afinal mais de 2000 anos é tempo mais que suficiente para que o homem entenda que no mandamento de Cristo estava o caminho para um mundo justo e feliz.

Aproveito para agradecer a "velhos" amigos, bem como áqueles que foram chegando em 2012, pelo carinho e boa vontade com que teem acompanhando durante este ano. Bem Hajam.


quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

ORA TENHAM JUÍZO

ORA TENHAM JUÍZO...
Falam as notícias da Palestina
de Israel e dos bombardeamentos,
na Faixa de Gaza 
Falam da reeleição de Obama.
Do julgamento do” mensalão”
e do escândalo que envolve o ex-director da CIA. 
A nós de que têm que nos falar?
Falam do novo presidente chinês,
Da guerra civil na Síria,
A par das cheias em Itália.
Falam dos índices de mercado,
E do furacão que atingiu a América.
No Brasil o Presidente do comité olímpico internacional
Não esteve presente  – dizem que está doente, -
-na reunião de preparação dos Jogos Rio 2016.
Em S. Paulo e em Stª Catarina cresce a violência.
A senhora Merkel visita Portugal,
Que se prepara para uma greve geral.
Na Grécia é aprovado um novo pacote de austeridade,
Cavaco Silva  recebe o presidente da Colômbia.
E Vale e Azevedo finalmente foi preso.
Dizem que a cada semana surge uma nova droga
na Europa. E que esta está agonizante
pois a recessão já ameaça Alemanha e França.
Portugal foi ao Gabão empatar.
E o desemprego continua a aumentar.
Falam da troika, do Orçamento e do aumento de impostos.
Dizem que é por causa da crise,
que os portugueses andaram a gastar demais,
e que hoje quando nasce um bebé, já vem
devedor do estado em 20.000 €.
A nós nos vêm dizer que gastamos demais?
A nós que nunca frequentámos uma faculdade
porque o dinheiro mal dava para comer.
A nós que nunca viajámos para o estrangeiro
a não ser para trabalhar como emigrantes.
A nós que nunca pisámos o átrio de um hotel,
a não ser como empregados do mesmo.
A nós que nunca tivemos outra conta no banco
Que não seja a do depósito do ordenado.
Ou da reforma. Que aliás fica a zeros
 mais de metade do mês.
A nós que nunca comprámos um vestido de marca,
Ou um perfume caro.
A nós que nunca provámos caviar, e
que rebatizámos de champanhe
o espumante rasca dos brindes, nos raros momentos de alegria
A nós que morremos sozinhos
e apodrecemos em casa
 sem ninguém dar por isso.
Porque como bestas de carga trabalhámos a vida inteira
e a reforma de miséria não dá para pagar um lar
onde possamos morrer com dignidade.
A nós nos vêm dizer que gastamos demais?
Ora tenham juízo…

elvira carvalho 

sábado, 1 de dezembro de 2012

ROSEIRA BRANCA


 ACORDA_ME PARA A VIDA

Perdi a rima na tua procura
e, nas asas de um sonho lindo, vi-te delirante
na prosa de mim.

Desci o vale encantado do teu corpo
e nele semeei a minha ternura.
Plantei lírios de desejos
nos teus olhos, em ondas feitas loucura
e reguei-as com a seiva
da minha ousadia.

Rebentei o sonho
e extravasei as marés de mim.
Cortei as amarras do meu querer
e, para ti, incendiei o vale dos meus desejos.

Abri os meus braços
ao vazio deste meu sentir
e neles te recebi em extase e emoção.
Se acaso é verdade, adormece-me a alma.

Mas se é sonho, então amor, acorda-me para a vida.


Roseira Branca


QUEM FREQUENTA ESTE BLOGUE SABE QUE DELE FAZEM PARTES POETISAS CONSAGRADAS, MAS QUE A GRANDE MAIORIA SÃO POETISAS DE QUE MUITO GOSTO E MUITAS NUNCA SEQUER PUBLICARAM UM LIVRO. sEMPRE QUE TENHO ELEMENTOS PUBLICO UMA PEQUENA BIOGRAFIA DA AUTORA REPRESENTADA.
 PORÉM ÀS VEZES ENCONTRO NA NET ALGUMAS POETISAS QUE ME AGRADAM BASTANTE MAS DAS QUAIS NADA SEI. eSTA QUE HOJE AQUI APRESENTO ESTÁ NESTE CASO. POR ISSO DEIXO O POEMA E O ENDEREÇO DO SEU BLOGUE ONDE PODEM CONHECÊ-LA MELHOR.
AQUI

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

MARIA DO ROSÁRIO PEDREIRA



 

ESTA MANHÃ ENCONTREI O TEU NOME


 Esta manhã encontrei o teu nome nos meus sonhos
e o teu perfume a transpirar na minha pele. E o corpo
doeu-me onde antes os teus dedos foram aves
de verão e a tua boca deixou um rasto de canções.

No abrigo da noite, soubeste ser o vento na minha
camisola; e eu despi-a para ti, a dar-te um coração
que era o resto da vida - como um peixe respira
na rede mais exausta. Nem mesmo à despedida

foram os gestos contundentes: tudo o que vem de ti
é um poema. Contudo, ao acordar, a solidão sulcara
um vale nos cobertores e o meu corpo era de novo
um trilho abandonado na paisagem. Sentei-me na cama

e repeti devagar o teu nome, o nome dos meus sonhos,
mas as sílabas caíam no fim das palavras, a dor esgota
as forças, são frios os batentes nas portas da manhã.



Biografia retirada da Infopédia

 
Escritora portuguesa, Maria do Rosário Pedreira nasceu em 1959, em Lisboa. Fez os estudos superiores na Universidade Clássica de Lisboa, onde se licenciou, em 1981, em Línguas e Literaturas Modernas, variante de Estudos Franceses e Ingleses. Fez ainda o curso de Língua e Cultura do Instituto de Cultura, em Portugal. Como bolseira do governo italiano, esteve em Perugia a frequentar um curso de verão, na Universidade. Foi também aluna do Goethe Institut.
A sua formação académica abriu-lhe as portas do ensino e da tradução.
Amante da atividade editorial, coordenou os serviços da Editora Gradiva, foi diretora de publicações da Sociedade Portugal-Frankfurt/97 e editou os catálogos das exposições temáticas da Expo'98, entre outros. Em 1998, tornou-se editora da publicação Temas e Debates.
Iniciou a sua carreira literária em 1996, escrevendo o seu primeiro livro de poesia A Casa e o Cheiro dos Livros, cuja edição se esgotou de imediato. Seis anos mais tarde, e após a edição de vários títulos em prosa, nomeadamente Alguns Homens e Duas Mulheres e Eu (romance) e outros de literatura infantil, Maria do Rosário Pedreira publica um novo livro de poemas O Canto do Vento nos Ciprestes, cujo merecimento da crítica a vai confirmar entre a plêiade dos novos poetas.
A propósito deste seu novo e mais recente livro de poemas que nasce da "experiência de perda" vivenciada num determinado período da vida, a autora considera que deve ser lido de enfiada como se de um pequeno romance se tratasse. Na verdade, as suas afirmações "Canto em memória de um amor" e "O obstáculo inerente a qualquer amor está sempre presente neste romance poético" demonstram que a sequência narrativa criada à volta do mesmo tema estabelece entre os poemas uma unidade difícil de anular e destruir.
Distinguida com alguns prémios literários, é detentora de uma obra diversificada, em prosa, poesia, ensaio e crónica, constituindo a literatura juvenil - grosso da sua ficção - um veículo de transmissão de valores humanos e culturais. As coleções juvenis Detective Maravilhas e O Clube das Chaves (esta em parceria com Maria Teresa M. González) entraram já no universo ficcional da adolescência portuguesa.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

ANA PAULA INÁCIO

 Dois poemas de  "Vago pressentimento, azul por cima"











a horas incertas
e nunca estou em casa
quando o carteiro passa.
Hoje, abriu a primeira flor
e eu disse é um sinal.
Olho em volta: estou só
trago esta sombra comigo.


                ***


Amanhã vou comprar umas calças vermelhas
porque não tenho rigorosamente nada a perder:
contei, um a um, todos os degraus
sei quantas voltas dei à chave,
sublinhei as frases importantes,
aparei os cedros,
fechei em código toda a escrita.

Amanhã comprarei calças vermelhas
fixarei o calendário agrícola
afiarei as facas
ensaiarei um número
abrirei o livro na mesma página
descobrirei alguma pista.

Ana Paula Inácio 


Biografia e poemas daqui
Ana Paula Inácio nasceu no Porto, em 1966. Publicou três livros de poesia - As Vinhas de Meu Pai (Quasi, 2000), Vago Pressentimento Azul Por Cima (Ilhas, 2000), 2010-2011 (Averno, 2011) e um livro de contos - Os Invisíveis (Quasi, 2002). Está representada nas antologias Anos 90 e Agora (Jorge Reis-Sá, Quasi, 2001) e Poetas Sem Qualidades (Manuel de Freitas, Averno, 2002). Vai publicando poema aqui, poema ali, sempre discreta, poeta em fuga, austera, invisível como as suas personagens, pura matéria verbal.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

ELVIRA CARVALHO


POEMA DO NOSSO AMOR NASCIDO

Ainda me recordo do tempo de solidão
quando na estação do meu desejo
embarquei ao encontro de ti.
Era Primavera? Não. Era ainda Inverno.
Mas o tempo não contava. Era um montão
de horas encerradas
na penitenciária do passado.
E foi justamente nessa altura
que te encontrei.
Trazias a noite agonizante
em teus cabelos,
enquanto nos teus olhos dourados
raiava a aurora.
Nunca te tinha visto e no entanto
soube logo que eras tu. No teu sorriso
- branco malmequer que desfolhaste,
me perdi. Com a força do desespero
que agoniza em silêncio,
o nosso amor nasceu. Depois...
bem, depois, não estava previsto
-mas aconteceu...a maçã do saber
adormeceu em nós.
A cidade, o rio, as gentes,
a vida e até a própria morte
deixaram de nos importar.
Há alguma coisa mais importante que
um homem e uma mulher que se amam?...
Lembras-te? Era o tempo dos beijos
a saber a pôr-do-sol,
das madrugadas amanhecendo
nos sorrisos sem palavras.
Era o tempo em que os nossos corpos,
prenhes de Amor, cavalgavam
pelas montanhas da Ilusão.

Elvira Carvalho



Depois de quatro anos de resistência, em que sempre disse que não colocaria neste espaço os meus escritos, apesar dos pedidos de algumas amigas mais gentis, ( até porque não me considero poeta,) eis-me aqui.  Espero que me perdoem. E prometo voltar para o próximo mês  com novos poetas.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

FÁTIMA IRENE PINTO





Não terminaste!


Uma Lágrima

Pelo beijo que eu não te dei,
Pelo afago que eu sufoquei,
Pelos sonhos que malbaratei,
Pelo encontro que em vão sonhei,
Pelo beijo que não me roubaste,
Pelo afago que me recusaste,
Pelo encontro que tu evitaste,
Pelo sonho que tu não sonhaste!

Uma Lágrima

Pela mão que não entrelacei,
Pelo olhar que jamais cruzei,
Pela valsa que eu não dancei,
Pela música que não entoei,
Pela mão que não apertaste,
Pelo olhar que tu desviaste,
Pela dança que tu não dançaste,
Pela canção que não escutaste!

Uma lágrima

Pela espera da festa...sem festa,
Pela espera do gozo...sem gozo,
Pela espera da vida...sem vida,
Pelo ápice do fim...sem fim!

Uma lágrima enfim

Sem festa...pela fresta que tu me fechaste,
Sem gozo...pois no meio do caminho declinaste,
Sem vida...foste minha luz e te apagaste,
Sem fim...começaste a amar e não terminaste!
 
Fátima Irene Pinto


Biografia:   DAQUI


Formada em letras em 1978 ( Fac. Barão de Mauá  - Rib. Preto), mãe de gêmeos,  Renan Veronezzi e Régis Veronezzi, adora ler e tem muitos livros de H. Rohden - Pietro Ubaldi  -  Yogananda  - Chopra.  
Acha a Biblia um manancial de conhecimento assim como a Mitologia. Gosta de estudar sobre Confrarias e Metafísica ... um pouquinho de tudo, como diz, mas dá realce à  "Grande Sintese" de Pietro Ubaldi que leu aos 16 anos e acha uma obra sublime e nunca mais deixou de retomar várias vezes.
Vê o seu primeiro livro, MOMENTOS CATÁRTICOS, como um livro com temas denotadamente tristes. Já os livros posteriores mostram uma nova mulher em fase de gratidão e renovação perante a vida.



Livros editados

Momentos Catárticos
 Lançamento em Maio de 2001 pela Fiuza Editores

Palavras Para Entorpecer o Coração
Lançado a nível nacional pela  Soler Editora, em Abril de 2004
 
"Relicário" Fragmentos de Amor e Paixão
Lançado pela  Soler Editora, em Julho de 2004

Participou no livro de Celito Medeiros, com o Soneto "Artistas Em Oração" na Ciranda Especial Poesia e Arte.


BOM FIM DE SEMANA

terça-feira, 5 de junho de 2012

SONHADORA


 MEU CORPO DESPIDO


Meu corpo despido...entrelaçado nos lençois de mágoa...tão ausente e tão presente este fio que me 
amordaça...este gelo que em mim fica...tão ardente e tão carente este rio que por mim passa...carregado de ilusão de um desejo já ardido...ateando o silêncio que desagua no cais abandonado desse sonho já perdido...embalando a nudez desse corpo noite.
Preso nesses lençois...nas margens desse rio que sou...procurando o teu corpo nos meus braços carregados de ausências...vestidos de Dezembros a pesar-me nos ombros....crepúsculos a beijar a madrugada...na ausência dos meus lábios frementes de sal e mágoa...esquecidos dos teus olhos...anoitecidos de sorrisos.
Permaneço esperando com o corpo preso nos espinhos desse leito...deixo que a noite me seduza...que a escuridão me possua...que o vento acarície os meus sonhos adiados...o meu corpo naufragado...o meu olhar entristecido desse barco sem destino...navegando nas águas turvas do poente...sufocado de cansaços e de gestos sem memória...prisioneiro de ilusões...sedento de eternidade...deserto de ternura...da noite amante.
Nessa noite que em mim grita a ilusão da carne...morrendo tanta vez no tempo que deixou de ser tempo...no desejo que deixou de ser cío...nas esperas que anoiteceram as manhãs...nas mãos que afagam o vazio...que cobrem de silêncio os gemidos de amor que rasgaram esse corpo...que estagnaram nesse rio por onde correm todas as mágoas...nas margens da solidão desse corpo que foi meu e que procuro em todos os muros...em todas as esquinas da solidão...em todas as incertas sombras que deambulam perdidas na terra do silêncio...no gume da noite onde vagueia esse corpo só.
Adormeço na noite gelada...abraço os despojos de amor que guardei no lugar dos sonhos...nas margens do meu corpo nú...banhado pelo esquecimento dos luares de Agosto...pelo silêncio dos teus olhos distantes...pela aurora que me segreda o gelo da noite...a respiração da ausência adormecida nos meus braços...a espera tatuada no meu corpo...prenhe de volúpia esquecida nos lençóis de mágoa na solidão da madrugada...espectro onde se abriga a nocturna ilusão do tempo...labirintos inquietos que percorro na gélida noite...invísível sombra onde se escondem os meus fantasmas...penumbras sem nome nem rosto Sonhadora,
Mais uma poetisa que descobri nas minhas voltas pelos blogues e que decidi trazer para esta galeria porque na minha opinião é de grande talento. A autora utiliza o pseudónimo de Sonhadora e descreve-se a si
mesma  assim;

"Sou a distancia entre mim e a outra...a tempestade e o remanso das águas...sou muitas...sou eu...a pétala da rosa e o espinho...um grito solitário...a chuva de verão...um pássaro cinzento...sonho e ilusão..."
Podem visitá-la no seu blogue  AQUI 
etos que percorro na gélida noite...invísível sombra onde se escondem os meus fantasmas...penumbras sem nome nem rost que v
u sono...sem gestos...sem pal
...soturno abraço envolvendo oselírios desse corpo morto.

sábado, 19 de maio de 2012

LUZ

foto da net

E PONTO FINAL

Sou uma espécie de gueixa, com mel nos lábios rosados
que dança em volta de ti como borboletinha luxuriante
num desejo cego, ledo, que te domina e que te alucina. 
Audaciosamente bela, elegante, sensual, deslumbrante
sou misto de fada do  lar, com toques de dama de cama  
completa, exuberante, requintada, provocante, divina. 

O meu encanto, a minha sedução paralisam-te a mente
e fragilizam e enfraquecem o teu coração desidratado.  
Delírios, feitiços e fantasias de mulher dócil, diferente
alimentam o teu peito terno, já rendido e hipnotizado.
Eu mando em ti, e tu, humildemente, apenas obedeces
e nos lençóis terás o prémio ou o castigo, que mereces.

Quero-te servir, sentir, porque tu pagas um alto preço.
Quero arder nos teus amplos, fortes e  famintos braços
afogar-me na tua saliva, que se entrelaça com a minha 
observar o eclipse que há no céu da tua paulatina boca
saborear o morango tolerante e impaciente para ceder 
e meu senhor, meu deus, estou pronta para te receber.

A minha língua percorrerá, só, as veredas do teu corpo 
escandalosamente apetecíveis, desmedidas e proibidas.
Rebola-te e esfrega-te em mim, na minha pele morena
e dá-te ao luxo de gozar, degustando, todas as delícias.
Perturba-me o sono, rouba o pouco juízo que me resta
e embrulha-me na magia das tuas inebriantes  carícias.

Gosto do que é imoral, do que não se pode ter e fazer
por isso, vou abrir-me para ti, assim, de corpo inteiro
como cratera de vulcão e lava tórrida para se libertar
como uva sumarenta, docinha e deliciosa  para chupar.
Quero-te sem limites, sem hora combinada, sem lugar
só te cabendo uma tarefa, a qual nem te vou explicar.

Mostrar-te-ei tudo o que este véu translúcido esconde.
As minhas partes brancas e os sinais nunca devassados
a beleza e a forma roliça e generosa das minhas ancas
pois o teu corpo assume, e eu cedo ao pecado original
porque tudo em ti é frémito, loucura, transcendental
e, ponto final!


Luz

Desta vez trouxe-vos de novo uma poetisa, que descobri à pouco na pesquisa que de vez em quando faço pelos blogues.  Mulher forte e apaixonada, escreve aquilo que muitos chamam de prosa poética, eu chamo-lhe simplesmente poesia, de forte conteúdo erótico, utilizando o pseudónimo de Luz. E tem razão porque neste tipo de escrita, não há muitos que se aventurem, e o façam tão bem como ela, pelo que sim ela é a Luz inspiradora para quem se quiser aventurar. A Autora tem um blogue como atrás referi. Podem visitá-la AQUI

domingo, 6 de maio de 2012

6 DE MAIO. DIA DA MÃE.




Hoje dia da Mãe, eu como filha que já não pode dar um abraço à minha mãe, ofereço a todas as mães que por aqui passarem estas flores, com um pedido de perdão, pelos sonhos que não concretizaram, para realizar os nossos, pelas lágrimas que derramaram, para secar as nossas, pelas noites que não dormiram para velar o nosso sono. E um enorme obrigado por nos terem trazido ao mundo, e por estarem sempre presentes quando delas precisamos.Até ao último suspiro de suas vidas.
 Desejando que tenham um dia feliz deixo-vos com um poema
 
Ser Mãe

Deixei a natureza transformar-me
Com todas suas leis
Tive o prazer de sentir um bebê no meu ventre
Chorei na maternidade,
Troquei fralda,
Passei noites acordada,
Desfrutei a sensação de amamentar,
Ensinei a comer,
Ensinei a andar,
Chorei no primeiro dia de escolinha
Talvez tenha deixado algumas pessoas de lado,
Talvez não tivesse tempo para dar atenção para as amigas
Pode ser que me relaxei um pouco com minha aparência
Ou quem sabe não tive nem tempo para pensar nisso
Pode ser que deixei alguns projetos pela metade
Ou talvez porque não conciliava com meu horário familiar
Momento algum joguei nada para o alto
Na verdade segurei com as duas mãos
Tudo o que vi cair do céu
Porém permiti
A mão de Deus me tocar
Para ser uma verdadeira mãe

MARA CHAN

quarta-feira, 25 de abril de 2012

MARIA DA LUZ COLAÇO

Vinte cinco de Abril

Quando o avô era jovem
E teu pai era menino,
Portugal amordaçado
Pelo regime fascista,
Via seus filhos partir
E muitos já não voltavam,
Uns emigrando por fome,
Outros pela guerra tragados.
Ninguém podia falar
Ninguém podia dizer
Que não queria ir p’ra guerra,
Que não queria combater.
Angola é nossa ,gritava ,
Bem alto a velha Emissora,
Combater nossos irmãos,
De pele diferente na cor,
Mas a alma, essa sim
Jorrava sangue vermelho,
Tal e qual na mesma dor...
Fartos de tanto lutar,
Fartos de tanta traição,
Resolveram os soldados ,
Dizer basta...dizer não.

E surge o 25 de Abril,
O Abril das mil flores,
Dos cravos, dos malmequeres,
Das papoilas reluzentes,
Das searas ondulantes ,
Dos portugueses valentes!...

Uma alegria imensa
Varreu o meu País de norte a sul,
A noite escura deu lugar
Ao céu azul,
O povo saiu à rua,
Abriu as portas da prisão
De par em par
E gritou alto a sorrir:
Somos livres,
Somos gente,
Queremos viver em verdade
25 de Abril sempre
Sempre ,sempre LIBERDADE!...

25/04/1998
Maria da Luz Colaço
Há muito que queria trazer para esta galeria esta poetisa. Esperava o lançamento do seu livro para o fazer. Porém hoje ao ler este poema decidi que devia publicá-lo ainda que o livro não tenha sido publicado e que eu não possua a sua biografia.  Oxalá vos agrade tanto quanto a mim

segunda-feira, 16 de abril de 2012

ANA CRISTINA POZZA

 foto da net



À IMENSIDÃO AZUL 


Num instante,

Como num passe de mágica,
Estamos frente à imensidão azul do mar,
Andando juntos,
De mãos atadas,
Com intervalos de beijos selados,
Nos lábios e no coração...!

Como na magia de um belo sonho,

Torno-me inteira como tu és
E ainda continuo sendo eu
Oferecendo-lhe o meu coração...
Tu confundes o teu corpo com o meu
Num entrelace de vida e de paixão...!

Há o mar,

a areia,
os morros,
o sol...
E há
nós
dois.

Cerramos os olhos

E a chuva cai...
Pingos incessantes que nos fazem
Ser Água,
ser Desejo,
ser Amor...

Nos amamos com sofreguidão

E somos um só
Na alma,
no corpo,
no coração...

Quando eu me perco

Me encontro no teu olhar
Para logo me perder no teu tocar...!

Olhos nos olhos,

Boca com boca,
Pele com pele
Corpo no corpo!

A água do mar,

Os pingos dançando
E nós dois apaixonados a nos amar..


Ana Cristina Pozza

 
 
 
Biografia; Por mais que procurasse na net, não consegui encontrar nenhuma biografia de Ana Cristina Pozza, muito embora tenha encontrado muitos poemas.


0196 - Profissão: Mulher (Ana C. Pozza)

domingo, 1 de abril de 2012

SOFIA BARROS

É hoje dia 15 de Abril pelas 15 horas, em Lisboa, Campo Grande, o lançamento deste livro.
Se mora em Lisboa, ou nos arredores e tem um tempinho livre vá até lá.
 





Mais um livro de poesia, está saindo para o mercado.  Deixo o convite para todos que morem em Lisboa ou arredores. Não deixem de ir ao lançamento. Vão ver que com diz a canção "Vai valer a pena"
Deixo-vos um poema da autora, e também o link do seu blogue
SAUDADE
Saudade da tua pele na minha pele,
Bailado sedento de corpos inebriados
Esgotados de tanto saborear esse mel,
Licor de amantes embriagados.



Saudade do teu calor no meu calor,
Mãos dadas num brinde de harmonia,
Das tantas vezes em que, mais que amor,
O que fizemos foi pura poesia.



Saudade da tua vida na minha vida,
Do reencontro ansiado e intenso,
Quando me aninhavas nos braços, despida

E o tempo parava, por nós suspenso.



DESEJO-VOS UMA FELIZ PÁSCOA.

quarta-feira, 21 de março de 2012

DIA 21 DE MARÇO - DIA MUNDIAL DA POESIA



  hoje falaram-me de amor

hoje falaram-me de amor
gritaram-me aos ouvidos a palavra amor
disseram-me que o amor é amor e
as pessoas choram em casa fechadas
na televisão que trazem dentro do peito
 
com a palavra amor fazem-se grandes coisas
não sei se já ouviram
mas hoje falaram-me de amor
 
as folhas descidas em maio chovem nos passeios
podem ser gravadas numa caixa de lágrimas
lembram gotas da chuva que caem em cima dos pobres
porque há amor e pobres para amar na palavra amor
 
habito desde sempre um lugar de pedras
dou-me conta que a palavra amor
deve custar muito dinheiro


Maria Azenha
 




Biografia :  DAQUI
 Maria da Conceição da Silva Rodrigues Azenha nasceu em Coimbra em 29 de Dezembro de 1945. Licenciou-se em Ciências Matemáticas pela Universidade de Coimbra. Exerceu funções docentes nas Universidades de Coimbra, Évora e Lisboa e em escolas secundárias. É actualmente professora de Matemática na Escola de Ensino Artístico António Arroio.

Obras:
  • Folha Móvel (Edições Átrio, 1987); 

  • Pátria d'Água (Edições Átrio 1991);

  • A Lição do Vento (Edições Átrio, 1992); 

  • O Último Rei de Portugal (Fundação Lusíada, 1992); 

  • Concerto Para o Fim do Futuro (Ed.Hugin,1999); 

  • O Coração dos Relógios (Edições Pergaminho, 1999);

  • P.I.M. (Poemas de Intervenção e Manicómio) 

    (Universitária Editora, 2000).
     
Está representada nas seguintes antologias:
  • Madrugada 2 (Edição do Movimento de Escritores Novos 1982);

  • Madrugada 3 (Edição do Movimento de Escritores Novos 1983);

  • Anuário de Poesia 1 (Assírio & Alvim, 1984);

  • Anuário de Poesia 2 (Assírio & Alvim, 1985);

  • Anuário de Poesia 3 (Assírio & Alvim, 1986); 

  • Anuário de Poesia 4 (Assírio & Alvim, 1987); 

  • Água Clara (Edições Património XXI, 1988); 

  • Hora Imediata (Hora Extrema) (Edições Átrio, 1989); 

  • Viola Delta (Edições Mic, 14º Volume 1989);

  • Antologia de Homenagem a Cesário Verde (Edições da Câmara

  • Municipal de Oeiras, 1991); 

  • Simbólica 125 Anos (Ateneu Comercial do Porto, 1994).
     

segunda-feira, 19 de março de 2012

19 DE MARÇO DIA DO PAI



 Foto do Google


 Pai

Se regresso ao passado
tempo de riso
de alegria
de glória
é a ti que regresso
e conto a tua história:


- Era uma vez um Pai
que do «nada» cresceu
se fez «rei» e «senhor»
que à família deu o seu melhor
em Amor
Presença
Educação
Lição de vida
a cumprir com rigor
a Palavra
a Promessa
o Labor…


Era uma vez um Pai
que não ralhava
não batia
mas falava
e o que ele dizia
e o ele que exigia
não pesava…
Tão belo se sorria!


Era uma vez um Pai
que um dia foi embora
que um dia disse adeus
e nunca mais voltou…
Não foi embora
não.
Permanece de rosto prazenteiro
silencioso e vivo
no dia
no mês
no ano inteiro
imagem certa de Paz e de Perdão
neste meu cansado coração…
E porque muito amou
a ele devo
tudo aquilo que sou
e o que escrevo.
Era uma vez…
A história acabou.

 
Maria Helena Amaro, (inédito), 19 de Março 2009

Biografia : A autora tem um blogue AQUI .   Aconselho uma visita para que conheçam melhor esta mulher de letras..

quinta-feira, 8 de março de 2012

DIA 8 DE MARÇO, DIA INTERNACIONAL DA MULHER

MULHERES BEM SUCEDIDAS

Mulheres bem sucedidas?
Não é produto do acaso…
Destaque, status, conquistas…
idade? Não vem ao caso…

Se bastasse ser bonita,
desfilando em passarela,
Seria grande injustiça,
tudo o mais, grande balela!

Não é assim, minha amiga,
que se conquista o espaço;
O que prende realmente,
é força jogando o laço.

Esteja bem informada,
ligada mesmo com o mundo.
Saiba mais, não se contente,
faça um estudo profundo.

A escola da vida ensina,
melhor que o banco escolar;
Fique atenta para tudo,
não dê bola pro vulgar.

Nunca desista do intento,
levando à frente o ideal,
O sucesso é garantido,
mas não é fácil, afinal…

Tem sempre alguém de tocaia,
pra puxar nosso tapete;
Se fraquejar nessa hora…
Derreteu o teu sorvete…

Busque sempre a lealdade
nos amigos ao redor.
Traição é muito duro,
o que existe de pior!

Se o homem não der valor,
continuar é besteira;
É melhor seguir sozinha,
na ascensão de uma carreira.

Sempre à sombra do marido,
mulher se faz desditosa;
Se fecha, fica infeliz,
botão que não vira rosa.

Saiba que o homem ideal,
que nos ama e nos respeita,
Não serve pra companheiro,
se o nosso sonho rejeita.

Não pensem que o amor é tudo;
vale ouro um bom amigo!
Mal casadas, homens brutos,
traduzem maior perigo!

Descubra também seus dons,
pra se tornar genial.
Se dê valor, mais que aos outros,
esse é o ponto principal.

Ninguém mais do que você,
pra saber do que é capaz.
Não espere os elogios,
deixa isso tudo pra trás.

Você também vai saber:
pra sua estrela brilhar,
Tem que ter tenacidade,
insistir, perseverar.

Inveja é bom, nos motiva,
nos dá força em nossa estrada,
Valorosa é a mulher,
que não desiste por nada!

O verdadeiro elogio,
recompensa inigualável,
É todos reconhecerem,
em você, um ser notável!

Concluindo o pensamento:
“Mulheres Bem Sucedidas”
São aquelas que promovem
sucesso pras suas vidas.


Mírian Warttusch

No dia internacional da Mulher escolhi uma mulher de multifacetado talento para homenagear todas as mulheres que por aqui passam.
Mirian Warttusch não é apenas poetisa. É também cronista, compositora, cantora , locutora etc.
Possui também um blogue. AQUI poderá conhecer a autora.


DEIXO UMA ROSA PARA TODAS AS MULHERES QUE POR AQUI PASSEM, LEMBRANDO QUE A VIDA É EXATAMENTE COMO ESSA ROSA QUE APESAR DE TODA A SUA BELEZA TEM ESPINHOS.
FELIZ DIA

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

OLINDA BEJA

foto do Google


 QUEM SOMOS



O mar chama por nós, somos ilhéus!
Trazemos nas mãos sal e espuma
cantamos nas canoas
dançamos na bruma

somos pescadores-marinheiros
de marés vivas onde se escondeu
a nossa alma ignota
o nosso povo ilhéu

a nossa ilha balouça ao sabor das vagas
e traz a espraiar-se no areal da História
a voz do gandu
na nossa memória...

Somos a mestiçagem de um deus que quis mostrar
ao universo a nossa cor tisnada
resistimos à voragem do tempo
aos apelos do nada

continuaremos a plantar café cacau
e a comer por gosto fruta-pão
filhos do sol e do mato
arrancados à dor da escravidão



 Olinda Beja


 Biografia:
  Olinda Beja nasceu em Guadalupe – S. Tomé e Príncipe.
Criança ainda deixou as ilhas e passou a viver do outro lado do mar, em terras frias da Beira Alta.
Licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas – Estudos de Português-Francês, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto e possui o Diploma Superior de Hautes Études da Alliance Française.
Para além de escritora, Olinda Beja é professora do ensino secundário, bolseira do Centro Nacional de Cultura, Comendadora dos Países Irmãos Brasil-S.Tomé e Príncipe; contadora de estórias, dinamizadora cultural. Atualmente é professora de Língua e Cultura Portuguesa em Lausanne (Suiça) onde reside.
As suas obras têm sido objeto de estudo em várias universidades nomeadamente no Brasil e nas escolas portuguesas do Luxemburgo onde foram adotadas as seguintes obras: “15 Dias de Regresso” e “Pé-de-Perfume”.
Durante o ano escolar Olinda Beja desloca-se a estabelecimentos de ensino do universo lusófono onde dá a conhecer as ilhas do cacau e faz a aproximação dos dois povos através da riqueza cultural em comum – a Língua Portuguesa.



Obras Publicadas:
Bô Tendê? – Poemas – 1992 – 2ª Ed. – C.M Aveiro;
Leve, Leve - Poemas- 1993-2ªEd. C.M.Aveiro;
15 Dias de Regresso – Romance – 1994 – 3ª ed. – Pé-de-Pag.Editores;
No País do Tchiloli – Poemas – 1996 – C.M.Aveiro;
A Pedra de Villa Nova – Romance – 1999 – Palimage Editores;
Pingos de Chuva – Conto – 2000 – Palimage Editores;
Quebra-Mar – Poemas – 2001 – Palimage Editores;
Água Crioula – Poemas – 2002 – Pé –de-Página Editores;
A Ilha de Izunari – Conto – 2003 – S.T.P. – Instituto Camões;
Pé-dePerfume – Contos (Bolsa de Criação Liter.) – 2004 – 2ª Ed;
Aromas de Cajamanga – Poemas – Editora Escrituras – S.Paulo (Brasil) – 2009;
O Cruzeiro do Sul – Poemas – Edição bilingue: Port/esp. – EditEl Taller del Poeta (Pontevedra) – 2011.


 Biografia DAQUI

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

MANUELA BARROSO





Foto da net


NESTE INVERNO


Neste Inverno de macios cabelos de linho
cantarei na embriaguez da alegria
a fertilidade da aurora em silêncios de madrugada.
Iluminarei o carvão da noite com a luz de violinos de fogo,
tocando cândidas flores no lirismo das minhas tardes.
E
Derramarei fogos de incandescentes transparências
em ardentes pétalas de luz bordadas em coroas de músicas
que preencham corações vazios.
Porque enquanto há vida, haverá primaveras
de pólen colorido nas ogivas luminosas do dia
e no lago quieto da noite.
Farei nascer sorrisos em corolas de crianças felizes
com eternidades de alegria nos dedos macios,
segurando pétalas meninas em relâmpagos de mulher,
que afaga em braços maternos, dores invisíveis
de farrapos humanos!
E olho os trapos da humanidade em candeeiros noturnos
e perco-me no infinito de mim.
E descerão estrelas,
flutuarei com elas!
Quero acreditar neste meu céu onde se acalma o silêncio do dia
envolto em magia
porque enquanto há vida tudo se alumia
nas trevas do tempo que libertará solidões
como tempestades de vento.
Neste sono da vida que dorme, desperto com o ruído das fontes.
Deitar-se-à a liberdade no poente calmo dos extensos vales,
no cume vazio dos montes!
No horizonte que persigo na solidão do silêncio das gentes
mudas, presentes
tão quietas, ausentes!
Mas enquanto houver vida, meu irmão, minha amiga,
não me dou por vencida.
Rasgarei cortinas com punhais de fogo
em velocidades inquietas, em ansiedades de esperança.
E vibrarão vendavais de música,
em sorrisos de criança.
Em teclas de amor
tocarei hinos de redenção
e farei desta sonata
orquestras de prata,
para ti, meu irmão!
Porque sempre haverá vida!
Assim.
Também
em mim!

Manuela Barroso



Biografia.
Descobri há pouco tempo esta poetisa. AQUI poderão encontrá-la. Espero que vos agrade tanto quanto a mim.