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domingo, 29 de setembro de 2013

ALZIRA CABRAL








Mantenha

Filha do teu adultério
existo
queiras ou não com a mesma pele.
Exilada
sobrevivo contente na terra dos sem cor.
Com a boa vontade que ganhei
das gentes daqui,
sem ressentimentos nem vergonha
cultivo a mentira da tua grandeza
no existir dos meus descendentes.

E mando mantenhas, oh terra
através dos meus poemas vermelhos:

A cor que me deste!

Biografia
Alzira Cabral nasceu em Cabo Verde (Bissau) em 1955. Sua obra encontra-se dispersa em revistas e uma seleção dos seus poemas foi publicada na antologia “Mirabilis de veias ao sol” (1991). O poema acima foi extraído da antologia “Poesia Africana de Língua Portuguesa”, organizado por Lívia Apa, Arlindo Barbeitos e Maria Alexandre Dáskalos. Lacerda Editores, RJ, 2003.

Poema e biografia retirados daqui

domingo, 15 de setembro de 2013

ZÉLIA CHAMUSCA

A CAMINHO DA LUZ ENCONTREI O SONHO
Parti da escuridão
A caminho da luz
E o sonho encontrei
Em tudo o que pensei
E me encantei…
A caminho da luz
Encontrei a magia
Em tudo o que me envolvia:
A paz e o amor,
A luz e a cor,
A alegria
Na plenitude da fantasia…
Sonhei…
Com o calor da amizade
Outrora realidade,
E, hoje, apenas, saudade…
Do caminho da escuridão
Para o caminho da luz
Eu encontrei
O sonho que sonhei…


Zélia Chamusca

Biografia. Zélia Chamusca é uma excelente poetisa, que tem um blogue aqui. Passem por lá, e no perfil têm a biografia da poetisa. E o seu blogue está cheio de belos poemas.
Boa semana para todos

terça-feira, 3 de setembro de 2013

DEIXA



 
Hoje faço 99 anos. Perdão inverti os números. Rsrsrs. 66.
 Apesar de já ter perdido o nome, ( não sabem? Depois dos 60, passamos ao rol dos idosos e nunca mais ninguém nos trata pelo nome. Reparem nos noticiários) sinto-me feliz, e até me propus este ano ir estudar, coisa que nunca fiz, primeiro porque tive uma infância muito pobre e tive que ir trabalhar muito nova, segundo porque a vida mais tarde por várias vicissitudes nunca me deu essa oportunidade. Ah, mas este ano já me matriculei. Afinal nunca é tarde para nada enquanto estamos vivos não é mesmo?

E como presente deixo-vos aqui um dos meus poemas.


DEIXA

Deixa que a vida
não seja desespero
mas só vida.

Deixa que o mar
não seja túmulo
mas só mar.

Deixa que o sonho
não seja pesadelo
mas só sonho.

Exige
JUSTIÇA
PAZ
AMOR.
E vive...

Deixa
que a vida
seja vida,
e o mar
mar
e o sonho
sonho.
E luta
sofre
ama
e vive...

Essa vida
que não tens
mas anseias
conhecer. 

Elvira Carvalho.