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quinta-feira, 29 de abril de 2021

E HOJE É DIA DE FESTA.


 Este blogue está hoje em festa. Faz 13 anos que deseja festejar com todos os que o costumam visitar.   

E é para vós o meu e o seu  agradecimento pela vossa companhia ao longo destes anos.  Porque vocês são a razão da sua existência. Muito obrigado !

E se chegar depois da festa acabar ali ao lado o Sexta seu irmão mais velho, faz  14 anos. E também está em festa.







segunda-feira, 26 de abril de 2021

25 DE ABRIL - LIBERDADE




LIBERDADE


Ontem

Olhavas e fingias que não vias.

Os órfãos e viúvas de guerras inglórias

O desespero dos emigrantes clandestinos

As terras abandonadas ao sabor da fome

A força-sacrifício dos ideais feitos homens

Encerrados e torturados nas prisões do meu país.


Acordaste numa manhã de Abril

E ficaste arrepiado…


Porque nas nossas mãos 

O sangue era cravo rubro.

Nas nossas gargantas

O medo era um hino à Liberdade.

Os nossos braços,

Enlaçavam-se na esperança do momento.

Acordaste... 

E como quem muda de camisa

Puseste-te ao nosso lado.


Era o tempo

De fingires ser democrata.


Os anos passaram

Com a liberdade por companheira

Entre avanços e recuos, 

Fomos fazendo a nossa história

E tu

Como joio insidioso abafando o trigo

Ias minando a caminhada.

Encerrando escolas

Fechando fábricas

Cortando subsídios

Empurrando-nos para a emigração

Aprisionando os nossos sonhos

O desespero e desencanto

Fomentando a descrença

Entre o Povo



Agora largaste a máscara

E ameaças voltar.

Mas hoje

O povo conhece o sabor 

Da Liberdade.

Distingue-lhe o sal das lágrimas, 

O odor do sangue derramado

Daqueles que por ela

Deram a vida.


E não se deixa enganar! 


Elvira Carvalho

quarta-feira, 21 de abril de 2021

JÚLIA CORTINES







Por toda a parte

Interrogaste a vida: interrogaste o arcano,
Misterioso sentir do coração humano;
A mesta palidez serena do luar;
O murmúrio plangente e soturno do mar;
O réptil, que rasteja; o pássaro, que voa;
A fera, cujo berro as solidões atroa;
A desenfreada fúria insana do tufão;
A planta a se estorcer numa atroz convulsão.
Interrogaste, enfim, tudo o que existe, tudo:
O que chora, o que vibra, o que é imoto, o que é mudo.
Do astro eterno baixaste à transitória flor.
Que encontraste, afinal?
– A dor! a dor! a dor!


- Júlia Cortines, em "Vibrações”. Rio de Janeiro: Laemmert & C. – Editores, 1905.


Biografia AQUI

terça-feira, 20 de abril de 2021

VITTORIA COLLONA




ESCREVO SÓ PARA ALIVIAR OS DANOS ...

Só escrevo para aliviar os estragos
que a luz do mundo costuma enviar ao peito
e não para iluminar meu lindo sol
ao espírito límpido e à desapropriação honrosa.

Razão certa de arrependimento me leva,
a ferir que sua glória eu diminua;
com outra pena e palavras mais sábias
é necessário arrancar seu nome da morte.

A fé pura, o ardor, a dor intensa,
tudo me desculpam, que o grande choro
é tal, que o tempo ou a razão o retarda.

Lágrimas amargas, nenhuma canção doce,
suspiros profundos que nenhuma voz serena,
não mais estilo de dor, presumo.

Rimas , 1538. Tradução de María Cinta Montagut.


BIOGRAFIA   AQUI

domingo, 18 de abril de 2021

LOU ALBERGARIA



Ser

Estranho
O ser
Que me estranha
As entranhas
O querer ser amado
Enlaçado
Envolto abraço
Assanha
Aranha carne, pele
Seus lábios
A manjedoura
Que me espera
Expele
O gérmen do amor
Que te guardo
Intocado
Nesse tempo etéreo


- Lou Albergaria, no livro "O cogumelo que nasce na bosta da vaca profana". Porto Alegre RS: Editora Vidráguas, 2011.


Biografia e outros poemas AQUI

quinta-feira, 15 de abril de 2021

HILDA HILST




De tanto te pensar, Sem Nome, me veio a ilusão,
A mesma ilusão

Da égua que sorve a água pensando sorver a lua.
De te pensar me deito nas aguadas
E acredito luzir e estar atada
Ao fulgor do costado de um negro cavalo de cem luas.
De te sonhar, Sem Nome, tenho nada
Mas acredito em mim o ouro e o mundo.
De te amar, possuída de ossos e de abismos
Acredito ter carne e vadiar
Ao redor dos teus cimos. De nunca te tocar
Tocando os outros
Acredito ter mãos, acredito ter boca
Quando só tenho patas e focinho.
Do muito desejar altura e eternidade

Me vem a fantasia de que Existo e Sou.
Quando sou nada: égua fantasmagórica
Sorvendo a lua n’água.

– Hilda Hilst, no livro “Sobre a tua grande face”. São Paulo: Massao Ohno, 1986.

Biografia  AQUI



sábado, 10 de abril de 2021

LÍDIA BORGES

                                      Richard Emil Miller
                           Pintor norte americano (1875-1943)



PORTA DE ÁGUA

 Um espelho é uma porta de água.

A parede onde se encosta

está frequentemente perto da ficção.

Podes então mergulhar, 

encetar as viagens  que quiseres.

 

Pode acontecer no regresso

depares com a solidez da parede

atrás da qual o espelho te espera.

Não para te revelar o mistério

das coisas indecifráveis que buscavas

mas o engano das coisas decifráveis

de que fugias.

 

É por aí que às vezes se perde o coração.

 

Lídia Borges


AQUI,  podem encontrar uma pequena biografia da poeta. Mas Lídia Borges, também está  na blogosfera.

AQUI, poderão encontrar o seu blogue.


segunda-feira, 5 de abril de 2021

YEDA PRATES BERNIS



Oferenda



Se eu pudesse fazer um poema
meigo como a brisa das manhãs,
doce como pássaro submisso,
lírico como a flor que desabrocha,

se eu pudesse fazer um poema
onde as palavras perdessem seu sentido
e se transformassem em etéreas formas
em música suave
ou em volátil perfume
que inebriasse,

levar-te-ia, amor,
em oferenda,
este mágico poema


- Yeda Prates Bernis, no livro "Entre o rosa e o azul". Rio de Janeiro: Editora O Cruzeiro, 1967.



Biografia AQUI

quinta-feira, 1 de abril de 2021

PÁSCOA FELIZ

 

Páscoa é tempo de Renovação. Saibamos nós trazer essa renovação ao nosso coração,  para que tal   como a Primavera renova o planeta, e faz renascer tudo à sua volta, também nós sejamos Renascimento no amor e solidariedade para com o nosso semelhante. E não nos esqueçamos do que ELE nos pediu

"AMAI-VOS UNS AOS OUTROS, COMO EU VOS AMEI"  JESUS CRISTO