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quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

INÊS LEITÃO


A cada mulher o seu corpo ou o seu inferno



A cada mulher o seu corpo ou o seu inferno.

O corpo como instrumento.

O corpo como limite do eterno.

O corpo como instrumento e limite do eterno: o

                                       [corpo é o meu inferno].


O teu corpo a girar como roda do mundo

(a minha cabeça a raspar no chão)

A cada mulher o seu corpo.

A cada mulher o seu inferno.





A autora, mantem um blogue AQUI


Biografia AQUI




sábado, 21 de janeiro de 2017

MARIZE CASTRO



INTEIRA
Iluminada por oráculos
alimento anjos com asas quebradas.
Não é de vendaval que eu preciso
mas da língua do amor guardada à beira-mar.
Não entendo de círios
mas de verões e sargaços bailarinos.
Acolhida pela província,
arrisco-me a enlaçar orquídeas em árvores.
Sempre sofri.
Sempre tive febre.
Sempre estive inteira em todos os infernos.
Nunca quis ser abandonada.
Mas aprendi a perder.
O naufrágio me ensinou a ternura dos afogados.
Biografia AQUI

sábado, 14 de janeiro de 2017

ALCINA CAROLINA LEITE



    ALLELUIA

    Oh! Rainha dos Céos estremecida!...
    Formosa Estrella que ilumina a Vida!...
    Alegrai-vos Senhora! Bello e forte
    Eis que ressurge, vencedor da morte,
    — Aquelle que do céo, remir-vos veio
    E que trouxeste no amoroso seio!
    Glória nos altos céos! Paz e ventura
    Na Terra a toda humana creatura!
                       Alleluia!

    Cessa a tormenta: à noite escura e fria
    Sucede bello e radioso o dia;
    Acalma o rouco dos seus fulgores,
    Da primavera ao riso brotam flores...
    Cantai, ó Céos! Na Terra repercuta
    A voz celeste que Maria escuta:
                      Alleluia!

    Longa noite de enfermo agonisante,
    E que sente partir-se a cada instante,
    da vida o fio que lhe resta ainda,
    fora da Virgem a agonia infinda...
    Mas Elle vive, oh! mãe! alvorada,
    Vinde escutar-lhe a doce voz amada!
    .................................................................
    Vós que estendeis um coração materno,
    Soltai o brado de prazer eterno:
                       — Alleluia!

    Vencera o Mal: a luz formosa e clara
    Da treva o negro império se curvara;
    Pois morrera como um faccinoroso
    Da cruz pendente o — Todo Poderoso!...
    E emquanto exulta o Mal feroz, insano,
    Funda angústia lacera o peito humano...

    Mas Jesus traz-lhe, na ressurreição,
    — Vida, prazer e luz — a salvação!...
    ................................................................
    Alegrai-vos, Senhora; cesse  o pranto
    Aos sons divinos do celeste canto
                       — Alleluia!...

    Alcina Leite
    Da Revista:  "O Lyrio" nº 16,  fevereiro de 1904, Recife/PE

Atenção à escrita que não tem erros, porque este era o português do séc.XIX, princípio do sec.XX



Biografia AQUI




domingo, 8 de janeiro de 2017

CARMO VASCONCELOS










ACORDA, MULHER!

 Acorda, acorda, Mulher!
Donde vieste?...
Porque trouxeste contigo essa alma-sonho,
árvore, água, pássaro,
que te impede de viver?
Não vês que não consegues
caminhar com ela ao lado?
Que ela atropela os teus passos?...
Soterra essa predadora de utopia,
põe-lhe mordaça e algemas,
esconde-a ou mata-a, se necessário!
Depois, caminha sozinha,
finge que és apenas corpo,
só sensualidade e concupiscência,
e terás, enfim, o amor dos homens!
Ama-os como só tu sabes amá-los,
bebe-lhes o sangue e os desejos,
sacia-lhes a carne,
e jamais chorarás homem algum!
Pois só te restarão lágrimas
para chorar essa alma-sonho,
árvore, água, pássaro,

que tu própria assassinaste!

Carmo Vasconcelos


BIOGRAFIA AQUI


terça-feira, 3 de janeiro de 2017

GELLY FRITTA



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Teu mistério
Teu pensamento canta
Teu corpo dança
Teu olhar fala
Mas o teu coração cala.
teu olhar mexe
teu toque marca
teu silêncio fere
Mas o teu brilho cicatriza.
Tua nudez veste
Tua fantasia cobre
Teu orgasmo brilha
Mas o teu prazer ninguem possui.
Teu sorriso atenta
Tua sensatez, não sei
Tua estupidez, talvez
Pois todo o teu prazer... é mistério.

Biografia daqui

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Gelly Fritta (Angelita Gelly Ribeiro Gomes), nasceu em Ubatã, interior da Bahia (Brasil), em 1967.
Apaixonada por poesia desde criança, mudou-se para Brasília em 1990, em 2001 publicou o livro “Um Vulto na madrugada” e, em 2002, “Nua e Crua” um livro com alguns poemas eróticos. Participante do colectivo de poetas do Distrito Federal, Gelly Fritta participa de saraus onde explora os poetas que adora, entre eles Fernando Pessoa, Augusto dos Anjos e Drummond de Andrade.
Actualmente está a trabalhar num livro só de poemas eróticos sem data ainda para publicação.