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sexta-feira, 26 de junho de 2020

MARLY DE OLIVEIRA




Numa rua de Amsterdam


Em Amsterdam na Diezestraat 6
alguém me espera alguém me quer
alguém dá vida e brilho à minha vida
tão dividida que mal se define entre
aquilo e o que.
Alguém me espera entre tulipas
alguém me espera entre folhas tombadas
sob o sol sob a chuva sob o frio
alguém me espera espera espera.
Alguém constrói a sua casa
como artesã-abelha delicada;
sobre o sofá um quadro, uma explosão,
que cada dia mais entendo, cada ano mais,
e outros móveis, cortina,
cozinha, um banheiro
todo branco.
E para mim um quarto, uma cama,
um edredom azul, uma escova,
papéis e muitos outros objetos,
telas tintas um pedaço de ferro,
outro de ouro, outro de aço.
Alguém de longe me acena

com uma lareira acesa.



- Marly de Oliveira, em "Mar de permeio". Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997


Biografia e outros poemas AQUI

13 comentários:

chica disse...

Linda poesia,belo compartilhamento! beijos, chica

" R y k @ r d o " disse...

Que assim seja. Poema muito bonito onde a esperança no além está bem vincada.
.
Cumprimentos

Jornalista Douglas Melo disse...

Elvira,
“Marly de Oliveira”, fez parte da terceira geração do modernismo brasileiro, além de ser esposa do gigante “João Cabral de Melo Neto” (membro da: “Academia Brasileira de Letras”).
Bela lembrança aqui em teu espaço.
Um abraço!

Cidália Ferreira disse...

Poema belíssimo. Adorei esta Informação!:)
~~
Sinto em mim uma força interior

Beijo e uma excelente noite!:)

Lua Singular disse...

Oi Elvira,
A esperança nunca morre
Eu pouco pedi a Deus: Saúde(que pouco tenho), casa( tenho duas), amor(tenho), beleza(Fui muito, hoje sobram os rabiscos), filho(um).
Adoro edredom sem lareira, pois aqui só faz calor.
Adorei muito
Beijos
Lua Singular

Azka Kamil disse...

awesome article guys :)

Isamar disse...

Olá Elvira,
Linda poesia de amor. Os autores brasileiros têm um jeito muito "gostoso" de escrever, adorei!
Obrigada pela partilha.
Desejo-lhe um fim-de-semana muito feliz e que continue tudo a correr bem.
Beijinhos!

Maria disse...

Olá, bom dia ! belíssimo post. Meu blog:
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estou seguindo você !

ELISABETE CRISTINA disse...

OLÁ ! ESTOU TE SEGUINDO. AMEI O SEU BLOG... CRIEI O MEU BLOG A POUCO TEMPO. VENHA ME VISITAR! BEIJINHOS...
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Luiz Gomes disse...

Boa noite Elvira obrigado pelo texto maravilhoso.

lis disse...

Ter alguém a esperar é uma boa inspiração para desenvolver uma poesia ,mas só os poetas conseguem.E, em 'mar de permeio' ela soube muito bem!
Tudo certo,so a lareira talvez ficasse sempre apagada_ as estações aqui são sempre quentes ou amenas.Frio. raramente.
Gostei do poema ,Elvira
Obrigada .

Diná Fernandes disse...

Olá Elvira,

Já li alguns poemetos da Marly são versos bem estruturados: Parecia um Pássaro, Não conheci o Desterro, uma capacidade inigualável em sintetizar. Gostei imenso da partilha.

Desejo que seu amanhecer seja leve com Paz e Luz.

Abraço!

Marta Vinhais disse...

Alguém que nos espera com um abraço, um sorriso... uma partilha...
Não conhecia, obrigada por partilhar...
Obrigada pela visita...
Sim, o Major vai regressar, como será que os filhos vão reagir à relação com o Joana?
Beijos e abraços
Marta