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domingo, 19 de novembro de 2023

ALAÍDE FOPPA - DESTERRO




DESTERRO

A minha vida
é um desterro sem retorno.
Não teve casa
minha errante infância perdida,
não tem terra
meu desterro.
A minha vida navegou
em barco de nostalgia.
Vivi à margem do mar
olhando o horizonte:
tornava minha casa ignorada
um dia pensava em zarpar,
e a pressentida viagem
me deixou em outro porto de partida.
É o amor, acaso,
o meu último cais?
Oh braços que me fizeram prisioneira,
sem me dar abrigo…
Também quis escapar
do cruel abraço.
Oh braços fugitivos,
que em vão buscaram minhas mãos…
Incessante fuga
e anseio incessante
o amor não é porto seguro.
Já não há terra prometida
para a minha esperança.


Alaíde Foppa, já faz parte desta casa, pelo que a sua biografia já foi publicada.

8 comentários:

Roselia Bezerra disse...

Bom domingo de paz, querida amiga Elvira!
"O amor não é porto seguro."
Hoje em dia, não é mesmo, numa era de descartáveis e de fila que anda...
Tenha uma nova semana abençoada com saúde!
Beijinhos com carinho fraterno

ematejoca disse...

Alaíde Foppa — POETA, feminista, crítica de arte, tradutora, nascida em 3 de dezembro de 1914 em Barcelona. A sua mãe era da Guatemala, o seu pai da Argentina. Emigrou para o México, onde se casou com o guatemalteca Alfonso Solorzano. Ela também morava na Argentina e na Itália. Ela estudou história da arte e da literatura. Na Cidade da Guatemala, ela foi sequestrada no meio do dia e desapareceu sem deixar rasto.

A Elvira tem o dedo certo na escolha da POESIA da MULHER.

Abraço forte e solidário da amiga de longe.

Graça Pires disse...

Bom dia minha Amiga Elvira.
É aqui, neste seu espaço, que vou encontrando a poesia de escritoras que não conheço, como é o caso de Alaíde Foppa. Este poema de uma melancolia imensa é muito belo. Obrigada por divulgar.
Uma boa semana.
Um beijo.

Josefa disse...

Hola paso por tu rincón el cual ha sido todo un placer leer tan bellas letras.
Un abrazo.

Marina Filgueira disse...

Es un exquisito profundo poema, Elvira, has sabido escoger la belleza aún en el desamor. Felicidades a la autora, y para ti también, amiga.

Te dejo besitos y mi inmensa gratitud.

Se muy, muy feliz.

Maria Rodrigues disse...

Palavras sentidas, profundas e sofridas, num poema tão nostálgico e lindo.
Não conhecia a poetisa, obrigado pela partilha.
Beijinhos

Olinda Melo disse...


Apesar de fazer parte da casa, não conhecia
Alaíde Foppa.
Poema sofrido e tormentado.
Boa semana.
Beijo
Olinda

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

ELvira

Mais uma boa escolha de um poema muito bom, embora muito melancólico.
Gostei muito.
Boa semana com saúde.
Um beijo
:)