Em Cruz não Era Acabado
As crianças viravam as folhas
dos dias enevoados
e da página do Natal
nasciam os montes prateados
da infância. Intérmina, a mãe
fazia o bolo unido e quente
da noite na boca das crianças
acordadas de repente.
Torres e ovelhas de barro
que do armário saíam
para formar a cidade
onde o menino nascia.
Menino pronunciado
como uma palavra vagarosa
que terminava numa cruz
e começava numa rosa.
Natal bordado por tias
que teciam com seus dedos
estradas que então havia
para a capital dos brinquedos.
E as crianças com a tinta invisível
do medo de serem futuro
escreviam os seus pedidos
no muro que dava para o impossível,
chão de estrelas onde dançavam
a sua louca identidade
de serem no dicionário
da dor futura: saudade.
Natália Correia, in 'O Dilúvio e a Pomba'
dos dias enevoados
e da página do Natal
nasciam os montes prateados
da infância. Intérmina, a mãe
fazia o bolo unido e quente
da noite na boca das crianças
acordadas de repente.
Torres e ovelhas de barro
que do armário saíam
para formar a cidade
onde o menino nascia.
Menino pronunciado
como uma palavra vagarosa
que terminava numa cruz
e começava numa rosa.
Natal bordado por tias
que teciam com seus dedos
estradas que então havia
para a capital dos brinquedos.
E as crianças com a tinta invisível
do medo de serem futuro
escreviam os seus pedidos
no muro que dava para o impossível,
chão de estrelas onde dançavam
a sua louca identidade
de serem no dicionário
da dor futura: saudade.
Natália Correia, in 'O Dilúvio e a Pomba'
13 comentários:
Poema de Natal muito bonito escrito pela ilustre poetisa Natália Correia.
Cumprimentos
Amei a publicação!! :)
~~
Amo a vida na sua forma de ser...
-
Beijo e um excelente dia!
O Natal para as crianças é mágico, nos lindos versos da autora. Para adultos, muitas vezes, é saudade daqueles tempos. Um poema lindo, escolheu! Bjs.
Belíssima escolha para a época. Natália, sendo uma grande poetisa, foi muito incómoda e, por isso, afastada da ribalta.
Gostei muito.
Beijinho
Oi Elvira
Adoro quando chega o Natal, lembro meu tempo de criança.Quanta ingenuidade!
A imagem e os dizeres são incríveis
Beijos
no coração
Lua Singular
E nada acabou e fez-se a revelação.
Belo poema na partilha Elvira.
Bela sensibilidade e em tempo de Natal ótima escolha.
Abraços com carinho
Bela e boa escolha!!! Bj
Sempre bom reler boa poesia.
Beijinho e bom final de semana
Singela poesia, Elvira!
Feliz Natal!
Beijo
Bom dia de sábado, querida amiga Elvira!
Natal que nos marcou pela simplicidade seja hoje vivido com fé.
Tenha dias abençoados!
Bjm carinhoso e fraterno
Magnífico poema de Natália Correia que, além de evocar o Natal, releva a magia que a festa representa para as crianças, numa época em que para muitas era a única ocasião em que lhes era permitido sonhar.
Abraço natalício.
Juvenal Nunes
Uma escolha perfeita, que lindo poema da Natália Correia.
Bom fim de semana
Beijinhos
Olá, Elvira!
A Natália, tal como era.
Bom poema!
Bom fim de semana, amiga!
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