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quinta-feira, 8 de novembro de 2018

MARINA COLASANTI






SEXTA-FEIRA À NOITE


Sexta-feira à noite
os homens acariciam o clitóris das esposas
com dedos molhados de saliva.
O mesmo gesto com que todos os dias
contam dinheiro papéis documentos
e folheiam nas revistas
a vida dos seus ídolos.

Sexta-feira à noite
os homens penetram suas esposas
com tédio e pénis.
O mesmo tédio com que todos os dias
enfiam o carro na garagem
o dedo no nariz
e metem a mão no bolso
para coçar o saco.

Sexta-feira à noite
os homens ressonam de borco
enquanto as mulheres no escuro
encaram seu destino
e sonham com o príncipe encantado.

Biografia AQUI



4 comentários:

Roselia Bezerra disse...

Boa tarde, querida amiga Elvira!
Uma tristíssima realidade quando não há Amor.
Tenha dias felizes e abençoados!
Bjm fraterno e carinhoso de paz e bem

HD disse...

Muito ajustado aos nossos dias, tristemente... :-(
Abraço

SILO LÍRICO - Poemas, Contos, Crônicas e outros textos literários. disse...

Não Elvira, sexta-feira
É noite de puro amor!
Sem peias e sem pudor,
Mas com a paixão verdadeira!

Ela e eu, de uma maneira
Alheia e ao jeito que for
Preserva-se algum vigor
À noite - na sua esteira!

Brindamos com menos vinho,
Comemos só um pouquinho,
E à madrugada se presta,

Depois de tudo, ao carinho,
A um lanche e ao fim do caminho,
Beijos, no final da festa!

Grande abraço! Laerte.

Majo Dutra disse...

Tenho pena que a poesia sirva para contestar,
mas é assim a realidade da vida que foi muito
bem apontada e sublinhada.
O Laerte sempre bem disposto e divertido.
Fim de semana feliz.
Abraço, Amiga.
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