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Arte Poética
Escrever um poema
é como apanhar um peixe
com as mãos
nunca pesquei assim um peixe
mas posso falar assim
sei que nem tudo o que vem às mãos
é peixe
o peixe debate-se
tenta escapar-se
escapa-se
eu persisto
luto corpo a corpo
com o peixe
ou morremos os dois
ou nos salvamos os dois
tenho de estar atenta
tenho medo de não chegar ao fim
é uma questão de vida ou de morte
quando chego ao fim
descubro que precisei de apanhar o peixe
para me livrar do peixe
livro-me do peixe com o alívio
que não sei dizer
Adília Lopes, in 'Um Jogo Bastante Perigoso'
é como apanhar um peixe
com as mãos
nunca pesquei assim um peixe
mas posso falar assim
sei que nem tudo o que vem às mãos
é peixe
o peixe debate-se
tenta escapar-se
escapa-se
eu persisto
luto corpo a corpo
com o peixe
ou morremos os dois
ou nos salvamos os dois
tenho de estar atenta
tenho medo de não chegar ao fim
é uma questão de vida ou de morte
quando chego ao fim
descubro que precisei de apanhar o peixe
para me livrar do peixe
livro-me do peixe com o alívio
que não sei dizer
Adília Lopes, in 'Um Jogo Bastante Perigoso'
6 comentários:
A poesia também se serve à mesa
Seguindo o pensamento do Mar Arável, direi que a poesia também se saboreia, ainda que nos espante verificar de que tão diferentes formas podemos sentir e descrever a criação poética.
Um poema envolto em subtileza!!! Bj
Só quem escreve é que sabe dessa luta com o peixe...
Tenho andado à volta de três versos a que queria dar
o sentido de ironia e ainda não consegui como queria,
mas a luta que a autora faz alusão deverá referir-se
aos poemas de versos homométricos... verdadeiros
''quebra.cabeças''... viciam que gosta de desafios.
Abraço grande.
~~~~
Ãmiga, parecia-me que já lhe tinha dito que tenho um blogue com os meus poemas... Refúgiio dos Poetas...
Tenho o Banner no blogue principal... clique sobre a gravura.
Abraço
~~~
Oi Elvira
Quanta criatividade nessa poesia
Amei
Beijos
Lua Singular
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