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segunda-feira, 15 de outubro de 2018

ADÍLIA LOPES

Foto daqui


Arte Poética


Escrever um poema 
é como apanhar um peixe 
com as mãos 
nunca pesquei assim um peixe 
mas posso falar assim 
sei que nem tudo o que vem às mãos 
é peixe 
o peixe debate-se 
tenta escapar-se 
escapa-se 
eu persisto 
luto corpo a corpo 
com o peixe 
ou morremos os dois 
ou nos salvamos os dois 
tenho de estar atenta 
tenho medo de não chegar ao fim 
é uma questão de vida ou de morte 
quando chego ao fim 
descubro que precisei de apanhar o peixe 
para me livrar do peixe 
livro-me do peixe com o alívio 
que não sei dizer 

Adília Lopes, in 'Um Jogo Bastante Perigoso'



6 comentários:

Mar Arável disse...

A poesia também se serve à mesa

Maria João Brito de Sousa disse...

Seguindo o pensamento do Mar Arável, direi que a poesia também se saboreia, ainda que nos espante verificar de que tão diferentes formas podemos sentir e descrever a criação poética.

Os olhares da Gracinha! disse...

Um poema envolto em subtileza!!! Bj

Majo Dutra disse...

Só quem escreve é que sabe dessa luta com o peixe...
Tenho andado à volta de três versos a que queria dar
o sentido de ironia e ainda não consegui como queria,
mas a luta que a autora faz alusão deverá referir-se
aos poemas de versos homométricos... verdadeiros
''quebra.cabeças''... viciam que gosta de desafios.
Abraço grande.
~~~~

Majo Dutra disse...

Ãmiga, parecia-me que já lhe tinha dito que tenho um blogue com os meus poemas... Refúgiio dos Poetas...
Tenho o Banner no blogue principal... clique sobre a gravura.
Abraço
~~~

Lua Singular disse...

Oi Elvira
Quanta criatividade nessa poesia
Amei
Beijos
Lua Singular