Continuando durante este mês com Alda Lara
Presença Africana
E apesar de tudo,
ainda sou a mesma!
Livre e esguia,
filha eterna de quanta rebeldia
me sagrou.
Mãe-África!
ainda sou a mesma!
Livre e esguia,
filha eterna de quanta rebeldia
me sagrou.
Mãe-África!
Mãe forte da floresta e do deserto,
ainda sou,
a irmã-mulher
de tudo o que em ti vibra
puro e incerto!...
ainda sou,
a irmã-mulher
de tudo o que em ti vibra
puro e incerto!...
A dos coqueiros,
de cabeleiras verdes
e corpos arrojados
sobre o azul...
de cabeleiras verdes
e corpos arrojados
sobre o azul...
A do dendém
nascendo dos abraços
das palmeiras...
nascendo dos abraços
das palmeiras...
A do sol bom,
mordendo
o chão das Ingombotas...
mordendo
o chão das Ingombotas...
A das acácias rubras,
salpicando de sangue as avenidas,
salpicando de sangue as avenidas,
longas e floridas...
Sim!, ainda sou a mesma.
Sim!, ainda sou a mesma.
A do amor transbordando
pelos carregadores do cais
suados e confusos,
pelos bairros imundos e dormentes
(Rua 11...Rua 11...)
suados e confusos,
pelos bairros imundos e dormentes
(Rua 11...Rua 11...)
pelos negros meninos
de barriga inchada
e olhos fundos...
de barriga inchada
e olhos fundos...
Sem dores nem alegrias,
de tronco nu e musculoso,
a raça escreve a prumo,
a força destes dias...
E eu revendo ainda
e sempre, nela,
aquela
longa historia inconseqüente...
de tronco nu e musculoso,
a raça escreve a prumo,
a força destes dias...
E eu revendo ainda
e sempre, nela,
aquela
longa historia inconseqüente...
Terra!
Minha, eternamente...
Minha, eternamente...
Terra das acácias,
dos dongos,
dos cólios baloiçando,
mansamente... mansamente!...
dos dongos,
dos cólios baloiçando,
mansamente... mansamente!...
Terra!
Ainda sou a mesma!
Ainda sou a mesma!
Ainda sou
a que num canto novo,
pura e livre,
me levanto,
ao aceno do teu Povo!...
a que num canto novo,
pura e livre,
me levanto,
ao aceno do teu Povo!...
ALDA LARA
8 comentários:
Muito bem! Adorei!
Beijos. Bom Domingo.
Não creio que haja em parte alguma do Planeta, um povo com mais apego às suas raízes do que o povo africano.
Creio que neste belo poema, essa faceta está bem patente.
Grata pela partilha.
Um abraço
amiga, uma bela homenagem a esse povo africano que ama a cor da pele e suas raízes. Linda poesia, parabéns! Abraços
Que linda homenagem.,querida amiga Elvira.
Essa poeta é divina.Alma não tem cor e todos somos filhos do mesmo Pai!
Tudo a ver com meu último post,"Palavras de um poeta africano".
Que bom que voltou,amiga!
Obrigada pela visita e um fim de semana de bênçãos
Beijos sabor carinho
Donetzka
Blog Magia de Donetzka
Uma poesia tão bonita.
O povo Africano tem muito orgulho das suas raízes. São pessoas de coração enorme.
Boa semana Elvira!
Bjs!
Boa tarde! Passando para conhecer o seu espaço e já digo que gostei muito! E gostei muito da homenagem a este povo tão sofrido que é o africano, que possui uma coisa valiosa: orgulho da sua origem.
Desejo uma ótima sexta feira!
Olá, estimada Elvira!
Todo este mês, Alda Lara tem sido "cabeça de cartaz", tal como nos prometeu e acho mto bem, pke não é poetisa mto conhecida.
Um excelente poema dedicado à sua terra e á sua gente.
Beijos e bom fim de semana.
Tantos são os silêncios
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