Semeadura
O limite da luz
é o espaço do salto.
É a casa do sonho,
o caminho de volta,
extravio ou derrota.
O pássaro é este silêncio
cortando como faca.
É a bicada no ventre:
semeadura de mel
nos meus campos molhados.
Oh! eterno seja o passo
minha pele no teu aço,
ó pássaro, pássaro.
Senhor do sol me arrebata,
ó pássaro,
tuas garras como arado
revolvendo meus pedaços.
Meu corpo de sementeira
na raiz do teu abraço.
Um arco-íris de espigas
no meu seio, meu regaço
como um odre
na esperança de teu vinho,
meu canto no teu cansaço
ó pássaro, pássaro.
- Myriam Fraga, em "A lenda do pássaro que roubou o fogo". Salvador: Editora Macunaíma, 1983
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11 comentários:
Muito linda e bem escolhida poesia! beijos, ótimo dia! chica
Extraodinária poesia de uma riqueza metafórica fantástica
Grande escolha, Elvira
Beijinho
A Imagem parece a felix. Gostei muito do poema!
-
Meu braço impudente ao alto se ergueu
-
Beijos, e um dia feliz!
Poema muito bonito que muito gostei de ler
.
Um domingo feliz … Cumprimentos
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
.
Ressalvo a palavra: É Fénix, e não felix. Peço desculpa
Beijos, e um excelente Domingo.
Renascer depois dos contratempos é libertador.
Boa semana.Bjs.
Gosto de Myriam Fraga. Identifico-me com o que ela escreve. Gostei imenso de a encontrar aqui.
Cuide-se bem minha Amiga Elvira.
Uma boa semana.
Um beijo.
Oi Elvira
Linda poesia
Gostei demais
Beijos no coração
Lua Singular
Mais uma bela partilha e apresentação Elvira.
É preciso renascer, alar-se e ganhar o universo.
Show de construção da poetisa Myrian.
Abraços com carinho amiga, que a semana esteja leve.
Excelente escolha, um poema poema belíssimo.
Elvira, obrigado por ter comemorado comigo o aniversário do meu filho.
Continuação de uma boa semana
Beijinhos
Super blog
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