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terça-feira, 19 de abril de 2016

ANA PINTO





                                       foto do Google



ESTRANHO OFÍCIO

Estranho ofício este

navegar

o rio da palavra portentosa

pelas frestas deslumbradas

dos olhos. Ser nau

soçobrada no muro, rede na areia

pura, ouro decantado

da sombra. Sabemos

dos fogos altos, da luz arremetida

à órbita dos braços, do poder da raiz.

Dos leitos fechados do tempo

que gritam êxtases.


As palavras que escrevo

tocam mãos em outras mãos,

quando de meus dedos transborda a espuma.

Desço em ti, fonte luminosa,

maresia, fio inacessível, 

nocturno espelho

do encontro

És a viagem alva dos crescentes

com o sangue da lua ainda fixo no ocaso.

Mordem-se espelhos

Seremos mar

nas noites, seremos

dança,

o diamante que se verte no recesso curvo,

o verso líquido


O mar chove-nos o sal todo:

sou uma partícula de luz

agarrada à pele da tua garganta





Biografia AQUI


6 comentários:

chica disse...

Inspirada e linda poesia da Ana! Gostei! beijos, lindo dia! chica

Cidália Ferreira disse...

Maravilhosa inspiração. Adorei
Beijo e uma excelente tarde

http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

Fê blue bird disse...

Que belo e intenso poema amiga Elvira.
Desconhecia esta artista plástica e poeta que tem a capacidade de nos prender ao seu poema do princípio ao fim.
Obrigada pela partilha.Somos realmente um país de poetas!

Um beijinho



Unknown disse...

Risco e intenso poema. Obrigada pela partilha.
Beijo*

Maria Rodrigues disse...

Excelente escolha, belissimo poema.
Bom domingo
Beijinhos
Maria

Lua Singular disse...

Oi Elvira
Tem bom gosto
Adorei a poesia
Feliz dia das mães
Beijos
Lua Singular