Amnésia
Posso pedir, em vão, a luz de mil estrelas:
apenas obtenho este desenho pardo
que a lâmpada de vinte e cinco velas
estende no meu quarto.
Posso pedir, em vão, a luz de mil estrelas:
apenas obtenho este desenho pardo
que a lâmpada de vinte e cinco velas
estende no meu quarto.
Posso pedir, em vão, a melodia, a cor
e uma satisfação imediata e firme:
(a lúbrica face do despertador
é quem me prende e oprime).
e uma satisfação imediata e firme:
(a lúbrica face do despertador
é quem me prende e oprime).
E peço, em vão, uma palavra exata,
uma fórmula sonora que resuma
este desespero de não esperar nada,
esta esperança real em coisa alguma.
uma fórmula sonora que resuma
este desespero de não esperar nada,
esta esperança real em coisa alguma.
E nada consigo, por muito que peça!
E tamanha ambição de nada vale!
Que eu fui deusa e tive uma amnésia,
esqueci quem era e acordei mortal.
E tamanha ambição de nada vale!
Que eu fui deusa e tive uma amnésia,
esqueci quem era e acordei mortal.
Fernanda Botelho
Biografia
Escritora portuguesa natural do Porto. Após o curso de Filologia Clássica nas Universidades de Coimbra e Lisboa, fixou-se na capital para dirigir o departamento de turismo da Bélgica. Para além da sua colaboração em revistas como Graal, Europa ou Távola Redonda, iniciou-se na poesia com As Coordenadas Líricas (1951). Em 1960 o seu romance A Gata e a Fábula recebeu o prémio Camilo Castelo Branco. A sua obra de ficção caracteriza-se pela análise, ao mesmo tempo sarcástica e delicada, da trama de relações presentes numa realidade assente no antagonismo entre o quotidiano banal e a inquietação existencial. Publicou, além das obras citadas, o volume de novelas O Enigma das Sete Alíneas (1956) e os romances O Ângulo Raso (1957), Calendário Privado (1958), Xerazade e os Outros (1964), Terra sem Música (1969), Lourenço é Nome de Jogral (1971, Prémio Nacional de Novelística), Esta Noite Sonhei com Brueghel (1987, Prémio da Crítica), Festa em Casa de Flores (1990, Prémio Eça de Queirós), Dramaticamente Vestida de Negro (1994) e As Contadoras de Histórias (1998, Prémio de Ficção da Associação Portuguesa de Escritores)
Faleceu a 11 de Dezembro de 2007
Biografia retirada da net
Biografia retirada da net
8 comentários:
às vezes a amnésia é boa, no entanto, convém deixá.la de lado e lembrar bons escritores...
Serenos sorrisos
Não conhecia...
Amiga , venho agradecer-lhe sinceramente a solidariedade que me ofereceu em 21 de Abril.
E como , infelizmente, sabe por experiência própria o que eu sinto, aqui lhe retribuo o abraço e o apoio.
Elvira:
Que versos tão lindos.
Tão Meigos revelam
beleza e dor.
Fiquei encantada...
Seu bom gosto aliado
a sua sensibilidade
enriquecem a todos
os seus visitantes.
Receba um abraço forte
e carinhoso que cruza
o oceano com muita alegria
para encontrar a amiga
sempre presente e generosa
que tu és...
Beijo.
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É um lindo poema!!!
Obrigada, amiga, por compartilhar conosco...
Beijos no coração!
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Mais uma bela escolha, gosto deste teu estilo.
beijo
Obrigada pela partilha. O poema é muito bom!
Jinhos muitos
Lindo poema não conhecia...
Passando para dizer :Vive de maneira a poderes aprender a amar,
ama de maneira a poderes aprender a viver.
Não necessitas de nenhuma outra lição...
E como o FDS está aí então que seja ele para expandires teu coraçao.
Beijinho prateado
SOL
A amizade é o conforto indescritível de nos sentirmos seguros com uma pessoa, sem ser preciso pesar o que se pensa, nem medir o que se diz.
(George Eliot)
Tenha um final de semana com muito carinho.
Um abraço
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