na noite onde se despenham as ravinas,
o corpo insidioso arrastando o mar, a boca,
os joelhos sonâmbulos,
os barcos que se cobrem de limos, grãos de areia,
esquecimento.
As harpas do horizonte ergueram-se já,
como árvores frondosas.
Nas colmeias de sangue, fervilha a rosa,
a corola verde, o tumultuoso nome,
o timbre infinito.
As ancas, os ombros, as falésias flutuariam,
na noite,
no vazio errante de um coração silábico
que se abre, suspenso,
por dentro das estrelas, à deriva.
No vazio leve das miragens, esconde-se,
nas vindimas da noite,
o corpo dormente da eternidade que rebenta,
silenciosa,
nos punhais ébrios de salsa, cinza,
aspergindo, na névoa minuciosa,
o ruir das telhas, entre ervas, dedos,
acariciados lentamente.
8 comentários:
Imagem e poema deslumbrantes que me fascinou o ego, ver e ler.
Cumprimentos
Gostei de encontrar aqui este poema da Maria do Sameiro Barroso, autora que faz parte (com alguns livros) da minha estante de poesia.
Uma boa semana com muita saúde, minha Amiga Elvira.
Um beijo.
Um lindo poema, bem escolhido! beijos, linda semana, chica
Belíssimo poema.
Beijinhos
Desconhecia ... e agradou-me
Beijinho, boa semana :)
Fascínio de poema!!
-
Existe um silêncio que grita
*
Beijos, e uma excelente semana.
Um poema fascinante, envolvente e melodioso.
Fui pesquisar a poeta, que desconhecia.
Obrigada por mais esta excelente partilha amiga Elvira.
Beijinho e muita saúde.
Boa noite Elvira,
Poema lindíssimo, que gostei muito de ler.
Obrigada pela partilha. Entrei no link pra conhecer outros escritos dela.
Boa semana.
Um beijo!
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