Bloquear botão direito do mouse: Bloquear seleção de texto: Bloquear tecla Ctrl+C/Ctrl+V: Bloquear arrastar e soltar:

Seguidores

quarta-feira, 29 de maio de 2019

POEMA - SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN



POEMA


A minha vida é o mar o Abril a rua
O meu interior é uma atenção voltada para fora
O meu viver escuta
A frase que de coisa em coisa silabada
Grava no espaço e no tempo a sua escrita
Não trago Deus em mim mas no mundo o procuro
Sabendo que o real o mostrará
Não tenho explicações
Olho e confronto
E por método é nu meu pensamento
O quadrado da janela
O brilho verde de Vésper
O arco de oiro de Agosto
O arco de ceifeira sobre o campo
A indecisa mão do pedinte
São minha biografia e tornam-se o meu rosto
Por isso não me peçam cartão de identidade
Pois nenhum outro senão o mundo tenho
Não me peçam opiniões nem entrevistas
Não me perguntem datas nem moradas
De tudo quanto vejo me acrescento
E a hora da minha morte aflora lentamente
Cada dia preparada
Sophia de Mello Breyner Andresen
in, “Geografia”

20 comentários:

Os olhares da Gracinha! disse...

Uma bela escolha e um poema que gosto!!! Bj

Jorge Sader Filho disse...

Tudo tem a sua hora e a sua vez!
Beijo, obrigado pelo comentário no meu blog.
Bom domingo.

Lua Singular disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Manuel Veiga disse...

um poema muito belo de Sofia, de que gosto muito!
quero agradecer-lhe a visita ao relógio de pêndulo e que apreciei muito o comentário

espero que volte mais vezes. grato

um abraço

Isamar disse...

Olá,
Mais uma belíssimo poema da Sophia.

Beijinhos

manuela barroso disse...

Sophia, sempre ela, em todo o seu esplendor.
"De tudo quanto vejo me acrescento"
E se fossemos capazes de ser assim?
Escolha maravilhosa, Elvira
Beijinho

Majo Dutra disse...

Gostei de reler neste enquadramento...
Abraço e boa semana.
~~~

CÉU disse...

Olá, estimada Elvira!

Tive, tenho e terei, creio, alguma dificuldade em interpretar os poemas desta poetisa.

Beijos e boa semana.

Roselia Bezerra disse...

Bom dia de paz, querida amiga Elvira!
Muito interessante se não precisássemos nem de identidade nem de nada... seríamos quem somos e sem ponto final...
Gostei imesnsamente do final... a cada dia é uma preparação para o que virá...
Tenha dias abençoados!
Bjm carinhoso e fratero de paz e bem

Maria Rodrigues disse...

Magnifica escolha, mais um belíssimo poema, ainda não conhecia.
Beijinhos
Maria
Divagar Sobre Tudo um Pouco

São disse...

Sempre muito bom encontrar a poesia de Sophia.


Beijinho grato

Pedro Luso de Carvalho disse...

Uma poetisa sensível e de grande talento, pode-se dizer, pelo poema aqui postado.
Uma ótima sexta-feira, Elvira.
Um abraço.
Pedro

lis disse...

Amo ler os poetas portugueses .
Sophia Breyner foi uma mulher além do seu tempo _especial e necessária nas nossas vidas.Aflorou e acrescentou divinamente.
Saudade de ti, que esteja bem,amiga querida.
Estou de volta a ver o que fazes ,o que escreves,o que busca.
Tu também és especial.

Daniela Silva disse...

Um belíssimo poema, adoro a eterna Sophia :)

Um beijinho e bom fim de semana
www.danielasilva.pt

Lua Singular disse...

Oi Elvira
Linda escolha que sabe magnificamente poetizar
Bom fim de semana
Beijos no coração
Lua Singular

RH-ESCREVENDO SUA HISTÓRIA disse...

Olá! Boa noite!

Neste mundo virtual encontramos de tudo, mas o seu blog é maravilhoso, vale a pena seguir e já estou ficando, com certeza voltarei mais vezes.
Criamos um blog para nossa escola- RAIMUNDO HONÓRIO, recém-nascido, mas será um prazer ter você seguindo e nos impulsionando com este trabalho virtual que estamos organizando no nosso cantinho que também é de todos!
Tenha um fim de semana feliz e abençoado. Abraços.

RH-ESCREVENDO SUA HISTÓRIA disse...

Vim agradecer sua visita e por seguir nosso blog que é recém nascido. Seja bem vinda querida!
Parabéns amei sua escolha, uma bela poesia! Bjuss

HD disse...

"Não me peçam opiniões nem entrevistas"
Tão autêntica, uma deusa da poesia!

Zilani Célia disse...

OI ELVIRA!
ÓTIMA ESCOLHA AMIGA.
ADOREI TE "VER" LÁ NO SÓ PRA DIZER, A CASA É TUA.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.bcr/

Marina Filgueira disse...

Bellísimo poema, Elvira, no conozco la poetisa, pero me encanto leerla. No lo sé seguro, pero me parece haber dejado anteriormente aquí un comentario…

Un abrazo y mi inmensa gratitud.
Feliz semana.