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quarta-feira, 8 de agosto de 2018

MARIA MAMEDE - A MINHA CIDADE


A MINHA CIDADE


A minha cidade não se chama Lisboa,
não tem cheiro a sul
e nem por ela passa o Tejo,
mas como ela, tem Nascentes
leitosos e marmóreos...
Na minha cidade os Poentes são de ouro
sobre o Douro e o mar
e só ela tem a luz do entardecer
a enfeitar o granito...
Na minha cidade, tal como em Lisboa
há gaivotas e maresia
mas não há cacilheiros no rio
há rabelos
transportando nectar e almas...
Da minha cidade nasce o Norte
alcantilado, insubmisso
e o sol, quando chega, penetra-a
delicadamente, carinhosamente,
depois de vencido o nevoeiro...
Na minha cidade também há pregões,
gatos, pombas, castanhas assadas e iscas
e fado pelas vielas, pendurado com molas,
como roupa a secar nos arames...
A minha cidade tem também tardes languescentes,
coretos nas praças
velhos jogando cartas em mesas de jardim
e o revivalismo de viuvas e solteironas
passeando de eléctrico...
É bem verdade que na minha cidade
a luz, não é como a de Lisboa
mas a luz da minha cidade
é um frémito de amor do astro-rei
a beijá-la na fronte, cada manhã!...

Maria Mamede




3 comentários:

Cidália Ferreira disse...

Amei o poema!!

Beijos e um dia feliz!

Maria Rodrigues disse...

Não conhecia a poetisa, obrigado por esta bela partilha.
Bom fim de semana
Beijinhos
Maria
Divagar Sobre Tudo um Pouco

Roselia Bezerra disse...

Bom dia, querida amiga Elvira!
Cada um traz uma cidade dentro de si.
Tenha dias felizes e abençoados junto aos seus amados!
Bjm fraterno e carinhoso de paz e bem