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sábado, 30 de abril de 2016

LOUCA PERIGOSA

                      foto de Jorge Bispo


Louca Perigosa

Deixem-me ir para a rua
quero gritar
chorar
cantar.
Quero levantar bem alto
a bandeira
do desespero.

Quero rir-me de ti
de mim
de todos nós.
Quero que os bandidos
chorem
a dor
e a vergonha
de o serem.

Quero dar pão
A quem tem fome
e dar água aos sedentos.
Quero dar amor
carinho
ternura
a quem vive só.

Quero sofrer com o presidiário
e sorrir feliz com os noivos.
Quero dar um lar aos órfãos
E trabalho a quem o procura.
Quero que todos os políticos
unam esforços
numa aliança firme
por um mundo melhor.

Quero acabar com o terrorismo
e as penas de morte.
Quero acabar com a fome
a poluição,
e a guerra.

Deixem-me ir para a rua
Deixem-me erguer bem alto
a minha bandeira.
E escrevam depois nos jornais
Que anda por aí à solta
Uma louca perigosa.

Elvira Carvalho 

8 comentários:

chica disse...

Que linda e cheia de sentido essa poesia!Adorei! Belo compartilhamento! bjs, chica

Teresa Brum disse...

Que forte este grito!
Querida Elvira quando fores para a rua gritar, me chame quero ir também gritar os seus gritos e outros que estão contidos em minha garganta.
Um abraço cara amiga e parabéns pelo lindo poema.

Cidália Ferreira disse...

Profundo!! Excelente!!

Beijinhos
Bom fim de semana

http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

Unknown disse...

Por querer tanto é considerada louca e perigosa. Adorei o poema, cuja autora eu desconhecia.
Beijo e bom domingo*

Poções de Arte disse...

O povo tem que se manifestar perante tanta roubalheira e impunidade.
Bom seria que cada um fizesse sempre o seu melhor pensando no próximo e não somente em si mesmo.

Abraços esmagadores e feliz dia.

Daniela Silva disse...

Belo poema. Gostei

Emília Pinto disse...

Um poema por ti escrito e que retrata bem a sensibilidade que tens no coração, Elvira. Acredito que há heróis anónimos, pessoas muitas que gostariam de estar contigo nas ruas a gritar bem alto toda a indignação perante as atrocidades cometidas por esse mundo afora ; mas, apesar de serem em grande número, tenho a certeza disso, não conseguem mudar a mentalidade de um número de poderosos que só pensam em acumular riqueza e construir impérios; há os que têm fome, os que vivem ao relento, os que deixam de comer para que outros, sorrindo durmam com os anjinhos...mas que importância tem isso? Nenhuma! Contas milionarias, mansões e na garagem barcos e carrões é o que interessa. Os outros? Quem são esses outros?
Amiga Elvira, gostei muito deste teu clamor, deste grito de revolta que também é meu e, acredito, de muita mais gente.
Um beijinho e um bom fim de semana
Emilia

Emília Pinto disse...

Elvira, é muito raro vir aqui a este teu blog; hoje resolvi percorrê-lo e fiquei encantadas com aquele teu poema " vou contar-te, estrangeiro" ( acho que é este o titulo). Fantástico, amiga! Adorei! Beijinhos
Emilia